Contacto Volkswagen T-Cross 1.0 TSI: Conduzir a irreverência

14/03/2019

O aspeto jovial e irreverente não deixa grandes dúvidas de que a Volkswagen está a apostar numa faixa de clientes mais jovem, precisamente com a carroçaria SUV mais compacta a ser apontada àqueles que fazem das redes sociais uma segunda casa… virtual.

O plano para o T-Cross é, portanto, chamar as jovens famílias, acenando com o ‘chamariz’ do espaço a bordo, conectividade elevada, segurança e funcionalidade. Sem esquecer, claro, o preço contido que lhe permite figurar em listas de compras dos SUV da moda. A Volkswagen admite que é para esses, mas não apenas.

Também poderá apelar àqueles que, mais velhos, procuram um modelo cómodo, compacto e com posição de condução elevada. Tudo critérios que a marca destaca no novo T-Cross, o membro mais recente da família ‘T’, que já conta com o T-Roc, Tiguan, Tiguan Allspace e Touareg. Os genes estão todos lá, para uma identidade que é obviamente partilhada por todos eles, mesmo que tenham orientações vincadamente diferentes.

No caso do T-Cross, porém, mais arrojo estético, apresentando a identidade que a Volkswagen irá incutir nos seus futuros automóveis que, já se sabe, terá um peso muito grande de elétricos e eletrificados. Mas, na apresentação do T-Cross não se falou disso. Baseado na plataforma MQB A0, o T-Cross recebe as mesmas valências que o Polo, mas também que o SEAT Arona ou o Skoda Kamiq, apenas para citar dois dos mais pequenos SUV com que terá de batalhar neste populado segmento.

Mas, afinal, como se traduz esta aposta na jovialidade quando é chegado o momento de conduzir? A resposta é dada por um conjunto de eficácia assinalável, assente num compromisso acertado entre conforto e dinamismo, com um bom controlo da carroçaria em curva e direção informativa e direta, embora se note que o T-Cross não é um desportista. Mas é fundamentalmente um bom compromisso de equilíbrio de condução, permitindo toadas rápidas, auxiliada por uma suspensão firme, mas não em demasia. Em Palma de Maioria, local onde as marcas continuam a apostar na apresentação de novos modelos, o percurso teve pouco de desconforto (um exemplo de estradas bem tratadas), mas essencialmente ficou uma boa impressão inicial.

Boa impressão também para os motores ensaiados, neste caso apenas os dois blocos TSI a gasolina, ambos de três cilindros e injeção direta. As diferenças entre as opções de 95 e de 115 CV não são muito evidentes, cabendo à segunda proposta um maior desafogo nas prestações, tanto em aceleração como em recuperações, aqui servindo de vantagem o facto de contar com caixa manual de seis velocidades (face à de cinco do motor de 95 CV) e do binário superior (200 Nm contra 170 Nm).

Valoriza-se, por isso, a maior noção de dinamismo com o motor de 115 CV, podendo servir melhor para quem efetua muitos percursos com variação de altitude ou quem viaja mais com o carro cheio de forma constante. O motor mais potente beneficia ainda de tecnologia de modos de condução, com variação de parâmetros do chassis, como a resposta do acelerador, direção ou climatização. À escolha do condutor, destaque para os modos Sport e Eco, um mais desportivo e outro para maior ecologia.

No primeiro contacto por Maiorca elogie-se ainda o consumo bastante comedido, ficando na fronteira entre os cinco e os seis litros por cada 100 quilómetros. Ainda assim, aponte-se, houve pouco percurso de cidade e muita via rápida para este contacto inicial.

Boa ergonomia geral dos comandos (destaque para o posicionamento do ecrã central tátil), qualidade de rolamento e de montagem e boa visibilidade proporcionada pela posição de condução mais elevada ajudam numa condução ágil e eficaz, sem perder a noção de conforto que pode atrair muitos clientes. Enfim, é um Volkswagen…

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