Emissões de CO2 de carros novos vão apertar até 2030

10/11/2017

A Comissão Europeia (CE) apresentou novas propostas com vista à redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) da indústria automóvel, apontando agora uma redução na ordem dos 15% em 2025 face aos valores de 2021 e de 30% em 2030.

Para o organismo europeu, estes valores agora revelados traduzem uma proposta “ambiciosa e realista”, ao mesmo tempo, sendo aplicável aos veículos de passageiros, mas também aos comerciais.

A CE estabeleceu já para a viragem da década (2020/2021) uma meta de emissões de CO2 na ordem dos 95 g/km para os veículos de passageiros (média do total da frota de cada fabricante) e de 147 g/km de CO2 no caso dos comerciais ligeiros, ambos tendo por base o sistema de medição NEDC (New European Driving Cycle). Contudo, a partir de 2021, essas metas serão fixadas a partir do novo ciclo WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicle Test Procedure), que foi introduzido no primeiro dia de setembro deste ano.

Nota, ainda, que os fabricantes que produzam menos de 1000 unidades estão fora destes limites de CO2, dada a exclusividade e pouca quantidade dos seus modelos. Já os fabricantes com um volume de produção inferior a 10.000 unidades/ano (ou 22.000 comerciais ligeiros) poderão pedir uma exceção ou suavização das metas de emissões de CO2, “atendendo à sua situação específica”.

Ao abrigo deste novo enquadramento, a Comissão Europeia prevê também lançar um incentivo para que as marcas produzam mais veículos de baixas emissões (menos de 50 g/km de CO2) ou totalmente elétricos, naquele que é um esforço concertado para se tentarem alcançar as metas ambiciosas do Acordo de Paris, do qual os Estados Unidos da América (EUA) são agora o único país excluído por decisão do Presidente Donald Trump.

Com a sua nova proposta, a CE indica que está pensada uma transição gradual dos veículos com motores hoje considerados convencionais para os de motorização elétrica para que as marcas tenham tempo de requalificar a sua mão-de-obra nas fábricas.

Face a este proposta, a Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) mostrou-se “agradada”, embora Erik Jonnaert, secretário-geral daquela entidade, tenha considerado que o estabelecimento de uma meta intermédia – 2025 – é prejudicial para os construtores na medida em que não têm tempo suficiente para prepararem a mudança nos seus veículos apenas quatro anos depois de uma meta já muito estrita como a de 2021, em especial no caso dos comerciais ligeiros, dado o seu ciclo de produção mais longo.