A gasolina continua a correr nas veias do Porsche Macan

09/12/2021

SUV alemão já vê uma versão elétrica no horizonte de 2023, mas, ainda sente a força (até nas vendas) dos motores a gasolina. O preço começa nos 82.526 euros.

Quando surgiu, em 2014, o Macan foi um modelo algo incompreendido pelos fãs mais puristas da Porsche. Para que serviria um outro SUV mais compacto? Mas a marca de Estugarda sabia o que fazia. E os números não mentem. Desde o seu lançamento foram vendidas 600.000 unidades – 8.500 em Portugal, onde chegou a ser líder – e representa a porta de entrada para 80% dos clientes da marca. Basta referir que, atualmente, é o segundo modelo mais vendido entre todas as gamas da Porsche.

Mas a sua importância vai além dos números, faz também parte de uma estratégia. Apesar de, em 2023, estar já agendada uma versão elétrica do Macan, a aposta, nesta nova geração, passa exclusivamente por motores a gasolina. E com muitos cavalos. Mais. Quando chegar a sua variante BEV (Battery Eletric Vehicle), a combustão interna continuará disponível. Coabitarão ambas as expressões de mobilidade do mercado nacional, porventura, para agradar os adeptos mais tradicionais da marca.

O design quase nada muda em relação ao anterior modelo. Não é fácil mudar a expressão de um Porsche sem ferir os sentimentos dos clientes. Tem de ser sempre um trabalho de bisturi. No exterior do novo Macan, destaca-se, sobretudo, o novo desenho da grelha frontal, que parece dar mais corpo ao conjunto, e o refinamento do para-choques, enquanto na traseira, além do novo difusor, os grupos óticos estão integrados numa faixa em vinil.

No habitáculo, envolvente e luxuoso, pleno de detalhes e acabamentos com materiais de qualidade irrepreensível e dignos de um lounge de hotel com muitas estrelas, sobressai o recheio tecnológico. É Uma espécie de best-off dos modelos de várias gamas. Os botões convencionais foram substituídos por comandos tácteis que recordam os do Cayenne. Uma solução “limpa” e que, do ponto de vista visual resulta muito bem, mas que, durante a condução, acaba por não ser tão ergonómico e fácil de utilizar. A enquadrar a “sala” encontra-se uma consola central de alta resolução (10,9’) inspirada na que equipa o Taycan. Já agora, o volante do novo Macan é adotado do 911.

Mas onde a Porsche mais se empenhou foi na otimização dos motores, todos eles a gasolina. São três os eleitos. O Macan (base) é animado por 2,0 litros que ganha 20 cv e passa agora a debitar 265 cv e cujo binário máximo é de 400 Nm (mais 30 Nm). As prestações anunciadas pela marca para esta versão de acesso dão conta de 6,2 segundos no arranque 0-100 km/h e de 232 km/h de velocidade máxima. Valores que talvez não cheguem para quem pretenda um pouco mais de adrenalina. Se for o caso, existe sempre a opção do Macan S, que monta um motor 2,9 litros V6 e oferece já 380 cv (mais 26 cv) e um binário de 520 Nm (mais 40 Nm). Os valores já entusiasmam mais: 4,6 segundos dos 0-100 km/h e 259 km/h de velocidade máxima. Não chega ainda? Existe sempre o Macan GTS, equipado com um motor biturbo, também de 2,9 litros V6, mas com 440 cv de potência (mais 60 cv) e binário máximo de 550 Nm (mais 30 Nm). O poder de fogo, claro está, é muito superior. O sprint 0-100 km/h faz-se num piscar de olhos (4,3 segundos) e a velocidade de topo é de 272 km/h, mais 11 km/h do que o anterior GTS.

Para melhor lidar com tanta potência, o SUV alemão foi trabalhado pelos engenheiros da Porsche em termos de vectorização de binário e das suspensões pneumáticas (de série no GTS e opção no S), que permitem baixar o centro de gravidade e deixar a carroçaria bem junto ao asfalto, para uma condução ainda mais desportiva.

Apesar de todos as virtudes do novo Macan, os preços podem assustar um pouco, mas nada que impeça a Porsche de manter uma atividade comercial bem sucedida e quase digna de estudo. Começam nos 82.526 euros do Macan, sobem para os 108.037 euros da versão “S” e chegam aos 125.627 euros do GTS, que se distingue dos demais pelo pack GTS Sport, composto por bancos desportivos com 18 posições e pelo interior em carbono, estofos Race-Tex com elementos adicionais em pele.