BMW iPerformance: Alentejo híbrido

18/07/2017

A BMW convidou o Motor24 para uma experiência de dois dias com a gama de híbridos plug-in, denominada iPerformance, modelos que prometem repensar a aquisição de versões Diesel da própria marca, não só pela menor pegada ecológica, mas sobretudo pela economia diária e pelo preço final mais competitivo.

Começar o dia com um voo de balão, com direito a aterragem “desportiva”, pegar num BMW Série 7 híbrido para cruzar as planícies alentejanas e ir almoçar à Herdade do Esporão, com amigos, pode criar a ilusão que a vida é perfeita. Mas como disse Mark Twain, não abandones as tuas ilusões, sem elas podes continuar a existir, mas deixas de viver. Foi este o programa da BMW para dar a conhecer a gama iPerformance, ou seja híbridos plug-in com a sigla “e” a seguir aos números. Os modelos presentes eram os 225xe, 330e, 740Le xDrive e o recém lançado Série 5, na versão 530e.

Como não havia tempo para experimentar todos, a sorte ditou a condução do 330e e do 740Le xDrive. O L neste topo-de-gama significa long wheel base (versão mais comprida) e o resto das letras identificam a tração integral.

Estratégia BMW

A importância destes modelos está relacionada com os objetivos estratégicos do Grupo BMW, que passa por tentar ser líder em tecnologia e inovação no setor da mobilidade. A marca até tem um acrónimo (ACES) para definir o futuro da mobilidade individual e que, traduzido para português, significa autónomo, conectado, elétrico e partilhado. Com a gama de híbridos, a BMW reduz a pegada ecológica, evita as limitações dos veículos 100% elétricos e consegue atingir as metas imposta pela U.E. relativas a emissões de CO2 que, em 2020, passam para 95g/km.

Apenas para se ter uma ideia de como o futuro se está a desenhar, BMW vendeu 72 modelos entre híbridos e elétricos, no primeiro trimestre de 2016, enquanto no período homólogo este ano o número subiu para 212 veículos.

Além da componente ecológica, na verdade o aumento das vendas de modelos híbridos ou elétricos irá sempre depender do custo final, e é aí que a gama iPerfomance conquista a atenção. Para se ter uma ideia, no caso do BMW 530e iPerformance temos um modelo com 252 cv contra os 265 cv da versão 530d, mas uma diferença no preço final superior a 10 mil euros, favorável ao híbrido.

Mas há mais. Tendo em conta que o 530e consegue andar quase 50 km em modo eléctrico (consoante o tratamento do acelerador…) pode ser que consiga fazer a sua vida normal durante a semana sem gastar gasolina, carregando as baterias ao final do dia. Aliás, o consumo de gasolina anunciado pela BMW é de 1.9 l/100 km.

Qual é o downsize? Por causa das baterias de iões de lítio colocadas sobre o eixo traseiro, a capacidade da mala perde 120 litros e fica-se pelos 410 litros.

De notar que o 530e consegue andar em modo 100% elétrico até aos 140 km/h, mas a esta velocidade já não consegue fazer 50 km sem o auxílio do motor de combustão.

Ao volante pelo Alentejo

A primeira parte do percurso foi feita com um 330e equipado com o motor 2.0 turbo de quatro cilindros com 184 cv que funciona em parelha com o motor elétrico de 84 cv, o que resulta numa potência total de 252 cv. Um valor que permite uma condução entusiasmada (menos ecológica), tendo em conta o equilíbrio e a competência do comportamento do Série 3.

Mas é a bordo do 740Le xDrive que qualquer pessoa se rende aos encantos de um topo-de-gama alemão, sobretudo nesta versão híbrida, mais comprida e com tração integral. É impressionante que este Série 7 seja movido por um motor 2.0 de quatros cilindros, sobrealimentado, com 258 cv, ao qual se junta a unidade elétrica com 113 cv, o que dá uma potência final de 326 cv. Pode não ser o mais potente dos Série 7, mas anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,3 segundos, uma velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 250 km/h e… um consumo combinado de 2,1 l/100 km.

Além dos habituais modos de condução Eco, Comfort e Sport, há mais três nesta versão. Existe o Auto eDrive, o sistema gere da melhor forma a utilização do motor a gasolina e do motor elétrico, o Max eDrive para uso 100% elétrico, e o Battery Control em que o sistema guarda a carga da bateria para ser usada mais tarde. No caso desde modelo, a autonomia elétrica fica-se pelos 40 km/h.

Apesar do comprimento e peso deste BMW – são 5,2 metros e mais de duas toneladas -, não o poupámos em estradas como a que atravessa a Serra da Ossa, entre Estremoz e Reguengos de Monsaraz, a famosa N381.

Graças ao sistema de quatro rodas direcionais, à tração integral e um chassis com uma suspensão muito bem elaborada, o Série 7 move-se com uma graciosidade anormal numa estrada com poucas retas e que não prima pela largura. Nos momentos em que nos deslocamos em modo elétrico, o silêncio alia-se ao conforto supremo de um modelo que custa 113 700 euros. O único “defeito” é ouvir o som de um motor de quatro cilindros na maior e mais refinada berlinda da BMW.

Apesar do comprimento e peso deste BMW não o poupámos em estradas como a que atravessa a Serra da Ossa, entre Estremoz e Reguengos de Monsaraz, a famosa N381

Quanto ao carregamento da bateria, pode ser feito numa tomada doméstica em cinco horas, ou em três se optar pela aquisição de uma wallbox da BMW com capacidade de carregamento de 3,7 kW. Em 2018 está previsto o carregamento por indução, sem cabos, através de uma placa instalada no chão.

E mais planos para o futuro? A BMW não escondeu quais vão ser os seus lançamentos para os próximos anos, em matéria de mobilidade sustentável. Este ano ainda vai chegar o Mini PHEV , em 2018 será lançada o i8 Roadster, em 2019 chega o Mini elétrico, em 2020 o X3 elétrico e, finalmente, em 2021 o i Next, um BMW de condução autónoma nível 3. Para se ter uma ideia do que aí vem, no nível 5 já não vai existir volante…

Até agora, a única experiência sem volante foi o passeio de balão por cima das planícies alentejanas com direito a aterragem “desportiva”. Não sabe o que é? Está sempre a tempo de experimentar.

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