A marca 100% elétrica, que tem sede em Xangai, na China, e em Munique, na Alemanha, acaba de chegar a Portugal pelas mãos da Astara, já está presente em nove mercados, e ainda este ano chegará também à Suíça e Espanha.

 

O administrador Francisco Geraldes refere que “a chegada de uma marca jovem e inovadora como a Aiways faz parte da nossa estratégia para disponibilizar soluções de mobilidade sustentável. Estamos totalmente comprometidos com o plano forte de expansão da marca e acreditamos que a gama de modelos 100% elétricos, que começa para já com o U5, dispõe de argumentos para vir a ser um caso de sucesso no mercado nacional. No primeiro ano de atividade em diversos países europeus superou concorrentes desde há muito estabelecidos, o que reforça as nossas expectativas”.

A estratégia de comercialização assenta tanto na plataforma online da marca, como na rede física de agentes. Vai estar representada inicialmente pela Univex em Lisboa, e pela CAM no Porto, com previsão de alargamento a mais agentes no resto do país.

A assistência após-venda será assegurada pela rede da Astara, com recurso, se necessário a um centro de armazenamento e distribuição de peças de substituição localizado perto de Amterdão, na Holanda que assegura entregas até três dias em qualquer mercado europeu.

O primeiro modelo a estar disponível no nosso mercado, a partir de maio é o U5, e já tivemos oportunidade de o conduzir.

O fenómeno da eletrificação permitiu que empresas sem tradição no fabrico de automóveis como é o caso da start-up Aiways, partissem de uma folha em branco para construir uma plataforma que servisse para vários modelos.

o design tem inspiração em modelos de uma marca bem conhecida proveniente da Suécia

O U5 tem 4,68 m de comprimento, e podemos encontrar no design inspiração em modelos de uma marca bem conhecida proveniente da Suécia. Trata-se de uma abordagem consensual e discreta, pelo menos se não contarmos com a frente, que é a parte mais distintiva deste SUV e provoca uma de duas reações: ou se gosta logo, ou não. No nosso caso o gosto foi crescendo, e ao segundo dia já valorizávamos o facto de ser diferente.

O motor é construído pela marca, e segundo a mesma, é 15% mais compacto que o habitual já incluindo o inversor e a transmissão. Debita 150 kW (204cv) e 310 Nm de binário e a única capacidade de bateria disponível é de 63 kW/h, com uma autonomia combinada anunciada de 400 km.

 

No interior a primeira coisa que se nota é a abundante luminosidade

No interior a primeira coisa que se nota é a abundante luminosidade, no modelo testado predomina o branco tanto nos estofos em pele, como no tablier e nas portas. A segunda é o espaço a bordo, fruto do fundo plano e dos 2,80 m de distância entre eixos, com as rodas colocadas nas extremidades, proporciona uma volumetria na fila traseira de referência. Há espaço suficiente para dois adultos viajarem confortavelmente, mas não para um terceiro pois o lugar do meio é estreito e o estofo não é macio. Tanto a qualidade dos materiais como a montagem pareceu-nos boa, com superfícies cuja textura é agradável ao toque. A mala tem uma capacidade de 432 litros (mais 107 litros, debaixo do piso), e na frente, sob o capô contamos ainda com 45 litros para arrumar os cabos de carregamento.

Os lugares da frente são estreitos, sobretudo o do condutor, em que o apoio lateral chega a ser incómodo na zona das ancas. A inexistência de um porta-luvas fez com que os designers integrassem uma consola central mais larga, mas os porta-copos são estranhamente pequenos, inviabilizando a sua utilização.

a falta mais óbvia é o software de navegação

O volante tem um tamanho acertado, com um formato próximo do retangular e uma boa pega. O painel de instrumentos é dividido em três ecrãs, com boa leitura da informação que é mostrada no centro, mas difícil nos laterais devido ao tamanho do texto. A ocupar uma boa parte do tablier está o ecrã tátil de 12,3” para controlar toda a componente de infoentretenimento, cuja falta mais óbvia é o software de navegação, sobretudo pela integração com o computador de bordo e a rede de carregadores para a gestão da autonomia. De resto inclui a expectável conexão Android Auto e Apple Car Play apenas com ligação por cabo, e os controlos de abertura do teto panorâmico. Na consola central encontramos os controlos táteis para a climatização, que funcionam como uma tampa para a gaveta de carregamento de smartphone sem fios, e ainda o seletor rotativo de marcha.

os três modos de condução só podem ser selecionados no ecrã multimédia

Em andamento temos três modos de condução que só podem ser selecionados no ecrã multimédia: Eco, Normal e Sport, e embora se note diferença na resposta do acelerador e firmeza do volante, o U5, apesar de expedito nas ultrapassagens e no trânsito da cidade, não tem ambições desportivas. Demora 7,8 segundos dos 0-100 km/h e o rolar é pautado sempre por um enorme conforto graças à suspensão, com geometria MacPherson na frente e multibraço atrás. A insonorização pareceu-nos boa, não sendo referencial. O Aiways U5 permite um nível de condução autónoma de nível 2 (as mãos têm de estar no volante), está equipado com um conjunto de sistemas de segurança ativa e passiva, e o habitáculo cumpre os requisitos para a classificação de cinco estrelas Euro NCAP que está em curso.

o rolar é pautado sempre por um enorme conforto

No nosso teste, com uma condução despreocupada em modo Normal, em cidade conseguimos consumos na ordem dos 17,5 kWh/100 km, o que dará uma autonomia de 360 km, longe dos 505 km anunciados pela marca, segundo a norma WLTP. Já em autoestrada, com o cruise control adaptativo definido nos 120 km/h registámos valores de 24,5 kWh/100 km, prevendo uma autonomia de 257 km. Mesmo com a possibilidade de regular a intensidade da regeneração em três níveis, no máximo, não chega a ser suficiente para se deixar de usar o pedal do travão para uma condução e-pedal, e mais uma vez, para ativar esta funcionalidade temos de deambular nos menus do ecrã multimédia.

A bateria do Aiways U5 suporta carregamentos em DC até 90 kW, demorando 35 minutos dos 20 aos 80%. Já numa uma tomada AC de 6,6 kW, demora 10h00 a fazer uma carga completa.

A garantia do U5 é de 5 anos ou 150 000 km, e 8 anos ou 150 000 km para as baterias.

Ficha técnica
Aiways U5
Motor: elétrico síncrono de ímanes permanentes
Potência: 150 kW (204 cv)
Binário: 310 Nm
Bateria: CATL de 24 módulos com sistema de pré-aquecimento e refrigeração por liquido com 63 kWh de capacidade.
Peso: 1770 kg
Preço de lançamento a partir 46 728 euros
Preço especial para empresas de 33 990 euros + IVA

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.