A maioria dos veículos é concebida de fora para dentro. Como se a estética exterior fosse mais importante do que a interior. Ora, o BMW iX, apresentado no Guincho, em Cascais, teve um “parto” inverso. Nasceu de dentro para fora, partindo do princípio de que o condutor e os passageiros a bordo são mais importantes do aqueles que veem esta nova abordagem do BMW Group aos Sports Activity Vehicle (SAV) passar na estrada.
Comecemos, portanto, por uma visita ao habitáculo deste iX, onde nada foi deixado ao acaso. E onde não há exemplo de material desajustado ou de qualidade mais duvidosa. Destaque, desde logo, para o volante que abandona o tradicional formato redondo para assumir uma oval.
A bordo do BMW iX estamos como num verdadeiro “salão”. A ideia foi justamente essa. Espaçoso e moderno, com pequenos pormenores em cristal, o interior tem contornos de elegância irrepreensível e também de grande utilidade. Caso do painel de instrumentos plano com ecrã curvo, que integra o conceito de informação e lazer do iDrive, do qual fazem ainda parte o Intelligent Personal Assistant, Head-Up Display e a Realidade Aumentada. Já os bancos parecem “extraídos” de um catálogo de imobiliário requintado. Tanto os dois da frente como os traseiros, onde, graças à ausência de túnel central, os passageiros gozam de uma amplitude de movimentos invulgar.
De referir ainda que, segundo a marca, comparado com um SAV com um potente motor de combustão, o BMW iX emite menos 45% de emissões de gases de efeito estufa no decorrer do ciclo de vida do veículo, graças a um abrangente conceito de sustentabilidade. A utilização de energias exclusivamente renováveis durante a produção, bem como a utilização de materiais naturais e reciclados – como os tapetes 100% fabricados em Econyl.
Design indestrutível
De frente, o BMW iX exibe uma “grelha” tecnológica”. Dada a sua essência elétrica de raiz, não necessita de “arrefecer”, pelo que a existência desta grelha poderia ser meramente figurativa, uma espécie de figura de estilo. Mas os engenheiros germânicos preferiram desenvolver uma solução tecnológica designada Sky Tech, composta por sensores e polímetros que permitem, inclusivamente, a sua autorregeneração. Como? Expliquemos. Em caso de uma pedra acertar e danificar a grelha “digital”, o sistema tem a capacidade para absorver o impacto e “reparar-se”.
100% elétrico de raiz
O BMW iX goza de uma aerodinâmica quase perfeita, uma vez que foi concebido de base para ser 100% elétrico. Como foi possível comprovar, nos poucos quilómetros que o Motor 24 fez em redor do Guincho, o comportamento em estrada é entusiasmante. E não falta, sequer, um som “fabricado”, claro está, mas que não soa a falso, dando uma clara sensação de potência crescente que se aprecia. A tração integral inteligente xDrive e o baixo centro de gravidade e à direção ativa integral são, também eles, potenciadores de momentos de diversão ao volante.
Por sua vez, o BMW iX xDrive40 (consumo de energia elétrica combinado no ciclo WLTP: 22,5 – 19,4 kWh / 100 km; emissões de CO2: 0 g / km) apresenta uma potência de 240 kW / 326 cv e uma autonomia até 425 quilómetros. A aceleração 0-100 km/h é de 6,1 segundos e a velocidade máxima está (também) limitada a 200 km/h.
A diferenciar as duas variantes, que chegarão às estradas nacionais já a 13 de novembro, está também o preço de venda ao público recomendado pela marca. Enquanto o BMW iX xDrive50 obriga a um investimento de 107.000 euros, o xDrive40 está disponível por €89.150. Para 2022, está agendada a chegada do BMW iX M60.
