Numa economia que precisa urgentemente de crescer, a indústria pode, ou não, ter um papel fundamental, bem como os setores tradicionais, nos quais se inclui o têxtil, acredita a CEO da Dielmar, que gostaria de ver mais mulheres em cargos de topo.

Esta semana foi assinalado o Dia Internacional da Mulher. Faz sentido impor quotas para que as mulheres cheguem ao topo? Esta discussão não é fácil, porque as mulheres querem chegar a lugares de topo e querem ter as mesmas oportunidades por mérito, não por quotas, naturalmente. Mas perante a dificuldade que elas têm em chegar a uma ambição de liderança, que é natural nas suas casas mas que não é natural na vida profissional, pode ser discutível. E as questões culturais demoram anos a ser ultrapassadas – é uma questão educacional, é uma questão da vida de um país, de uma sociedade – e não se mudam por decreto. A questão que se põe aqui é se as quotas são ou não um meio para atingir um fim e se não criam perturbação na meritocracia que a mulher também deve ter por valor pessoal e por competências. Sem demérito para os homens, mas as mulheres hoje é que estão nas faculdades, é que têm as melhores médias no final do curso, as mulheres empenham-se em qualquer sistema educacional de ensino, têm uma performance e uma competência superior aos homens. Na fase seguinte, talvez por uma questão familiar, as mulheres anulam um pouco a ambição que têm e deixam de pensar na liderança. Há estudos que comprovam isso, porque anulam essa vontade profissional por uma questão familiar. Penso que este é um trauma que a sociedade incute na mulher e na própria família: “Então agora escolhes o quê?”