Poder-se-ia falar de muitos campos de destaque sobre o novo Insignia Grand Sport, mas um dos que mais impressiona é mesmo o da compostura de condução. O novo modelo é ágil, respondendo com decidida obediência aos impulsos do volante e aqui fica logo bem patente uma grande evolução deste modelo germânico. Conta, obviamente, com outros pontos fortes, como a habitabilidade reforçada, a bagageira mais ampla e a enorme panóplia de tecnologias que traduzem uma aposta mais forte na área da conectividade e da segurança.
Num segmento que é dominado pelas marcas alemãs, o Insignia cumpre logo com o primeiro requisito – é alemão e faz alarde desse seu estatuto! Considerações à parte, este novo Opel não repousa sobre louros conceptuais. Antes pelo contrário, o Insignia tem muitos atributos reais que o tornam num concorrente de pleno direito do mercado dos executivos Premium, rivalizando sem medos com propostas oriundas da Audi, BMW, Mercedes-Benz e, num espetro mais alargado, também da Volvo – porque no Norte europeu também ninguém esqueceu como é que se fazem carros de elevadíssima qualidade.
Sensação de ligeireza
Aos primeiros metros, o Insignia adota logo uma postura dinâmica, com movimentos de carroçaria mais decididos em virtude de um acerto de chassis (suspensão e direção) que contempla eficácia e notória qualidade de rolamento – seja em estrada aberta, seja até em terreno urbano, que nem seria aquele onde o Insignia ‘gostaria’ de passar o seu tempo
Há conforto para os ocupantes e dinamismo suficiente para levar esta berlina de forma muito satisfatória em estradas sinuosas, com passagens em curva seguras e um trabalho de amortecimento que deixa o veículo com uma nota muito positiva neste âmbito. Pela maneira como processa as transferências de massa em curva, o novo Insignia Grand Sport está um carro bastante diferente do seu antecessor. Para melhor. Naturalmente, a ‘dieta’ a que foi sujeito (até 175 kg a menos consoante o modelo), ajuda neste desiderato. Alie-se um sistema de direção muito preciso e a ‘receita’ está completa. Poderá não oferecer a diversão que alguns rivais oferecem, mas, pesando todos os seus atributos ao volante, sai-se muito bem.Ajudando ao comportamento, nota para o sistema FlexRide (opcional por 1000€), uma solução que, não sendo inovadora, é continuamente aprimorada, traduzindo uma alteração de carácter que resulta muito bem com os modos Tour (mais confortável) e Sport (mais firme), tendo um modo Normal (por defeito) que concilia as duas vertentes. Este sistema ganha distinção por intermédio da resposta do acelerador, pela atuação da direção e pela variação no amortecimento, que permitem abordagens diferentes do condutor consoante a sua vontade. Desta forma, possibilita um maior conforto quando é necessário em estradas mais disformes no piso e uma resposta mais eficaz em percursos sinuosos. O que é verdadeiramente de salutar.
Energia de topo
Quanto ao motor, este é possivelmente um dos motores mais enérgicos do segmento Diesel. Com 170 CV e 400 Nm de binário disponíveis logo às 1750 rpm, o Insignia Grand Sport tem ímpeto tanto nas fases de aceleração, como de recuperação, não quedando muito longe daquilo que seria de esperar de um desportivo Diesel se este o fosse de forma declarada. Havendo um aspeto a destacar, esse tem de ser a sua elasticidade e resposta a baixas rotações, galgando metros de maneira muito agradável e subindo de velocidade com enorme desembaraço. Acaba por ser também um bom aliado para o chassis.
Por outro lado, fá-lo sem fazer pesar o prato dos consumos naquele que é o difícil equilíbrio da equação entre prestações e eficiência. No nosso ensaio, o registo de 6,4 l/100 km evidencia uma simpática poupança de combustível (média anunciada de 5,2 l/100 km). A caixa de velocidades manual de seis relações tem escalonamento muito acertado, mesmo que o manuseamento pudesse ser melhor.
O Insignia Grand Sport tem agora 4897 mm de comprimento, 1863 mm de largura (sem espelhos) e 1455 mm de altura, valores que, no geral, se traduzem numa boa gestão do espaço interior. Sobretudo atrás, impressiona a amplitude disponível para as pernas dos ocupantes, logrando mesmo rivalizar com rivais como o Skoda Superb ou os Volkswagen Arteon/Passat tanto nessa vertente, como também na altura. E mesmo a largura é apreciável, acomodando com relativa facilidade três ocupantes nos bancos traseiros.
A bagageira beneficia do portão traseiro de grandes dimensões, revelando 490 litros de capacidade, que são já mais do que suficientes para uma família de dimensão média (o pneu suplente está sob o piso de carga). Com o rebatimento dos encostos dos bancos traseiros, atinge mesmo os 1450 litros de capacidade.
A nível de qualidade, referência para os bons materiais utilizados e para a insonorização geral, sobretudo em autoestrada, oferecendo dessa forma um ambiente muito tranquilo a bordo em viagens mais longas.
Tudo isto por um valor de base que é de 43.880€, o que coloca o Insignia Grand Sport como uma proposta muito em conta com uma relação preço/equipamento de altíssimo gabarito. Entre os opcionais de destaque na unidade ensaiada, nota para o FlexRide (1000€), ‘head-up display’ com projeção de informações importantes (e personalizáveis) de condução e navegação (800€), sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (100€), Opel Eye com radar para o cruise control adaptativo (1000€) e o Pack OPC Line II para um visual mais desportivo (volante com base plana, pedais em alumínio, spoiler traseiro e jante sde 20″) com um custo de 2000€.
VEREDICTO
Mais do que uma única característica, o Insignia Grand Sport destaca-se pelo seu aglomerado de virtudes sólidas, desde a qualidade geral do rolamento à competência de construção do interior, passando ainda por um motor desenvolvido a pensar para quem gosta de ritmos mais altos sem ter de gastar muito no gasóleo. Com um chassis projetado para ser muito eficaz na abordagem aos diferentes tipos de estrada, o Insignia GS oferece ao seu condutor uma dinâmica que é das mais interessantes na sua classe, sobretudo quando equipado com o sistema FlexRide.
A tecnologia incorporada é mais uma razão de monta, tal como a versatilidade, mesmo no caso da berlina (sabendo-se que existe ainda uma carrinha de maiores competências familiares). Em suma, ao reformular o Insignia para esta nova geração, a Opel acertou em cheio com um modelo de pleno (e fortíssimo) direito a ambições Premium. Ou não fosse também a Opel uma orgulhosa portadora do ADN teutónico de qualidade e engenharia.
Motor 1956 cc, 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo de geometria variável, intercooler
Potência 170 CV/3750 rpm
Binário 400 Nm/1750-2500 rpm
Transmissão Caixa manual de 6 velocidades, tração dianteira
Aceleração 0-100 km/h 8,7 seg.
Velocidade máxima 226 km/h
Consumo médio 5,2 l/100 km
Emissões CO2 136 g/km
Comprimento/largura/altura 4897/1863/1455 mm
Distância entre eixos 2829 mm
Peso (c/ condutor) 1582 kg
Bagageira 490-1450 litros
Depósito de combustível 62 litros
Suspensão dianteira Independente McPherson
Suspensão traseira Independente multilink
Preço base 43.880€ (ensaiado: 54.525€)
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