Mazda CX-5 2.2 150 CV: Renovar para surpreender

27/12/2017

A renovação do CX-5 foi das melhores afirmações de que é possível dar novo fôlego e surpreender com um modelo que já tinha conquistado preferências. A Mazda superou expectativas e segurou atenções com um SUV ainda mais elegante, eficiente e que não se deixa ameaçar pela oferta concorrente no mercado.

Os SUV estão a ter mais do que os seus quinze segundos de fama e não há mistérios em torno deste sucesso. Com as marcas a apostarem em força nestes modelos, o difícil é escolher mas, sem precisar de pensar muito, este Mazda CX-5 estaria entre os primeiros lugares das minhas preferências. Tem bom ar, linhas elegantes (filosofia KODO – Alma do Movimento), design refinado e no interior há espaço e conforto, tanto nos lugares da frente como para os passageiros sentados atrás, assim como qualidade melhorada dos materiais usados no habitáculo.

Sim, na cidade dá jeito andar cidade fora com um automóvel maneirinho que seja fácil de arrumar, mas também impera a necessidade de ver e ser visto e isso o CX-5 garante bem. Outra característica que merece referência é a dimensão da bagageira. Com o rebatimento dos bancos traseiros consegue 1620 litros de espaço para tudo e mais alguma coisa.

Tecnologia a bordo

Mais um capítulo no qual esta Mazda cumpre na perfeição. Conectividade garantida – nos dias que correm uma característica básica em qualquer automóvel – e acesso facilitado com o comando rotativo na consola central estão presentes neste SUV nipónico. Mexer no ecrã tátil de sete polegadas em andamento é “proibido” pelo sistema o que, em nome da segurança, faz todo o sentido. O sistema Connect é de fácil conexão com o smartphone e o GPS é dos bons, rápido a redirecionar em caso de enganos no percurso.

Mais do que um novo look

Ao estilo amadurecido e moderno que se lê nas linhas mais retilíneas da carroçaria, aliou-se o trabalho de engenharia aplicado na versão mais atual do Mazda CX-5. A evolução do modelo trouxe-lhe um comportamento mais suave e maior controlo de movimentos da carroçaria quando a condução exige mais, sem pedir constante acerto do volante. Está mais estável e ágil e isso só acrescenta diversão à condução.

Recorde-se que nesta renovação, o CX-5 ‘ganhou’ 15% em rigidez (o que permite um melhor controlo da carroçaria), enquanto o chassis, uma vez mais agraciado com os princípios Skyactiv, conta com direção, suspensão e travões trabalhados para melhoria do comportamento e conforto. Nota, ainda, para a introdução do parâmetro G-Vectoring Control, o qual tem por base uma atuação muito discreta da eletrónica para melhorar o dinamismo sem roubar conforto aos ocupantes (ler mais sobre este sistem em baixo). A destacar, ainda, a insonorização bem conseguida no habitáculo.

Conforto dinâmico e económico

Para muitos, o conforto é fator primário no poder de sedução de um automóvel, mas sabemos bem que a dinâmica e a performance são determinantes na hora de decidir fechar negócio.

Esta versão 2.2 Diesel com 150 CV, 380 Nm de binário e caixa manual acaba por ser a potência ideal para um veículo destas dimensões, sem desiludir nos consumos que, regra geral andam à volta dos 6 l/100km. Elástico e bastante agradável de explorar, o motor turbodiesel deste Mazda assume sempre grande prontidão nas respostas, aliando-se ainda a precisão de manuseamento da caixa, mais uma inspiração do bem-sucedido MX-5.

VEREDICTO

Oferta no segmento não falta e a concorrência não está para brincadeiras, é um facto. Ainda assim, para enfrentar as exigências do consumidor, a Mazda entra em jogo com uma boa mão. O CX-5 não é ‘menino’ para se deixar ficar e tem talento para aguentar rivais como o Peugeot 3008, o VW Tiguan, o SEAT Ateca ou o Qashqai da Nissan, por exemplo. A considerar, caso pertença ao crescente grupo de condutores que já se deixaram seduzir pelos SUV. Os preços iniciam-se nos 33.311€ para a versão de 150 CV em nível de entrada Essence, sendo que a versão ensaiada Excellence Pack Leather Beije Navi tinha um custo de 42.874€.


G-Vectoring Control: Ajuda (in)discreta

Tal como o Mazda3, também o Mazda CX-5 passa a contar com esta primeira tecnologia integrada na gama de parâmetros Skyactiv-Vehicle Dynamics, o G-Vectoring Control (GVC, para abreviar). Mas, ao contrário do que muitos poderiam pensar, este sistema não é um sistema de vetorização de binário, que funciona de forma também muito discreta ao cortar o binário nas rodas interiores durante uma curva, transferindo-o para as exteriores. No caso do GVC, o princípio é idêntico, mas o seu funcionamento é distinto.

Integrando o controlo do motor, transmissão e chassis, o GVC altera o binário do motor para otimizar a carga (ou peso) aplicada em cada roda. O sistema da Mazda analisa a posição da direcção e do acelerador na abordagem de uma curva em aceleração (ou seja, ao contrário de um sistema de vetorização de binário, não atua em travagem) e é capaz de reduzir momentaneamente a quantidade de binário enviado para as rodas dianteiras, transferindo, desse modo, um pouco mais de peso para o eixo dianteiro.

Isto é, ao cortar de forma discreta um pouco do binário em curva, analisando o posicionamento do volante, o sistema acentua o peso da dianteira, aumentando dessa forma também o nível de aderência dos pneus dianteiros, o eixo motriz neste caso, virando dessa forma com maior precisão e agilidade, ao mesmo tempo que a manutenção de um ângulo de viragem estável neutraliza os balanços a bordo.

Depois disso, quando o condutor mantém a direção num ângulo constante, o GVC recupera instantaneamente o binário do motor, com esse ganho a transferir peso para as rodas traseiras e reforçando a estabilidade do veículo. Na prática, o sistema da Mazda joga com a física e com as transferências de massas, proporcionando, à vez, mais aderência aos pneus dianteiros e traseiros, melhorando a agilidade do veículo em função das intenções do condutor.

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