Nissan Leaf: A postos para o segundo ‘round’ elétrico

03/10/2017

Afigurando-se como um modelo totalmente novo, o Leaf de segunda geração já está pronto para as encomendas, prometendo uma abordagem agressiva ao segmento dos elétricos, do qual foi um dos precursores e no qual ganhou notoriedade como o mais vendido a nível mundial.

Depois de o primeiro Leaf ter ajudado a estabelecer uma tendência marcante no mercado automóvel em termos de mobilidade elétrica, Phillipe Saillard, vice-presidente da marca para a área de Vendas e Marketing, destaca que este novo modelo vem dar seguimento ao caminho de sucesso trilhado pelo seu antecessor, o qual conta com uma taxa de satisfação de 92% por parte dos seus clientes. Foram estes, apontou Saillard, também uma parte importante no processo de renovação do Leaf, procurando saber através da sua opinião quais os pontos a melhorar no elétrico para a nova geração.

Leaf 2.0

Com mais de 300 mil unidades vendidas e 3.5 mil milhões de quilómetros já percorridos de forma acumulada por todos os modelos a nível global, a marca recorda a importância que o Leaf original teve na proteção do ambiente, apontando um total de 600 milhões de toneladas de emissões de CO2 evitadas. O novo Nissan Leaf vem, por isso, integrar-se e corporizar o princípio que a marca apelida de Intelligent Mobility, a qual abarca outros campos para uma total integração do veículo na sociedade.

Neste sentido, o novo Leaf conta com maior autonomia (378 quilómetros no ciclo NEDC), desenho mais dinâmico (destacando-se as duas cores contrastantes da carroçaria) e os sistemas de conectividade e de assistência à condução ProPilot. Este último trata-se do novo conjunto de tecnologias de condução autónoma que, numa primeira geração, terá a capacidade para gerir a condução em fila única no para-arranca em condições de engarrafamento nas autoestradas.

Quanto ao motor, o Leaf conta com uma unidade melhorada de 110 kW (150 CV) de potência, o que associado ao binário de 320 Nm promete oferecer uma condução animada e bastante agradável. Na primavera de 2019 chegará uma outra versão elétrica mais potente e com maior capacidade da bateria, o que lhe dará igualmente mais autonomia.

Neste novo Leaf, cujas encomendas estão abertas a nível europeu, os 378 quilómetros de autonomia poderão vir a ser um elemento importante na disseminação do carro elétrico e, nesse sentido, o modelo terá ainda capacidade de carregamento rápido na rede europeia CHAdeMo.

Em termos de carregamento, ainda, a Nissan revelou as suas opções em termos de energia doméstica no que diz respeito a dispositivos de carregamento específicos: num ponto de 7 kW (novo), a bateria fica totalmente carregada em 5.5 horas, enquanto numa tomada de 22 kW, a totalidade da energia é reposta em 2 horas, sendo esta uma solução direcionada para o setor empresarial e de frotas. Por fim, a Nissan revelou ainda um novo conceito de armazenamento de energia elétrica para o mercado doméstico, a Energy Charging Box.

Já uma simples tomada doméstica de 3 kW irá demorar cerca de 16 horas, enquanto uma tomada de 6 kW levará oito horas.

“O novo Nissan Leaf é o veículo 100% elétrico mais avançado e acessível do mundo. É um ícone da Nissan Intelligent Mobility, a nossa visão para o futuro. Este é um carro que fará toda a gente sentir-se mais confiante, mais entusiasmadas e mais conectada do que qualquer outro elétrico generalista na história dos veículos elétricos”, referiu Saillard em Oslo, na Noruega, onde o novo Leaf para a Europa foi detalhado.

Autónomo e fonte de energia

O novo Leaf assume-se como um modelo bastante tecnológico graças ao novo sistema ProPilot que controla a direção, acelerador e travão em trânsito a baixas velocidades na autoestrada, podendo ainda estacionar de forma autónoma. Esta é a primeira implementação do sistema, surgindo posteriormente (no primeiro semestre de 2018) no novo Qashqai.

Outra novidade é o e-Pedal, uma tecnologia que permite ao condutor acelerar e travar apenas com um pedal, bastando aumentar a pressão sobre o pedal (para ganhar velocidade) ou diminuí-la (para travar) de forma a adequar-se às condições de condução. Quando este modo é ativado, numa situação em que o condutor retire por completo o pé do acelerador, o Leaf recorre aos travões para reduzir a velocidade do veículo até à sua paragem total, ao mesmo tempo carregando a bateria. O carro mantém a sua posição, segundo a Nissan, mesmo em subidas ou descidas íngremes até que o acelerador seja novamente pressionado. Quanto à conectividade, o Leaf poderá estar ligado a redes sociais e tirar partido também de novos sistemas de multimédia que estão a ser desenvolvidos pela marca.

Também inovador no novo Leaf é a sua capacidade de se integrar de forma avançada com a rede elétrica, ajudando a estabilizá-la nos períodos de pico energético, quando a demanda é muito elevada. Num conceito de ‘Veículo para a Infraestrutura’ (Vehicle 2 Grid’, no original), o novo Leaf é mais do que um instrumento unidirecional em termos energéticos, sendo apelidado de “unidade móvel de carregamento” pela sua aptidão de integração com a rede elétrica. Além disso, poderá ajudar o seu proprietário a ganhar dinheiro com a venda de energia elétrica à rede a partir das baterias do Leaf, embora este seja ainda um cenário que necessite de desenvolvimento em países como Portugal.

Estética mais apelativa

O novo Leaf dispõe de uma estética mais consensual e mais em linha com a restante gama da Nissan, abandonando em parte o seu visual arredondado da primeira geração. Agora, a grelha (onde se integram as tomadas para carregamento) e os faróis oferecem uma dianteira mais agressiva, enquanto na traseira o pilar C mais arrojado oferece um outro visual mais atlético. O acabamento em preto brilhante na traseira é comum a todos os Leaf, independentemente da cor de carroçaria escolhida.

Por dentro, a companhia nipónica aposta em materiais de mais qualidade e na funcionalidade elevada dos seus comandos. Mais do que uma disrupção, o novo Leaf segue a tendência ditada pelo anterior modelo. A bagageira dispõe de interessantes 435 litros de capacidade, enquanto os lugares traseiros prometem mais espaço para os ocupantes, mesmo que os bancos se situem em posição algo elevada devido à colocação das baterias por baixo.

O posicionamento de preço do novo Leaf promete não ser muito diferente do atual modelo, com Saillard a recordar que, com o primeiro modelo a “Nissan antecipou-se a todos os outros e estabeleceu o mercado dos elétricos. Alguns dos nossos concorrentes duvidaram de nós e houve mesmo quem duvidasse da necessidade dos carros elétricos. Mas agora correm para se juntar a este segmento”.

Pelo mesmo diapasão alinhou Gareth Dunsmore, diretor da Nissan Europa para os Veículos Elétricos, para quem é chegado “o momento de parar de falar sobre o carro do futuro, porque ele está aqui”, fazendo alusão ao novo Leaf, posicionado junto a si no palco do evento Nissan Futures, em Oslo.

As primeiras unidades serão comercializadas numa versão especial apelidada Leaf 2.Zero, com as entregas previstas para o início de 2018.

*Em Oslo, Noruega.

 

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