Ensaio Ford Mustang: Eu sou a lenda

07/11/2018

A atualização da lenda americana perde potência na sua versão mais acessível, mas ganha refinamento e diversão ao volante. E custa menos de 60 mil euros

O Ford Mustang é uma autêntica lenda e corporiza o espírito do muscle car americano – um desportivo corpulento, com grandes motores e uma frente tão comprida como um destroyer da marinha americana.

Para a Europa, que tem outros padrões em matéria de carros, a Ford preparou uma nova geração do Mustang, que basicamente se traduz em alguns apuramentos estéticos, cimo a frente mais baixa e afilada e sobretudo em reforço de equipamento de segurança e de entretenimento.

Outra caracteristica importante para os europeus é um motor mais compatível com as afiadas fiscalidades. Além do tradicional V8, que se mantém na oferta, o motor de quatro cilindros Ecoboost com 2261 cm3 de cilindrada e 290 cv permite à Ford colocar no mercado europeu um genuíno carro americano com um preço imbatível nesta classe de desportivos descapotáveis. Uma versão mais despida do Mustang custa menos de 60 mil euros, valor que pode rapidamente subir quando se começa a percorrer o catálogo da Ford Performance. Diferencial autoblocante, travões Brembo com discos maiores, kit de performance do motor que permite elevar a potência em cada regime e ainda um sistema de amortecimento variável magnético chamado Magnetic Ride.

Com estas “vitaminas”, rapidamente nos esquecemos que o motor é apenas de quatro cilindros, já que o Mustang consegue ganhar maior vivacidade e uma resposta em todos os regimes, o que dá um cheirinho das emoções só acessíveis com o motor V8. A caixa responde com precisão e em cada subida de regime pode sentir-se um ligeiro empurrão nas costas, que é resultado da função overboost introduzida neste modelo para compensar a perda de potência em relação à geração anterior (menos 20 Cv, mas mais binário). Como imponente descapotável de quatro lugares (nos dois de trás podem viajar duas pessoas de estatura média), este Mustang pode desfrutar-se a andar devagar por uma marginal costeira, desde que o piso seja bom o conforto de rolamento está assegurado, ou então, num ritmo mais “Fúria de Viver”, em que o novo Mustang mostra ter um comportamento mais preciso e refinado do que o seu antecessor. A diferença de emoções ao volante também se reflete nos consumos. É possível fazer médias de 7 litros em ritmo de passeio ou de 14 ou 15 litros quando entramos em modo “músculo”, que são também modos de condução que podemos escolher e que alteram os parâmetros da condução. Não sendo um ágil desportivo para estradas de montanha, o Mustang está longe de corresponder ao protótipo do espadalhão americano que só é bom para fazer retas. É um descapotável com personalidade, relativamente confortável e divertido de conduzir.

Ficha técnica

Cilindrada 2261 cm3

Potência 290 Cv

Velocidade Máxima 233 km/h

Consumo médio 12,1 l

Preço base 56 778 euros

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