O circuito das Ardenas, conhecido pela sua instabilidade climatérica, voltou a fazer jus à sua fama e ofereceu uma prova bastante movimentada, embora a luta pelo triunfo à geral nunca tenha estado verdadeiramente em causa – salvo qualquer problema mecânico ou incidente em pista que envolvesse algum dos carros da Toyota. A corrida ficou ainda marcada pelas temperaturas bastante baixas do asfalto, colocando os pneus e os pilotos em grandes dificuldades após as paragens nas boxes, já que os cobertores de aquecimento dos pneus foram banidos.
Toyota na luta a sós
Uma vez mais, a Toyota Gazoo Racing obteve mais uma ‘dobradinha’, com o trio Conway, Kobayashi e Lopez a terminar a corrida na frente do carro gémeo #8 de Brendon Hartley, Sébastien Buemi e Ryo Hirakawa. A formação nipónica ampliou a vantagem no campeonato de Construtores sobre a Ferrari, sendo a diferença entre ambas as marcas de 33 pontos com vantagem para a Toyota.
Se a luta pelo comando apenas a espaços teve alguma animação (muito por obra das fases de safety car, que juntou os dois primeiros), a discussão do terceiro lugar foi muito mais emocionante e apenas ficou resolvida na derradeira volta destas seis horas de corrida. À entrada para os últimos quilómetros, era o Porsche 963 oficial #5 de Dane Cameron, Michael Christensen e Frederic Makowiecki a ocupar o terceiro lugar, mas na longa reta de Kemmel o Ferrari 499P #51 partilhado entre James Calado, Alessandro Pier Guidi e Antonio Giovinazzi concretizou a ultrapassagem ao Porsche e saltou para o terceiro posto.
A Cadillac ocupou o quinto lugar final, com o carro #2 de Alex Lynn, Earl Bamber e Richard Westbrook a ser também uma das figuras constantes na luta pelo pódio, mas em última instância incapaz de suplantar Ferrari e Porsche nessa luta particular. Atrás do carro americano ficou o Porsche 963 particular da Herz JOTA, com que António Félix da Costa, Will Stevens e Yifei Ye se estrearam na categoria Hypercar, a principal.Com uma prestação bastante sólida numa corrida que foi de aprendizagem, conseguiram terminar no sexto posto.
De forma curiosa, as equipas oficiais da Ferrari, Porsche e Cadillac apenas tiveram um carro cada no final: se o Porsche 963 #6 abandonou com problemas elétricos em pista, tanto o Ferrari #50 como o Cadillac #3 foram causadores de grandes acidentes. O Cadillac bateu forte na subida de Eau Rouge, enquanto o Ferrari foi ‘vítima’ dos pneus frios após uma paragem nas boxes, batendo também com alguma violência na descida das boxes antigas rumo a Eau Rouge. Ainda nos Hypercars, também o Floyd Vanwall não chegou ao fim, voltando a bater com violência pela segunda corrida consecutiva e, uma vez mais, com Jacques Villeneuve ao volante.
The Ferrari Hypercar #50 is out of the race after Antonio Fuoco hits the wall after exiting the pits.#WEC #6HSpa pic.twitter.com/DLHlGSvhqT
— FIA World Endurance Championship (@FIAWEC) April 29, 2023
Em segundo lugar ficou o o carro #23, da United Autosports, com Josh Pierson, Tom Blomqvist e Oliver Jarvis aos comandos. No outro carro da equipa United Autosports (#22) esteve o português Filipe Albuquerque, de regresso após falhar a prova de Portimão (preferiu competir no IMSA), terminando a corrida na quinta posição dos LMP2, juntamente com Frederick Lubin e Philip Hanson.
Na classe LMGTE Am, triunfou o Ferrari 488 GTE Evo #83 dividido entre Alessio Rovera, Lilou Wadoux e Luis Perez Companc, com Wadoux a ter também a honra de ser a primeira mulher a ganhar uma categoria no WEC.
A próxima corrida do campeonato é a mítica prova de 24 horas em Le Mans, no circuito de La Sarthe, naquela que será a edição do centenário (10 e 11 de junho).
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