É por demais conhecida a tradição da Opel com as carrinhas compactas, que se iniciou em 1953, com a Olympia Rekord Caravan, num total de 11 gerações de carrinhas que também abarcaram a anterior Kadett. A Astra Sports Tourer é a revelação da nova fase da Opel, adaptando não só as novas linhas de design que da marca, como o Opel Vizor na dianteira, mas também a tecnologia de eletrificação que é cada vez mais premente na indústria automóvel.
Em comparação com a versão de cinco portas, a carrinha alonga-se no comprimento, mas não se demarca esteticamente de forma substancial. A principal alteração de design passa pela mudança da placa de matrícula do para-choques na versão de cinco portas para a tampa da bagageira na carrinha, sendo esta mudança causada pela necessidade de baixar o patamar de carga da bagageira. Os farolins são exatamente os mesmos da versão ‘hatchback’ de cinco portas, o que quer dizer que há aqui uma poupança de custos, mas também uma uniformização identitária na nova carrinha – torna-se inconfundível.
Com 4642 mm de comprimento, a nova carrinha Astra Sports Tourer é 268 mm mais comprida, enquanto a distância entre eixos é de 2732 mm, ou seja, mais 57 mm, o que melhora a habitabilidade a bordo. O maior comprimento também permite ganhar área para bagagens, com 597 litros (516 litros no híbrido PHEV), chegando aos 1634 litros com o rebatimento dos bancos traseiros (1553 litros no híbrido).
A versão PHEV conta com zona de arrumação para os cabos sob o piso da mala. Entre as soluções mais funcionais, destaque para a possibilidade de rebatimento dos encostos dos bancos traseiros a partir do interior e para a abertura elétrica do portão da bagageira, podendo também ser ativado pelo movimento do pé.
Qualidade reforçada em interior mais ‘limpo’Face à versão anterior, o novo Astra regista um progresso assinalável na qualidade da insonorização a bordo e também na forma composta como enfrenta todos os tipos de piso, transmitindo uma ótima sensação geral de solidez.
O primeiro ponto a destacar é que a posição de condução é bastante boa e fácil de alcançar, não faltando também algum sentimento de familiaridade dada a partilha de alguns comandos com modelos como o Peugeot 308. Porém, ao contrário deste, há também uma otimização na ergonomia, sobretudo quando se compara o ‘i-Cockpit’ da Peugeot com o ‘Pure Panel’ da Opel, que tem uma visualização mais fácil do painel de instrumentos, que é também digital.
A versão eletrificada do Astra Sports Tourer está disponível com uma potência combinada de 180 CV e binário máximo de 360 Nm, para consumos médios de 1,0-1,2 l/100 km e emissões de CO2 de 22-26 g/km. Graças a à bateria de iões de lítio compacta (12.4 kWh), pode percorrer até 60 quilómetros (de acordo com as normas WLTP) em modo puramente elétrico. Em ambiente urbano, a autonomia em modo elétrico pode exceder os 70 quilómetros (72), cumprindo assim muitos dos percursos diários de uma grande parte dos condutores sem qualquer emissão poluente.
Quanto às prestações, a versão híbrida reforça, de forma natural, o compromisso para com o refinamento, dada a capacidade de percorrer facilmente um valor de 50 quilómetros sem emissões, oferecendo também um desempenho muito lesto quando é preciso ganhar velocidade com rapidez. Os 360 Nm de binário garantem-lhe também uma capacidade de resposta muito boa, enquanto o motor de combustão é suave no seu funcionamento e pouco percetível em termos de sonoridade. Nota-se que houve uma grande preocupação com a noção de refinamento a bordo, o que é bem-vindo no caso de uma carrinha familiar.
O carregamento de zero a 100% demora menos de duas horas (1h55) quando equipado com o carregador de bordo de 7.4 kW.
Muito equilibrado e seguro, vale-se de comportamento preciso e de direção precisa para agradar a quem aprecia reações mais dinâmicas sem comprometer o conforto. O foco no comportamento mantém-se, recebendo afinações específicas no caso desta versão para assim manter uma dinâmica mais apurada e à prova de autoestrada – um credo que a Opel utiliza para recordar que na Alemanha as autoestradas não têm limite de velocidade nalguns dos troços e que, assim, obrigam a elevada estabilidade e confiança na condução.
Aliás, curiosamente, as versões ensaiadas neste breve contacto em Lisboa contavam com um autocolante que dizia ‘Velocidade Máxima 240 km/h’. É bom saber…
Para a viagem de regresso a Lisboa, a versão a gasolina de 130 CV foi a escolhida, associada a caixa automática de oito velocidades. Aqui, a pujança é naturalmente menor do que a motorização híbrida de 180 CV, mas ainda assim, é de salientar a boa resposta mercê também de uma boa elasticidade do motor e do correto escalonamento da caixa automática, que trata de manter o motor 1.2 turbo na sua faixa de utilização mais aproveitável.
Há coisas que estão em constante mudança e outras que permanecem fundamentalmente na mesma, como é o caso da ambição familiar da Opel no segmento das carrinhas.
A nova geração do Astra Sports Tourer dá continuidade a um legado histórico de carrinhas que a Opel protege de forma atenciosa, oferecendo neste caso uma importante multiplicidade de opções em termos de motor, sendo que a versão híbrida destaca-se pelo potencial de poupança e pelas competências de utilização em condução mais dinâmica.
Muito refinada e com um comportamento sólido pautado pela estabilidade e pelo conforto, a nova carrinha pode muito bem ser uma escolha a ter em conta para quem procura estilo impactante e qualidade de vida a bordo.
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