Kia Rio 1.2 EX: Os utilitários também podem surpreender

22/05/2017

Se a anterior geração do Rio era já muito competente, a Kia esmerou-se no desenvolvimento do novo modelo, que tem o condão de se elevar a um patamar ainda mais interessante com base em atributos como a qualidade de construção, habitabilidade e solidez de condução. Com efeito, mediante uma renovação que as linhas exteriores acabam por não desvendar por completo, o novo Rio é mesmo um dos utilitários mais surpreendentes do segmento.

É um ano em cheio para a Kia. Além do Picanto, cujo ensaio pode ler aqui, a marca conta agora com o Rio, na sua quarta geração, e ainda este ano com um atrevido Stinger, o modelo que ninguém esperava que a Kia lançasse, mas que Peter Schreyer, responsável de design da Hyundai e Kia, em boa hora decidiu que deveria ir para produção. Mas, regresse-se ao Rio e ao seu foco utilitário.

Na sua quarta geração, o Rio assume-se como um dos modelos que mais evoluiu de uma fase para outra, acabando até por ser surpreendente na compostura global que exibe, graças a uma combinação de qualidade, funcionalidade e dinâmica de condução que está entre as melhores do segmento.

A este respeito, um dos primeiros atributos que se lhe pode destacar é mesmo a sua prestação dinâmica muito eficaz, com um chassis muito bem concebido e uma suspensão que neutraliza bem o mau piso sem que, com isso, ‘estrague’ a capacidade de oferecer alguma diversão ao volante. Isto porque o Rio consegue curvar de forma segura e rápida, mesmo que o seu objetivo principal seja o de oferecer conforto aos seus ocupantes. E cumpre bem. A assistência correta da direção e a posição de condução refletem ainda um trabalho mais elaborado ao nível da condução. Um verdadeiro passo em frente por parte da Kia e uma prova de que os esforços da marca estão a pagar os seus dividendos.

Motor cumpridor

O motor 1.2 CVVT a gasolina assume-se mais como uma proposta para viagens tranquilas do que para aqueles que almejam a toadas mais rápidas, mas não deixa de formar uma proposta muito competente sobretudo em terreno citadino com os seus 84 CV de potência. É expedito a acelerar e também cumpre bem nas recuperações de velocidade, exibindo elasticidade q.b. para a maior parte das situações, desde que a estrada não tenha grandes inclinações ou não se pretenda recuperar velocidade de forma imediata.

Contudo, permite já ritmos agradáveis e beneficia ainda de uma caixa de velocidades que mostra precisão e acerto no escalonamento. O consumo médio de 5,5 l/100 km advoga ainda boa economia, algo que pode ser essencial para os compradores que olham muito para a autonomia.

Espaços aumentados

Face ao Rio da geração precedente, este novo modelo está mais comprido (em 15 mm) e mais largo (em 5 mm), mas mais baixo (5 mm), o que se lhe permite ganhar um pouco mais na dinâmica, oferece-lhe também outros argumentos na habitabilidade. Com uma distância entre eixos de 2,58 metros, o novo Rio merece elogios pelo desafogo do interior, com os ocupantes dos bancos traseiros a contarem com muito espaço para as pernas e altura suficiente até para quem é mais alto. Além disso, a bagageira, com os seus 325 litros (mais 37 do que o antigo) destaca-se neste segmento como uma das mais úteis.

O interior foi também muito melhorado, mesmo que simples na sua funcionalidade, não havendo grandes luxos (predomina o plástico), mas primando pelo rigor de construção, que está num patamar muito elevado. Os principais comandos são de fácil acesso e estão bem posicionados, havendo ainda que mencionar o caso do ecrã tátil de 7″ que surge na consola central (de série no nível mais avançado), centro nevrálgico do sistema de infoentretenimento e de funções acessórias multimédia. Enfim, simples, mas competente. A terminar, sublinhe-se o sempre tranquilizante facto de contar com garantia de sete anos.

Na variante mais equipada EX, o Rio conta com alguns itens de destaque como o ar condicionado automático, o assistente de arranque em subida, direção ajustável em altura e profundidade, cruise control (de série em todos os modelos, de resto), sensores de luminosidade e de chuva, sistema de navegação com ecrã tátil de 7″ e sensores de estacionamento traseiro em associação com câmara traseira. Os preços para o Rio começam nos 16.500 euros para o 1.2 LX, sendo a versão ensaiada EX aquela com o preço mais elevado: 18.700 euros. Contudo, com o desconto de 2.500 euros, fica disponível por 16.200 euros e senhor de uma tremenda relação preço/equipamento.

Veredicto

Sem grandes exageros, o Kia Rio é uma evolução enorme face ao seu antecessor, tendo todos os argumentos para se tornar num dos protagonistas do segmento. Ágil, dinamicamente elogiável e com muito espaço a bordo, o Rio tira ainda partido de um motor que é cumpridor nas suas tarefas, mesmo que não seja um portento de força: esse papel está reservado para os 1.0 T-GDI de 100 CV e de 120 CV. Seja como for, o Kia Rio tem tudo para se assumir como um dos novos protagonistas do seu segmento, em especial quando se considera o campo da relação preço/equipamento.

Características 
Motor4 cil. em linha, injeção multiponto
Cilindrada1.248 cc
Potência84 CV/6.000 rpm
Binário122 Nm/4.000 rpm
TransmissãoCaixa manual de 5 velocidades, tração dianteira
Vel. máxima170 km/h
0-100 KM/H12,9 seg
Consumo4,8 l/100 km
Emissões CO2109 g/km
Comp/larg/alt. (mm)4.065/1.725/1.450
Distância entre eixos (mm)2.580
Peso1.167 kg
Mala325-980 litros
Depósito45 litros
Suspensão dianteira/traseiraIndependente McPherson/eixo de torção
Pneus série/ensaiado185/65 R15
Travões dianteiros/traseirosDiscos ventilados/discos
Preço (ensaiado)A partir de 16.500€ (EX: 18.700€. Com campanha fica em 16.200€)

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