BMW X4 xDrive20d: mais dinâmico que o X3?

26/09/2018

Quando a BMW lançou a segunda geração do X4, prometeu mais caráter e um espírito mais desportivo. Será que corresponde à realidade?

A comparação direta do novo X4 com o seu antecessor dá uma ideia de dimensões mais encorpadas por parte da nova geração. No entanto, a verdade é que o crescimento é apenas marginal. Houve, sim, uma revisão geral no design, com traços mais condizentes com a nova linguagem estética da marca bávara, mas mantendo sempre um ar bem familiar e toda a identidade tipicamente BMW. Aqui pode ver o vídeo de uma comparação direta:

Já numa comparação direta com o seu irmão X3, pouco se perde em termos práticos, isto é, em espaço e capacidade de carga. A bagageira desta versão coupé tem uma volumetria de 525 litros – ampliáveis aos 1430 litros com o rebatimento dos bancos posteriores –, matéria em que revela, respetivamente, menos 25 e 170 litros de espaço relativamente àquele modelo. Não há bela sem senão…

A linha descendente do tejadilho, ponto em que estes irmãos mais se diferenciam, não prejudica a habitabilidade traseira (em altura), favorecendo antes a estética, graças a um aspeto menos ‘volumoso’, contribuindo igualmente para uma imagem mais dinâmica. Mas será que se confirma?

Mecânica de eleição

Como versão coupé, o X4 beneficia de uma suspensão ligeiramente mais firme. Isto faz com que o desempenho seja um pouco mais ‘desportivo’, ou seja, é mais consistente em apoio, inscreve-se com mais convicção em curva e incute um pouco mais de confiança numa condução empenhada. É um conjunto que proporciona uma condução satisfatória, tanto em estradas secundárias como em autoestrada, quer pela comodidade – pouca intrusão sonora do motor e boa filtragem da suspensão –, quer pelo tato dos seus comandos. Trata-se de um aspeto em que os modelos bávaros sempre vingaram, pois sobretudo direção e pedais revelam o peso certo sem se tornarem cansativos ao cabo de uma viagem longa.

A mecânica presente nesta versão combina um 2 litros turbodiesel com caixa automática de oito velocidades Steptronic e tração integral xDrive. Isto permite uma fusão de prestações, economia de combustível e uma segurança dinâmica ideal para um automóvel com caráter familiar, mas igualmente de todo-o-terreno light. Este turbodiesel, presente em quase todas as gamas do construtor germânico, é muito linear e convicto em aceleração, graças aos 400 N.m de binário, constantes entre as 1750 e as 2500 rpm.

A mais-valia deste conjunto é a fluidez na entrega de força, com a eficácia da caixa a dar um contributo notável

Esta responde em pleno à vontade do condutor, tanto em decisão como pela mudança correta a cada momento, ao passo que os comandos de patilha (no volante) tornam a condução mais intuitiva quando controlamos a transmissão à nossa maneira. Isto dá particular jeito para ‘modular’ um pouco os consumos. Dada a energia a baixo regime, é possível desmultiplicar mais cedo do que o modo automático – mesmo no programa de condução ECOPro –, para reduzir médias. Mesmo assim, é difícil fugir dos 8 l/100 km em cidade, enquanto em autoestrada obtivemos um registo de 6,8 litros. Apesar de serem valores positivos para um SUV – que tem mais de 1.800 kg de peso e uma área frontal que não beneficia a aerodinâmica –, estão longe daquilo que a BMW declara como consumos oficiais, discrepâncias que as novas regras de homologação WLTP procuram reduzir…

Espírito eclético

Quando o percurso ou o entusiasmo assim o exigem, o programa de condução Sport altera a resposta do acelerador, da caixa e da direção para maior prontidão, ideal para percursos sinuosos e rotas secundárias, sobretudo onde as ultrapassagens têm de ser completadas de forma segura.

Se os pneus de baixo perfil (mais vocacionados para estrada) e a menor altura ao solo desaconselham a grandes aventuras fora do asfalto, nem por isso o X4 se nega alguns passeios e pequenas incursões TT. O desempenho acaba por ser surpreendente, muito graças à ação do sistema de transmissão xDrive e principalmente se tivermos de recorrer ao Hill Descent Control.

Como versão coupé, que pretende ser mais exclusiva, o preço do X4 é naturalmente mais elevado que o do X3. Os 61.400€ da sua etiqueta não são convidativos, e é aqui que vinca mais a sua condição de premium. Se começarmos a somar equipamento opcionais, como teto panorâmico (1590€), o sistema de navegação Professional (2370€) e o pack X desportivo M (5950€), facilmente se percebe como este SUV coupé médio pode chegar aos 80 mil euros.

FICHA TÉCNICA

BMW X4 xDrive20d Auto
Motor: Diesel, quatro cilindros, injeção direta, TGV, intercooler
Cilindrada: 1995 cm3
Potência: 190 CV/4000 rpm
Binário máximo: 400 N.m/1750- 2500 rpm
Tração: Integral
Caixa: Automática de oito velocidades, conversor de binário
Aceleração (0-100 km/h): 8,0 segundos
Velocidade máxima: 213 km/h
Consumo médio: 5,4 l/100 km
Emissões de CO2: 142 g/km
Peso: 1815 kg
Preço base da versão (ensaiado): 61.400€ (80.198€)

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.