Longe vai o ano de 2019, quando a Jaguar conseguiu arrecadar três primeiro lugar nas categorias de World Car Design, World Car Of The Year e World Car Design. Na verdade, passaram apenas dois anos e ao todo já conta com 88 prémios mundiais, mas vinte e quatro meses é muito tempo no ciclo de vida de um modelo no mundo automóvel. O seu design, usabilidade e performance foram muito elogiados, mas a passagem do tempo não perdoa e hoje a concorrência está muito mais forte, por isso chegou a altura da marca britânica atualizar o seu SUV elétrico.

Se por fora não há mudanças de relevo a destacar, um olhar mais atento revela um dos novos acabamentos disponíveis para a grelha frontal, molduras das janelas e jantes em Gloss Black, as capas dos retrovisores e logos na traseira em Narvik Black. Esta proposta da Jaguar faz parte da edição Black Exclusive, que conta ainda com vidros escurecidos, teto panorâmico e jantes de 20 polegadas.

 

A habitabilidade é irrepreensível. Com espaço disponível, à vontade, para cinco ocupantes, digno da classe acima da que se insere, sendo as suas dimensões comparadas a um Porsche Macan, com a volumetria interior às de um Cayenne. A posição dos bancos é elevada devido à colocação das baterias no fundo do piso, o que confirma a apreciada característica de SUV e por não existir um túnel de transmissão, os ocupantes dos dois lugares atrás são os que mais lucram, especialmente, o lugar do meio. Espaço de arrumação para objetos também não falta, tanto à frente como atrás, onde além das tradicionais bolsas nas portas e nas costas dos bancos da frente, há também debaixo dos bancos traseiros um espaço para se guardarem laptops ou tablets. Para as bagagens temos 505 litros ou 1 163 litros com os bancos rebatidos disponíveis na mala e mais um pequeno espaço na frente, sob o capô que dará para uma pequena mochila.

Uma vez instalados no lugar do condutor existem nada menos do que três ecrãs, em que podemos ver diferentes tipos de informações, tudo controlado pelo novo sistema Pivi Pro que conta com ligação permanente 4G para receber atualizações over the air e opcionalmente um plano para acesso à web e serviços de streaming. O quadrante totalmente digital pode ser configurado para mostrar toda a informação relevante, além do velocímetro, assim como o GPS. Nos outros dois ecrãs tácteis, no principal superior de 10” controla-se todo o infoentretenimento; no inferior, mais pequeno de 5”, e não tão prático de utilizar (pois obriga a olhar para baixo) é utilizado, sobretudo, para controlar o sistema de climatização.

Prontos para arrancar, podemos escolher entre os modos Eco ou Dynamic, sendo o primeiro aquele com que se conseguirão obter melhores consumos, logo uma maior autonomia. Ao fim de algum tempo de habituação à condução do i-Pace damos por nós a utilizar apenas o pedal do acelerador até mesmo para quase parar, utilizando o método que a marca chama de “condução com apenas um pedal”: utiliza a travagem regenerativa sempre que desaceleramos para carregar as baterias, a qual pode ser configurada de forma a deixar deslizar mais ou menos o carro, conforme a preferência do condutor.

Em marcha, o conforto é notório mesmo quando circulamos em estradas e ruas com mau piso. As irregularidades são absorvidas com suavidade graças à suspensão pneumática e a solução de triângulos duplos na dianteira e multibraços independentes na traseira, proporciona uma dinâmica refinada, mas também desportiva.

O que faz este elétrico mexer são dois motores síncronos com uma potência combinada de 400 CV (294 kW), um por cada eixo para tração integral com vetorização de binário, de forma a conseguir transmitir os 696 Nm de forma eficiente às quatro rodas.

Dos 470 km de autonomia com 95% de carga da bateria, percorremos 361 km em auto-estrada, cidade e estrada nacional, chegando ao posto de carga rápido (50 kW) com a bateria nos 32%. A média de consumo fixou-se nos 25.3 kWh/100 km, que coincidiu com o valor máximo divulgado pela marca em ciclo combinado. Demorou cerca de uma hora até ficar completamente carregado e custou 10,53€ com um valor de 0,09€/minuto. O pagamento é feito com um cartão solicitado ao mesmo fornecedor de eletricidade de casa, sendo o custo imputado à fatura mensal.

De notar que graças à atualização do carregador interno para 11 kW a bateria de iões de lítio de 90 kWh do i-Pace demora cerca de 40 minutos dos zero aos 80% num posto de carregamento rápido de 100 kW (infelizmente ainda há poucos). Já com uma wallbox de 11 kW uma carga completa demora 8,6 horas e numa de 7 kW demora 12.75 horas para uma carga completa

Quando a única coisa disponível é a tomada doméstica, se ainda tivermos 10% de carga na bateria, temos pela frente cerca de 24 horas de espera até ficar totalmente carregada. Os números não envergonham o legado da marca, quando o i-Pace demora 4,8 segundos dos zero aos 100 km/h, sendo a velocidade máxima de 200 km/h, com um comportamento em curva exemplar para um carro que passa das duas toneladas de peso. O futuro da mobilidade elétrica ficou ainda mais excitante com o novo felino da família Jaguar.

Ficha técnica
Jaguar i-Pace HSE EV400 Black
Motor: Dois elétricos, síncronos
Potência: 400 cv (294 kW) ou (2×200 cv)
Binário: 696 Nm ou (2x348Nm)
Bateria: Iões de lítio 90 kWh
Transmissão: Tração Integral
Suspensões: Frente McPherson Suspensão Traseira multibraços
Travões: F/T Discos ventilados
Dimensões e Capacidades: Compr./Largura/Altura4,682/1,895/1,565 m
Distância entre eixos: 2,99m
Mala:505-1163 litros
Pneus: F8,5jx18 – 235/65 R18PneusT8,5jx18 – 235/65 R18Peso2208 kg
Prestações: Vel. máxima200km/hAcel. 0-100 km/h4,8s
Autonomia: 480 km
Preço: a partir de 78 690 euros
Garantias/Manutenção: Mecânica 2 anos sem limite km Pintura/Corrosão-Bateria 8

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