Contacto Toyota Aygo 1.0 VVT-i: Sem medo dos apertos da cidade

08/06/2018

O aviso foi repetido por diversas vezes ainda antes de colocarmos as mãos no renovado Toyota Aygo no evento de apresentação que teve lugar na cidade de Copenhaga, na Dinamarca: tenham muito cuidado com os ciclistas, que “circulam um pouco por todo o lado, pelo que quando quiserem mudar de direção – seja para a esquerda ou para a direita – vejam sempre se vem lá algum”. O aviso fazia sentido: a cidade dinamarquesa está repleta de ciclistas. Mas também de carros. E o Aygo parece um ‘peixe na água’ neste terreno…

Lançado em 2014, o Aygo depressa marcou uma posição forte no segmento A, demarcando-se pelo seu estilo irreverente com o ‘X’ na frente. Agora, aproveitando o facelift que trouxe algumas novidades relevantes, fomos à Dinamarca para conhecer mais do Aygo, que continua a ser um dos modelos mais importantes para a Toyota na Europa: em 2017, a sua quota de mercado no Velho Continente foi de 6,6%, muito em linha com aquilo que se passa em Portugal, onde o Aygo tem contado com uma prestação bastante positiva.

Nem só de estética se trata esta renovação do Aygo, uma vez que o modelo da marca nipónica revela melhorias nas suas prestações e dinâmica de condução tendo em vista uma agilidade urbana ainda maior, ao mesmo tempo que beneficia de uma redução acentuada dos níveis de NVH (Ruídos, Vibrações e Asperezas) para aumentar o conforto a bordo, graças a mais materiais de isolamento e absorção adicionados ao tablier, pilares A, portas e vão traseiro. Ao cabo de cerca de uma centena de quilómetros ao volante deste citadino, percebe-se que aquele que foi um dos objetivos de David Terai, o engenheiro-chefe do Aygo, foi alcançado, tornando a vivência a bordo muito bem isolada dos ruídos exteriores.

O motor de 998 cm3 de três cilindros VVT-i de 12 válvulas foi atualizado, passando a respeitar a norma anti-poluição Euro 6.2 TEMP e passa a ter agora uma maior entrega de binário em rotações mais baixas. Beneficia de um novo sistema de duplos injetores, de uma superior taxa de compressão, de uma série de novos componentes de baixa fricção, de um sistema de recirculação de gases de escape refrigerado (EGR) e de um veio de equilíbrio melhorado para reduzir a vibração ao ralenti. Debita agora 72 CV (um ligeiro aumento de 3 CV) às 6000 rpm e 93 Nm de binário às 4400 rpm, acelerando dos zero aos 100 km/h em 13,8 segundos. A velocidade máxima está cifrada nos 160 km/h.

‘Dar no duro’ na cidade

Ao volante na cidade de Copenhaga, comprovámos as qualidades dinâmicas do Aygo em ambiente urbano, apresentando acelerações lestas até aos 60 km/h, sendo por isso um modelo ‘mexido’ e competente para essas deslocações. Fora das cidades ou em autoestrada, as recuperações ‘pedem’ alguma paciência ao condutor, sendo muito mais prático recorrer à caixa manual de cinco velocidades, curta e direta no manuseamento. Até porque basta olhar para os quase 14 segundos da aceleração dos zero aos 100 km/h para perceber que correrias não é com ele.

Tirando partido de novas afinações da suspensão e de software de direção atualizado, com o intuito de reagir de forma mais rápida e precisa às solicitações do condutor, a abordagem às curvas é interessante. Por um lado, oferece conforto em quase todos os tipos de piso – mesmo em lombas mais altas – e, por outro, revelou equilíbrio salutar em viragem, mesmo que não tenha pretensões em ser desportivo. A direção tem bom feeling e é sobretudo um modelo de fácil condução. Porém, para melhor apreciação será preciso esperar por um ensaio em solo nacional, até porque entre percursos urbanos e de autoestrada, houve pouco mais do que rotundas para experimentar a estabilidade direcional.

Nota para o facto de ter um consumo médio anunciado de 4,2 l/100 km, não dispondo por opção do importador da versão ECO, a qual revelava consumo é emissões ligeiramente inferiores graças à duas últimas relações de caixa mais longas, pneus de baixo coeficiente de resistência ao rolamento (RRC), Stop & Start e melhorias aerodinâmicas.). Respeitando já a nova norma Euro 6.2, tem emissões homologadas de CO2 de 93g/km. Ainda assim, sem muitas preocupações com os consumos, obtivemos uma média na casa dos cinco litros baixos.

O preço de partida está nos 11.295€, embora os preços ainda não estejam fechados, ainda que a Toyota garanta que o aumento será de apenas 1% nos preços face ao atual.

FICHA TÉCNICA
Motor: Gasolina, três cilindros em linha, turbo, intercooler
Cilindrada: 998 cm3
Potência: 72 CV às 6000 rpm
Binário máximo: 93 Nm às 4400 rpm
Suspensão Dianteira: Multibraços, independente McPherson
Suspensão Traseira: Barra de torsão
Tração: Dianteira
Caixa: Manual, cinco velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 13,8 segundos
Velocidade máxima: 160 km/h
Consumo médio: 4,2 l/100 km
Emissões de CO2: 93 g/km
Peso: N.D.
Bagageira: 168 litros
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3465/1615/1460
Distância entre eixos (mm): 2340
Preço base: 11.295

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