O citadino sul-coreano é uma boa companhia para um passeio pelo parque ou pela cidade. Divertido, ágil e bastante económico, tem apenas o defeito de contar com uma caixa de embraiagem pilotada “teimosa”.

Tudo no Hyundai i10 1.0 MPi inspira a sentimentos de leveza e tranquilidade. É suposto que assim sejam as propostas dos construtores no segmento A: um passeio no parque. Ou na cidade. E o pequeno citadino sul-coreano cumpre todos esses requisitos. Exibe um estilo moderno e dinâmico, onde sobressaem as jantes em liga leve de 15’’, um defletor colocado na parte superior do portão traseiro e uns faróis de nevoeiro de forma arredondada, integrados no topo de uma grelha frontal de grandes dimensões.
O i10 permite uma variedade de personalizações. A unidade ensaiada pelo Motor 24, de resto, combina o negro da carroçaria com o vermelho (escuro) do tejadilho.
Com 3670 mm de comprimento, 1680 mm de largura (+20 mm), 1480 mm de altura (-20 mm) e 2425 mm de distância entre eixos (+40 mm), este citadino sul-coreano não prima pela habitabilidade, apesar das melhorias de que foi alvo nesta sua evolução. Os lugares traseiros, por exemplo, acolhem, confortavelmente, duas pessoas, ainda que exista lugar para três. Algo comum no segmento.

No habitáculo, de resto, encontram-se alguns materiais mais duros, mas de construção convincente e uma ergonomia irrepreensível. Caso do ecrã de 8’’ colocado no topo da consola central. Nada de essencial falta no equipamento de série: sensores de estacionamento, câmara traseira, sistema de infoentretenimento com o mencionado ecrã de 8’’ e integração com sistemas operativos Android Auto e Apple CarPlay, sistema BlueLink e inúmeras funções de segurança ativa integradas no conjunto Hyundai SmartSense. Generosa, para este segmento, é ainda a capacidade da mala: 252 litros que poderão chegar aos 1050 litros, caso se opte por rebater totalmente o banco traseiro.

Tempo para respirar
O Hyundai i10 é uma simpática companhia para um passeio, sobretudo, pela cidade – já foi referido. Mas, se possível, não em modo Drive. Debaixo do capot está o pequeno motor a gasolina de 998 cc, 67 cv de potência e 97 Nm. Este propulsor de três cilindros sabe o que faz, permitindo uma condução ágil e fluida no trânsito, o que nos conquista. Apenas a caixa de embraiagem pilotada de cinco velocidades que equipa esta variante (e que custa mais 1000 euros) não convence muito. Porquê? Porque obriga a respirar a dois tempos, sobretudo, quando circulamos em regimes de condução mais elevados e a caixa parece engasgar-se no meio de uma passagem de relação. Quanto mais depressa vamos, maior o embaraço. Um solavanco que incomoda e irrita um pouco, admita-se. E que se traduz, inclusivamente, em números. No tradicional arranque 0-100 km/h, por exemplo, com a AM, o i10 1.0 MPi demora mais três segundos (17,8) do que na versão equipada com uma caixa manual também de cinco velocidades (14,8). Aspeto positivo para compensar? Com uma condução tranquila, os consumos de combustível não vão além dos 6,0 l/100 km, idênticos aos da versão equipada com caixa manual. O que se agradece.

Garantia de sete anos
Se não nos focarmos nas limitações desta caixa de embraiagem pilotada, o Hyundai i10 é um modelo que conquista. De fácil convívio na estrada, está bem equipado e é bastante económico. A começar, desde logo, pelos 15.500 euros pedidos pela unidade ensaiada, que inclui a pintura metalizada e a câmara de estacionamento traseiro –e a mencionada caixa. Não fossem estes extras e o preço seria inferior à fasquia simbólica dos 15.000 euros. De referir ainda a garantia de sete anos, sem limite de quilómetros, uma inequívoca prova de confiança do fabricante na qualidade do seu produto.