Após a surpresa na qualificação de sábado com a Alpine a garantir a pole position, a corrida demonstrou que essa surpresa não se tratou de uma condição fortuita, mas sim uma evidência real de um maior equilíbrio na frente do pelotão. Assim, apesar de ser uma prova longa, voltaram a ser os detalhes a decidir o resultado final, nomeadamente, as paragens nas boxes.
Ao volante do carro número 08, o trio composto por Buemi, Hartley e Nakajima tirou partido de uma primeira parte da corrida mais poupada ao nível do combustível, conseguindo fazer uma paragem a menos nas boxes, mesmo que a derradeira paragem nas boxes do Toyota número 07, dividido entre José-Maria Lopez, Mike Conway e Kamui Kobayashi, tenha sido feita num período de safety car, pelo que Lopez ainda chegou a passar pelo comando por troca com Buemi, na última hora, antes de ser ordenado pela equipa a devolver a posição ao seu colega de equipa já que não teve o andamento para se distanciar.
No final, a diferença entre o vencedor – Buemi – e o segundo – Lopez – foi de apenas 1,8 segundos, num ótimo resultado para a equipa, que fez em Portimão a sua 100a corrida no Mundial de Resistência desde a sua estreia em 1983, então em Fuji, no Japão.
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Para a Alpine ficou o terceiro lugar, com a equipa francesa a conseguir fazer jogo quase igual com a Toyota em termos de ritmo, faltando-lhe, porém, a eficiência da tecnologia híbrida da Toyota que permite à marca japonesa poupar combustível e rumar menos vezes às boxes. Assim, o carro partilhado por André Negrão, Nicolas Lapierre e Matthieu Vaxivière vendeu cara a derrota, liderando uma boa parte da prova e mantendo-se sempre perto dos carros da marca japonesa até ao último terço da prova. O carro da marca francesa terminou a pouco mais de um minuto do vencedor.Quanto ao outro Hypercar inscrito, o Glickenhaus que se estreou em Portimão, esta foi uma prova de aprendizagem contínua, naquela que foi a primeira comparação direta com os rivais da classe superior. Entre os problemas da equipa estiveram um acidente com outros dois carros e uma embraiagem em mau estado, levando a que não fosse além do 30o lugar, a 54 voltas do vencedor.
Félix da Costa brilha em casa
Na categoria LMP2, o triunfo escreveu-se em português, com António Félix da Costa a ajudar a levar o ORECA-Gibson da JOTA Racing ao triunfo em solo luso. Porém, ao invés de decidir impor ordens de equipa para evitar uma batalha em pista entre os seus carros, a JOTA deixou que Tom Blomqvist (na companhia de Stoffel Vandoorne e de Sean Gelael) e Félix da Costa (acompanhado por Anthony Davidson e Roberto Gonzalez) decidissem o triunfo. E foi o piloto luso a conseguir levar a melhor, terminado cerca de três segundos à frente do carro ‘gémeo’.
Nos GTE-Pro, a Ferrari alcançou uma ‘dobradinha’, com Alessandro Pier Guidi e James Calado a baterem o 488 GTE Evo idêntico da AF Corse, pilotado por Daniel Serra e Miguel Molina.
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