Os toques de cor exteriores (à parte o cinza Cement e o tejadilho em preto exclusivos desta série) são a parte inferior do para-choques e o difusor traseiro em vermelho e o logótipo lateral, enquanto no interior temos direito a um volante com a inscrição GSport (com o G em branco e o “Sport” num vermelho bem… desportivo), também presente nas embaladeiras. Mas, curiosamente, estes apontamentos bastaram para atrair alguns olhares mais atentos e conhecedores.
Deixando para o fim a análise ao espaço interior, passamos rapidamente para a grande novidade deste Yaris, o motor, fabricado na Polónia, que cumpre com as normas de emissões Euro 6c e requisitos de homologação RDE (Real Driving Emission).
A Toyota destaca a eficiência energética, conseguida através de uma elevada taxa de compressão, adotando um sistema de recirculação de gás de escape (EGR) arrefecido e, diz a marca, “estendendo a operação de temporização variável das válvulas variável de modo a que o motor possa alternar entre o ciclo Otto e o ciclo Atkinson e, assim, se obter uma eficiência ótima em diferentes condições de condução”.
Baixo binário
Após alguns dias ao volante, nos mais diversos tipos de estrada (cidade, autoestrada e montanha) e olhando para os consumos, a aposta da Toyota neste motor parece ganha. Num dos trajetos realizados, e após cerca de 200 de quilómetros, sem grande preocupações de conduzir para a “média” e mesmo com esporádicos abusos, o computador de bordo indicou um consumo de 5,8 l/100km… No para arranca do dia a dia, aponte-se para os 7l numa condução normal (a marca declara 6,3), valor que poderia ser mais baixo caso o GSport tivesse o sistema Stop and Start, mas que tem margem para descer.Mas o cenário não é tão idílico quanto os consumos podem fazer crer. Olhando para a ficha técnica percebe-se, desde logo, uma das grandes debilidades deste motor. O binário é de apenas 136 Nm colocado muito lá em cima (às 4400 rpm), quando a concorrência oscila entre os 170 e os 205 Nm (disponíveis, nalguns casos, logo a partir das 1800 rpm) e, apesar do peso contidos de 1190 quilos, não há milagres.
Para arrancar é necessário acelerar um pouco mais que o normal e não foi fácil, nos primeiros dias, acertar com o ponto ideal. Ou seja, por meia dúzia de vezes que (ó vergonha…) deixamos o carro ir abaixo.
Por outro lado, as relações de caixa, em especial a 5ª e a 6ª, são extra-longas, o que torna estranho rolarmos em autoestrada a 120/130 km/h e, a meio de uma subida “normal”, termos de reduzir até à 4ª velocidade para mantermos o ritmo. E a agradabilidade de manuseamento da caixa apenas atenua este “amargo de boca”.
Apesar da potência ser adequada, em termos absolutos, a verdade é que este Yaris demora 11 segundos dos zero aos 100 km/h e tem uma velocidade máxima de 175 km/h, quando a concorrência apresenta valor a rondar os 9,5s e os 190 km/h, respetivamente.
A denominação “Sport” parece, aqui, desajustada face às prestações do carro mas, com um binário mais elevado e/ou relações de caixa mais ajustadas poderíamos ter aqui um caso sério de sucesso tal a suavidade deste motor, isento das vibrações que, em maior ou menor intensidade, os seus concorrentes exibem, fruto dos motores tricilíndricos a que recorrem.
Equipamento correto
Resta dizer que, por 19.995 euros, este Yaris Gsport está corretamente equipado. Disponível apenas na cor cinza Cement, com tejadilho NightSky, traz de série jantes em liga leve de 16 polegadas, volante e alavanca da caixa de velocidade em pele, ar condicionado manual, câmara auxiliar ao estacionamento, painel de instrumentos em preto, sensor de chuva, sistema multimédia Toyota Touch 2, tapetes pretos com contorno vermelho, TFT a cores de 4.2” e o Toyota Safety Sense, que integra o Sistema de Pré-colisão, aviso de saída da faixa de rodagem, máximos automáticos e reconhecimento de sinais de trânsito.
Este último sistema, de que a Toyota foi pioneira no uso em citadinos, utiliza uma câmara e laser para detetar outros veículos na estrada. Perante a possibilidade de colisão, o condutor é alertado com avisos sonoros e visuais e é ativada a assistência de travagem. Se o condutor não travar a tempo, os travões são acionados automaticamente para evitar ou atenuar as consequências da colisão.
A habitabilidade é correta, a mala tem uma capacidade de 286 litros, sendo que dispõe de um fundo ajustável, que permite uma superfície plana quando os bancos traseiros são rebatidos.
O comportamento e o conforto são outros dos pontos positivos do Yaris, com uma suspensão que filtra bem as irregularidades da estrada e um chassis que assegura uma condução sem sobressaltos.
FICHA TÉCNICA
Toyota Yaris GSport
Motor: Quatro cilindros em linha
Cilindrada: 1496 cm3
Potência: 111 CV às 6.000 rpm
Binário máximo: 136 Nm às 4.400 rpm
Tração: Dianteira
Caixa: Manual, seis velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 11 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h
Consumo médio anunciado: 5 l/100 km
Emissões de CO2: 112 g/km
Peso: 1.190 kg
Comprimento/Largura/Altura (mm): 3945/1695/1510
Distância entre eixos (mm): 2510
Preço: 19.995 euros
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