As motos da série GS têm uma longa história, com a BMW a inventar o segmento de aventura com a R80 G/S que venceu logo no ano do seu lançamento o Rali Paris – Dakar com o piloto Hubert Auriol em 1981.
Avançando 43 anos, temos a R 1300 GS de 2024. Comecemos pelo design que na frente adota uma estética polarizante, muito marcada pelo novo farol com a forma de um X. O motor continua a ser o lendário boxer com dois cilindros, agora com 1.300 cc. A BMW Motorrad já o fabrica há mais de um século na Alemanha. A novidade é o tamanho dos pistões que medem agora mais de 10 cm de diâmetro cada um.
Como vem sendo hábito, a R 1300 GS continua a rodar com a combinação de jantes com 19 polegadas à frente e 17 “ atrás. Apesar de muitos fabricantes utilizarem configurações de jantes de 21/18 polegadas, a BMW aperfeiçoou esta configuração ao ponto da moto surpreender não só na estrada, mas também fora dela.
A GS continua a utilizar a configuração de suspensão caraterística da BMW que se diferencia da concorrência. Na frente está a suspensão dianteira telelever que separa as funções de direção e de amortecimento. Isto permite que a GS com 237 kg seja extremamente leve e ágil. Também proporciona uma resposta de amortecimento favorável, quer esteja a conduzir em terra batida ou em curvas suaves no asfalto.
Atrás, a GS utiliza a sua suspensão traseira paralever. Esta combina as funções de suspensão e transmissão de potência à roda traseira numa configuração elegante. Tem um bom desempenho e é surpreendente a suavidade com que passa por cima das irregularidades no piso. Se procura uma moto que o leve até ao fim-do-mundo com um nível extremo de conforto, esta R 1300 GS é a ideal. No entanto, ao mesmo tempo, quando está a conduzir em todo-o-terreno, os pontos de contacto da moto fazem com que se sinta como se estivesse a conduzir uma moto com um peso equiparado a uma 800 cc.
A ergonomia está no ponto certo, quando é necessário esta moto é fácil de conduzir de pé, apenas com as pernas, o guiador é largo e tem os controlos no sitio certo. O vidro frontal é elétrico, com um botão dedicado para subir e descer. O painel de instrumentos TFT pode ser complementado com o ConnectedRide Navigator, que passa a concentrar as funções de navegação e multimédia em apenas um ecrã ao nível dos olhos.
Em termos de eletrónica, como é habitual, esta R 1300 GS tem tudo o que é possível instalar numa moto, mais algumas funcionalidades que até agora só estavam disponíveis nos automóveis. Tem punhos aquecidos de série e bancos aquecidos opcionais para o condutor e passageiro, além de controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo.
O controlo de velocidade de cruzeiro é alimentado por hardware de radar montado na parte da frente da moto. Este mede a distância entre a moto e o veículo da frente. Isto permite-lhe gerir a velocidade, tal como acontece com a maioria dos automóveis novos equipados com esta tecnologia.
O hardware de radar também alimenta a eletrónica de atenuação de colisão frontal. Assim, digamos que está a seguir um veículo e, de repente, este desacelera. A BMW R 1300 GS tem uma lógica que permite acionar os travões para ajudar a mitigar um acidente. Não se trata de um sistema à prova de falhas para evitar colisões, mas é apenas um nível de tecnologia para ajudar os condutores a manterem-se seguros na estrada.