A Opel não poupou esforços na produção deste seu novo Insignia e, depois de ter ‘brilhado’ com o novo Astra (que teve em Pedro Lazarino o supervisor do projeto), repetiu a façanha com o Insignia. Aspeto ao qual se dedicou muita atenção foi à redução do peso. Face à geração anterior, a carrinha chega a perder 200 kg consoante a versão. No caso da variante ensaiada, comparativamente com igual motorização da geração anterior, a dieta é mais ténue, mas ainda assim significativa: há uma diferença de 127 kg entre uma carrinha e outra, o que faz muita diferença no aproveitamento do motor 1.6 Diesel de 136 CV e da própria possibilidade de afinação do chassis. E que chassis!
A nova carrinha tem um equilíbrio exímio entre conforto e dinâmica, o que lhe permite responder de forma decidida às ordens do condutor por intermédio de uma direção muito direta e informativa sem que perca, em momento algum, uma eficaz compostura na filtragem das irregularidades do mau piso. Graças à já mencionada agilidade, a carrinha tem ótima inserção em curva, com os dois eixos a trabalharem em conjunto para passagens em curva muito equilibradas e com algum entusiasmo, até, na condução.
A grande cura de emagrecimento a que a nova geração Insignia foi sujeita sente-se (e bem) ao volante
A sua dinâmica sai, também, muito beneficiada pelo motor 1.6 Turbo D de 136 CV que, embora transite da anterior geração, tem aqui uma eficácia elogiável que poderá muito bem representar a escolha ideal para a grande maioria dos utilizadores, sem que exista qualquer receio de que fique aquém das expectativas. Rápido na progressão desde regimes mais baixos, destaca-se mesmo pelo facto de ter uma elasticidade digna de registo, com os 320 Nm de binário máximo a surgirem às 2000 rpm, mas muito do seu vigor a aparecer muito antes, logo em redor das 1500 rpm, o que permite dessa forma aumentar facilmente o ritmo caso seja necessário. Aliás, essa é também uma das suas mais-valias. Nos casos em que seja necessário um ganho de velocidade mais premente, por exemplo, em ultrapassagem num curto espaço, o recurso à muito fácil de manusear caixa de seis velocidades é importante. Com escalonamento correto, é aliada na condução.
Se na parte das prestações, a Insignia Sports Tourer está longe de desanimar (como atestam, aliás, os 10,7 segundos da aceleração dos zero aos 100 km/h), também nos consumos surpreende pela positiva. Ora, a marca anuncia um consumo ponderado de 4,5 l/100 km e no nosso ensaio, com condução próxima da real (100 quilómetros com 45 divididos por autoestrada e nacional e os restantes 55 em cidade) a devolverem um valor de 5,6 l/100 km.
Interior mais requintadoFace ao anterior Insignia, a nova geração prima por maior simplicidade de comandos, reduzindo-os em número e complexidade de manuseamento. O grande centro operacional é agora o ecrã tátil na consola central de 8 polegadas do sistema IntelliLink Navi 900, reunindo-se aí a grande maioria das funcionalidades do veículo, embora mantendo de fora – e bem – os comandos da climatização e sistemas de assistência à condução, situados pouco à frente da alavanca da caixa de velocidades.
Ao nível dos materiais, a Opel dotou este modelo de revestimentos de elevada qualidade, notando-se um grande esforço na obtenção de um ambiente agradável para os passageiros, verificando-se também muitos revestimentos macios ao toque. Para o condutor, nota também para o sistema head-up display de elevada funcionalidade, que transmite as informações principais (adaptáveis) no para-brisas, permitindo ao condutor não tirar os olhos da estrada. Através dele, é possível ver a velocidade, as rotações do motor, a navegação ou a faixa de áudio.
Quanto a espaço, com os 4986 mm de comprimento da carrinha, os passageiros beneficiam de muita amplitude em todas as cotas, tanto para as pernas, como em altura e em largura, sendo uma boa solução para quem tem uma pequena família, até porque a bagageira tem uma capacidade verdadeiramente positiva, com os seus 560 litros (ou 1665 com o rebatimento dos bancos traseiros) e formato regular. A abertura da tampa da bagageira tem acionamento elétrico e função de abertura com o pé – bastando passá-lo sob o para-choques traseiro num local específico e que é iluminado no chão – mas nem sempre funciona na perfeição.
VEREDICTO
Mostrando uma evolução assinalável a todos os níveis, a nova geração do Opel Insignia encerra em si um cuidadoso trabalho de aprimoramento que poderá passar despercebido à primeira vista. Mas tudo no novo Insignia, desde a condução à habitabilidade, está num patamar de altíssimo nível, sobretudo porque a cura de emagrecimento a que foi sujeito dotou-o de níveis de agilidade capazes de impressionar.
Por dentro, a qualidade assinalável em todos os detalhes e o muito espaço disponível tornam esta carrinha numa das propostas cimeiras do mercdo, algo que é sublinhado ainda pelo motor turbodiesel de 1.6 litros com 136 CV de potência que é um caso sério de competência. Elástico e eficaz, responde com decisão a quase todas as exigências do condutor, sendo por isso um bom companheiro de viagem e para todas as toadas. Em suma, a Opel tem nesta carrinha um caso sério de competência geral, não descurando quase nenhum aspeto para se posicionar como força a ter em conta no segmento Premium.
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