Contacto: Novo Renault Captur a gasolina é prova de evolução

08/11/2019

Com uma posição de liderança a defender no mercado europeu dos SUV compactos, o novo Captur prepara a chegada ao mercado repleto de novos argumentos, sendo o segundo modelo do Grupo Renault a utilizar a nova plataforma CMF-B (depois do Clio) num invólucro que não revoluciona no aspeto. No entanto, esta segunda geração do Captur dá um passo em frente em todos os aspetos, desde a qualidade à capacidade tecnológica, além de uma componente dinâmica mais evoluída.

Sabe-se bem que o novo Captur é modelo de ponta na Renault, apenas superado em importância pelo Clio na marca, pelo que o segundo capítulo na história deste SUV compacto teria de ser dado com a devida atenção por parte da companhia do losango. Foi precisamente isso que a Renault fez, concebendo um automóvel maior e mais espaçoso que melhora em todos os aspetos sobre a geração precedente.

Em termos de espaço, o novo Captur beneficia do crescimento de 11 cm no comprimento, beneficiando a sua habitabilidade e a capacidade de arrumação, com a Renault a apontar 536 litros de capacidade de bagageira, com os bancos traseiros adiantados 16 cm (fazendo-o como um todo), embora tal roube espaço aos passageiros nesses mesmos lugares. Ainda assim, um volume impressionante atendendo a que mede apenas 4227 mm de comprimento (2639 mm de distância entre eixos).

A plataforma CMF-B reveste-se de grande importância para a Renault na medida em que permite à Renault estabelecer três pilares fundamentais: a eletrificação da sua gama de modelos (com híbridos ‘normais’ e Plug-in), a conectividade (com serviços online e atualizações ‘over-the-air’) e a autonomização da condução, sendo um dos 15 modelos que, no final deste plano, irão dispor de tecnologias de condução autónoma.

A gama do novo modelo da Renault terá uma elevada variedade de motorizações à disposição (dos 95 aos 160 CV), sendo de notar que existirão versões a gasolina, Diesel, GPL e híbrida Plug-in, num compêndio que contempla ainda caixas manuais de cinco e de seis velocidades e automática de sete. No primeiro caso, as opções vão dos 100 aos 155 CV, enquanto os Diesel variam dos 95 aos 115 CV.

Como se comporta?

O nosso primeiro contacto com o novo Captur teve lugar nas estradas gregas a Sul de Atenas, onde a beleza das paisagens acaba por contrastar com a aridez das construções, muitas delas ainda a refletirem a crise que ainda vai dando sinais naquele país. Troços variados, mas em que o piso nalguns locais muito deteriorado ajudou a perceber que o novo modelo é ainda um exemplo de conforto de rolamento, embora aqui e ali se note também uma ligeira secura no amortecimento. No entanto, mostra uma postura estável em todas as ocasiões, com passagens em curva seguras e direção precisa, tirando partido de um bom chassis.

Para a ocasião da Grécia, apenas opções a gasolina com base no mesmo motor, o 1.3 TCe, mas em dois níveis de potência – com 130 CV e 155 CV. O primeiro estava associado a caixa manual de seis velocidades, mostrando rapidez já elogiável para uma utilização desafogada no dia-a-dia, afigurando-se como uma das propostas facilmente recomendáveis para a gama do novo Captur. O binário de 240 Nm às 1600 rpm assegura recuperações já bastante lestas, acabando por não ser obrigatório o recurso à caixa de velocidades de forma frequente. A aceleração dos zero aos 100 km/h cumpre-se em 10,6 segundos e a velocidade máxima está cifrada nos 195 km/h.

Para quem procurar um pouco mais de velocidade e de facilidade de utilização, importante para quem faça muitas viagens por vias com grandes desníveis ou com mais carga a bordo, o Captur de 155 CV de potência e 270 Nm de binário, apenas com caixa automática de sete velocidades (EDC), permite outra desenvoltura e prestações já próximas às de um aprendiz de desportivo, com a aceleração dos zero aos 100 km/h a fazer-se em 8,6 segundos para uma velocidade de ponta de 202 km/h. Esta versão permite patilhas atrás do volante para controlo sequencial e mais emotivo, mediante a pressão contínua na patilha do lado direito para ‘fixar’ o modo manual. As passagens rápidas de caixa permitem aproveitar a elasticidade desde motor turbo.

Em ambos os casos, os modos de condução Multi-Sense permitem variar entre o MySense (personalizável), Sport e Eco, embora as diferenças entre esses não sejam muito pronunciadas, atuando sobretudo ao nível da direção e da resposta do acelerador.

Em 2020 chegará o híbrido Plug-in E-Tech que, ao contrário do Clio, terá possibilidade de ligação à tomada – e apenas à doméstica de 220 V. A Renault não terá qualquer opção de ligação à rede pública, prevendo um tempo de carregamento na ordem das três horas e meia.

A posição de condução é alta e permite fácil visualização de todos os elementos por parte do condutor, com este a tirar partido daquilo a que a Renault dá o nome de ‘Smart Cockpit’. Este aposta num ecrã tátil central de 9.3 polegadas para os modelos mais equipados (em complemento ao de 7” na versão de entrada), sendo aqui que condutor e passageiro podem aceder ao multifacetado sistema Renault Easy Link, que conjuga multimédia, navegação (atualizações gratuitas por três anos), parâmetros de conectividade e sistemas Multi-Sense (para modos de condução) e ajudas à condução. De forma intuitiva e como num smartphone.

Para o condutor, está reservado um painel de instrumentos digital com duas possibilidades à escolha: ou de 7” ou de 10.2”, podendo variar consoante o modo de condução escolhido ou de acordo com as preferências do condutor. O grafismo com a navegação apenas será introduzido em janeiro de 2020.

Tecnologias de segurança aumentadas

O novo Captur também aumenta o leque de tecnologias de assistência à condução, destacando-se o Highway & Traffic Jam Companion, que mais não é do que um sistema de condução semiautónoma de nível 2, deixando ao controlo do veículo a distância para o carro da frente, a direção e a velocidade em situações de autoestrada. Na prática, combina o cruise control adaptativo com função Stop&Go e assistente de manutenção na via. Funcionando de forma competente, não tem como finalidade que o condutor largue o volante por muito tempo, emitindo alerta visual para que sejam recolocadas as mãos no volante ao fim de uns escassos segundos.

A componente de personalização volta a ser chamariz nesta nova geração do Captur, sendo propostas um total de 90 combinações exteriores, 18 combinações do interior e oito ambientes luminosos no habitáculo. As jantes podem chegar às 18 polegadas.

Quanto a preços, ainda nada se sabe, esperando-se sejam definidos nas próximas semanas, ao passo que as primeiras entregas serão feitas em janeiro de 2020.

Ficha técnica
1.3 TCe GPF EDC

Motor: 1333 cc, quatro cilindros, injeção direta, turbo, intercooler
Potência: 155 CV às 5500 rpm
Binário: 270 Nm às 1800 rpm
Transmissão: Dianteira, caixa automática de sete velocidades
Velocidade máxima: 202 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 8,6 s
Emissões de CO2: 120 g/km

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