A expressão, em boa verdade, foi da autoria do Editor Executivo do Motor24, Jorge Flores, com quem falava sobre as capacidades do novo Dacia Duster, que vai agora na sua segunda geração com o reforço dos ideais e capacidades da primeira, mas com grandes mudanças que traduzem um modelo mais maduro e competente em todas as suas áreas.
O estilo está mais evoluído, garantindo um aspeto robusto, qualquer que seja o ângulo por que é observado. Na dianteira, a integração entre a grelha e os faróis (com luzes diurnas LED) dá musculatura, reforçada pela proteção inferior do para-choques dianteiro em cinzento. Atrás, repete-se a proteção inferior em cor contrastante, enquanto os farolins evoluem do anterior Duster, mas trazem à memória também os do Jeep Renegade.
Por dentro, repete-se a tónica de robustez e solidez geral. Cumpre exemplarmente, mas não foge ao que se pode esperar de um modelo de custo mais acessível, primando pelos plásticos rijos em praticamente todas as áreas – escapam os forros das portas, junto às pegas interiores. No entanto, se dominam os plásticos rijos, a impressão que passa é de que a construção é robusta e de qualidade superior. Nota, para o desenho mais moderno da consola central e para o volante com boa pega.
Na versão ensaiada, a Prestige, há depois uma série de elementos tecnológicos que incrementam o apelo do Duster, com destaque para o sistema Media Nav com GPS, ligação aos smartphones, Bluetooth e compatibilidade com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto. Há também câmaras traseira, dianteira e nos dois espelhos que transmitem imagens das laterais do veículo, sistema de deteção de obstáculos no ângulo morto e sensores de estacionamento traseiro, de luminosidade e de chuva.
O espaço a bordo é folgado para todos os ocupantes, sobretudo atrás, em que há espaço mais do que suficiente para as pernas, altura e em largura para três passageiros.Motor com tanta genica
A mecânica escolhida para movimentar este Duster é a bem conhecida 1.5 dCi de 115 CV, neste caso associada a sistema de tração integral com bloqueio de diferencial eletrónico. Surpreendentemente, oferece tanta genica que parece ter bem mais do que os 115 CV, reagindo com impetuosidade em aceleração logo a partir das 1500 rpm, lançando-se vigorosamente para a frente. Por vezes, talvez até com um pouco mais de impetuosidade do que o esperado (arrancar em segunda até é fácil…), mas se há algo que não se pode acusar este Duster é de falta de energia. Para reações tão prontas muito contribui o escalonamento de caixa curto, que permite, por exemplo, rodar a 55 km/h em quinta velocidade.
A energia inicial tão intensa vai depois esbatendo-se com a subida do ponteiro das rotações, pelo que nunca será do interesse esticar as mudanças para valores acima das 3000 rpm, um facto que apenas irá aumentar os consumos que, bem a propósito, são comedidos numa utilização quotidiana habitual. É possível obter uma média de 5,8 l/100 km com condução perfeitamente normal, o que é um valor bastante interessante para um modelo com aptidão 4×4. A insonorização está bem conseguida, sobretudo a velocidades intermédias e altas, em que o ruído do motor passa quase despercebido.
Instalados em posição de condução necessariamente elevada, é fácil de obter um bom compromisso, graças à regulação do volante em altura e profundidade. A condução é simples e segura, mostrando suavidade e competência na absorção de mau piso, privilegiando assim o conforto. Esse é o seu forte, efetivamente, até porque é notória a inclinação da carroçaria em curvas feitas com maior velocidade, embora a segurança das trajetórias não saia prejudicada (desde que não se abuse das suas pretensões desportivas), até porque esta versão dispõe de suspensão multibraços atrás. Aquilo que denota, porém, é alguma falta de precisão que não convida a exageros ao volante, mas antes a uma condução tranquila.
A maior suavidade no amortecimento também agrada fora do asfalto, conseguindo lidar com pisos de todo-o-terreno mais duros graças à tração integral 4×4 (com comando rotativo na consola central para seleção de modos – 2WD, Auto e Lock/Bloqueio de Diferencial) e à altura livre ao solo (bem como os bons ângulos de ataque e de saída). Este último divide a potência entre os dois eixos equitativamente, desligando-se a mais de 60 km/h. Não falta, também, um auxiliar de velocidade em descidas íngremes.
O pacote completo deste Duster em nível de equipamento mais recheado Prestige traz tudo o que é necessário num SUV moderno com um preço de 24.495€.
VEREDICTO
Proposta altamente evoluída face ao modelo anterior, o Duster está muito mais abrangente e apelativo em todos os seus campos, sobressaindo pela maior noção de qualidade percebida, condução suave, motor com respostas fugazes e economia muito aceitável, além de tecnologias que aportam maior competência geral. A motorização turbodiesel de 115 CV exibe fulgor assinalável, perdoando-se alguma da sua impetuosidade pela elasticidade oferecida.
Características | Dacia Duster Prestige Blue dCi 115 4×4 |
---|---|
Motor | Turbodiesel, 1.461 cc, injeção direta, TGV, intercooler |
Potência | 115 CV às 4000 rpm |
Binário | 260 Nm às 1750 rpm |
Transmissão | Integral não permanente, caixa manual de seis velocidades |
0-100 km/h | 12,1s |
Velocidade máxima | 175 km/h |
Consumo (anunciado/medido) | 4,7 l/100 km (5,8 l/100 km) |
Emissões CO2 | 152 g/km (WLTP combinado) |
Peso | 1.395 kg |
Suspensão (Fr/Tr) | Independente McPherson/Independente multibraços |
Mala | 411/1444 litros |
Pneus | 215/60 R17 |
Preço | Preço: 24.495€ |
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.