Esteticamente, o 3 está mais musculado e se o célebre “duplo rim” da marca está maior que nunca, numa frente muito “trabalhada”, a traseira é de uma elegância que merece destaque. O Motor24 ensaiou a versão – 320d – que há muitos anos reúne a preferência dos clientes da marca alemã.
O nosso 320 (cedido pela Caetano Baviera Porto) estava equipado com uma caixa automática Septronic de oito velocidade e com uma vasta lista de opcionais que atiravam o preço final para os 70.500 euros, isto quando o seu valor base começa nos 50.110 euros… Mas se podemos questionar o valor dos extras (numa política seguida por todas as marcas Premium), na verdade o modelo icónico da BMW vale bem todo o dinheiro que possamos dar por ele.
Seja pela imagem dinâmica que o novo design transmite (reforçada aqui pelo pack Line Sport, um opcional que vale 1.951 euros), pelo luxo que emana do seu interior, com materiais de topo e acabamentos sem falha ou pelo comportamento em estrada, o novo série 3 convenceu-nos.
Os bancos acolhem-nos bem, oferecendo adequado suporte lateral (p que se agradece, pois este 320d interpreta as curvas como se elas tivessem carris), o volante desportivo M, além da espessura e diâmetro corretos, permite amplas regulações. Tudo conjugado, conseguimos facilmente encontrar uma posição de condução irrepreensível.
Por outro lado, apesar de ter crescido 8,5 centímetros em comprimento, não se nota uma grande diferença no espaço interior em relação à geração anterior, onde quatro passageiros viajam bem, sendo que o quinto, além de ter um banco mais estreito, tem de debater-se com o túnel da transmissão. Também a mala mantém a sua capacidade (480 litros) praticamente inalterada.Esteticamente, não houve uma revolução, pois o 3 continua a ser perfeitamente identificável. Mas nota-se o duplo “rim” da marca bem mais proeminente e os novos grupos óticos, que são marcados a meio por um entalhe, que nos remete para as duplas óticas dos modelos da primeira geração. A traseira é elegante, ainda que pareça ter um “toquezinho” de Lexus.
Mas o conjunto é harmonioso e se alguma defeito lhe podemos apontar é a similitude com os seus “irmãos” mais crescidos
Tecnologia
A vasta oferta tecnológica do modelo tem visibilidade, no interior, através do painel de instrumentos digital (BMW Live Cockpit) e, no caso do modelo ensaiado, do ecrã central tátil de 10,25 polegadas, que faz parte do Live Cockpit Professional (2.308 euros).
Os conteúdos podem ser personalizados e o novo conceito totalmente digital de exibição e controle do BMW Operating System 7.0 permite interagir com o veículo através das várias opções de comando vocais e controle por gestos (que ainda não nos convenceu completamente). Este sistema multimédia atualiza-se pela internet do veículo, desde que se possua conta.
A disposição dos comandos segue o código estilístico já usado noutros modelos da marca e, como é tradição na BMW, a consola central está ligeiramente virada para o condutor.
Comportamento de bom nível
Onde este 320d dá cartas é no comportamento, mantendo o ADN desportivo de que tanto gostamos na marca, acrescido do facto de ser um tração traseira. Não que isso o torne num carro desconfortável, mas a maior rigidez da carroçaria, o peso mais baixo do que na anterior geração e uma direção muito comunicativa permitem um comportamento em curva irrepreensível.
E o gozo aumenta quando selecionamos o modo Sport, com os 190 cavalos e os 400 Nm a não terem problemas em lidar com os 1520 quilos que este 320 acusa na balança, proporcionando bons momentos de condução em traçados mais sinuosos.
Não podemos deixar de referir a excelência da caixa automática ZF de oito velocidades. As relações são engrenadas de forma suave, quase impercetível e é uma caixa muito rápida nas reduções, como convém numa condução mais empenhada.
No cômputo geral, este 320d permite devorar quilómetros com grande serenidade e sem fadiga, com consumos que não escandalizam, podendo rondar os 6l/100km em ritmo de passeio.
Características | BMW 320 d |
Motor | Diesel, quatro cilindros em linha, 1995 cc, injeção direta, TGV, intercooler |
Potência | 190 CV às 4000 rpm |
Binário | 400 Nm às 1750-2500 rpm |
Transmissão | Traseira, caixa automática de oito velocidades com modo sequencial |
0-100 km/h | 6,8 s |
Velocidade máxima | 240 km/h |
Consumo anunciado (medido) | 5,0 l/100 km |
Emissões CO2 | 132 g/km |
Comp./Larg./Alt./Entre eixos | 4709 mm/1827 mm/1442 mm/2851 mm |
Peso | 1530 kg |
Suspensão (Fr/Tr) | Independente McPherson/independente |
Mala | 480 litros |
Pneus | 225/45 R18 (ensaiado) |
Preço (ensaiado) | Preço: 50.110€ (70.500€) |
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