Mazda CX-5 Skyactiv-D: Evolução na continuidade

31/05/2017

Passaram cinco anos e o CX-5 está pronto para desafios ainda mais duros. E promete uma boa resposta com base num princípio muito simples: naquilo que está bem, mexe-se com pinças! O trabalho foi bem feito. Chega em Setembro, só com o motor 2.2 turbodiesel e preços estimados a partir de 33 205 euros

O CX-5 é um dos mais bem-sucedidos modelos da Mazda (representa 25% das vendas!) e tem tudo para continuar no bom caminho, agora que entra na segunda geração. O SUV que estreou a filosofia Skyactiv e o desenho Kodo, hoje cavalos de batalha do construtor nipónico, deu o passo que se esperava no apuramento do estilo e apresenta-se com imagem mais moderna, é claro, mas sobretudo personalidade mais vincada.

Num olhar menos atento, as diferenças até podem parecer poucas, reconhecemos imediatamente o CX-5. Essa verdade, esconde, no entanto, alteração de peso. A nova frente, com a grelha proeminente e os faróis rasgados a toda a largura, o efeito tridimensional segundo a marca e óbvio desenvolvimento do bem conseguido CX-3, transmite ao modelo uma presença quase arrogante, a qual, através da elegância da postura altiva (acentuada pela obrigatória bordadura negra que corre toda a base da carroçaria, guarda-lamas incluídos), confere-lhe uma força que faz toda a diferença para o modelo anterior. Até a traseira foi bem resolvida e constitui o remate cuidado que nenhum “costureiro” renomado desdenharia.

Nada disto altera o equilíbrio das proporções do SUV que mantém as dimensões e, em suma, é um daqueles automóveis que podem considerar-se conseguidos do ponto de vista das formas e capazes de gerar consensos alargados. E se havia uma preocupação de “apurar” o CX-5 com o cuidado que merece o produto de sucesso, num segmento em que a concorrência é cada vez mais alargada e “feroz”, o objetivo adivinha-se conseguido.
Simples e com qualidade

O apuramento do interior seguiu a mesma linha, estilo muito limpo, deflectores reposicionados, horizontalização do tablier (acabamentos com decorações em madeira ou metal) para aumentar a sensação de espaço, preocupação com a ergonomia, e elementos capazes de marcar a destrinça, como sejam outro volante multifunções (mais moderno) até com melhor pega, novo ecrã de cristais líquidos com sete polegadas, ao estilo do pequeno tablet comum na marca, e, naturalmente, bancos de conceção melhorada. Volta a a ser adotado o head-up display (a lâmina retráctil ou em estreia nas versões mais potentes 4×4 a projeção no pára-brisas). E não falta o prático botão na consola que permite controlar as funções do ecrã, em alternativa ao comando tátil.

Em matéria de qualidade percebida, o plano habitual, com bons materiais, poucos plásticos daqueles frios e desagradáveis ao toque, e acabamentos cuidados. O melhor da tradição japonesa, numa marca da qual nos fica sempre a ideia de merecer mais do que os números – sempre a melhor mundo fora, é verdade – indicam.

Alteração tecnológica

No que toca a dinâmica, os mesmos motores (2.2 diesel e gasolina), tração dianteira ou integral, rigidez acrescida (+15%), mudanças na direção, suspensão e travagem e tudo para levar a um resultado que convence, na eficácia, no conforto e, de forma superior na insonorização, domínio em que foi efetuado trabalho digno de registo!

A alteração tecnológica mais significativa passa pelo G-Vectoring Control. E o que é isso? Bem, é o primeiro sistema da nova gama de tecnologias Skyactiv-Vehicle Dynamics da Mazda. Integra o controlo do motor, transmissão e chassis como forma de reforçar a ligação entre o carro e o condutor. Na prática, altera o binário do motor para otimizar a carga (ou peso) aplicada em cada roda. E a diferença sente-se ao ponto de, num primeiro contacto, pensarmos que a direção se tornou mais leve. O hábito revela-nos um carro mais agil e “dócil” sem perder agressividade em curva. Outro bom avanço!

O pacote tecnológico, como de costume, é rico quanto baste: radar cruise-control, luzes adaptativas em LED, City Brake e reconhecimento de sinais estão, no entanto, pela primeira vez disponíveis do CX-5.

A nossa experiência ao volante confinou-se ao 2.2 diesel 4×2 de 150 cv, na versão de caixa manual, no imediato, seguramente, o modelo mais adaptado ao gosto português. A impressão que fica é a de um SUV agradável de guiar, confortável, resistente às transferências de massas, incisivo na abordagem às curvas em estradas mais sinuosas. É suficientemente despachado, não exige muito recurso ao seletor de velocidades e assegura uma condução descansada, mesmo sem deslumbrar no que respeita às prestações. No que toca aos consumos, foi sempre parcimonioso.

A comercialização está prevista para setembro, de forma a beneficiar de uma homologação que permita utilizar o CX-5 como veículo de Classe 1 associado à Via Verde. A Mazda Europa vai consegui-lo através do peso, como têm feito outras marcas, de forma a contornar os obstáculos da aberrante legislação nacional.

Equipamento e preços

A Mazda volta a comercializar três níveis de equipamento: Essence, Evolve e Excelence. Logo o primeiro propõe: jantes em aço de 17”, espelhos exteriores elétricos ajustáveis, aquecidos e com piscas laterais, spoiler do tejadilho, antena “barbatana de tubarão”, travão de estacionamento eletrónico, ar condicionado manual, kit de reparação de pneus , controlo dinâmico de estabilidade com sistema de monitorização da pressão dos pneus, cruise control com limitador de velocidade ajustável, assistência ao arranque em subida, fecho de portas inteligente e City Brake Support dianteiro.

A versão Evolve, habitualmente a mais vendida, acrescenta: jantes em liga leve de 17”, retrovisores exteriores elétricos rebatíveis, vidros escurecidos, apoio de braços central traseiro, volante e manípulo da caixa de velocidades em pele, apoio lombar manual do banco do condutor, bancos Karakuri, Mazda Connect (leitor de CD/MP3, 6 colunas, USB adicional dianteiro e dois traseiros, Bluetooth) , retrovisor antiencadeamento, ar condicionado automático bizona, sensores de chuva e luz. A versão de topo distingue-se pelas jantes de 19” e inclui, além da navegação, Led diurnos e faróis direcionais, sensores de estacionamento, câmara traseira, sistema de som Bose (10 colunas), detetor de ângulo morto e portão de abertura elétrica.

Em matéria de preços, ainda indicativos, para as versões 4×2, o Essence custará 33 285 euros; as versões Evolve oscilarão entre 36 334 e 43 720 euros; o Excellence irá dos 40 378 aos 42 840 euros. O 4×4 estará disponível apenas na oferta topo de gama a custará, com caixa manual, entre 46 421 e 50 741 euros; a versão automática tem um intervalo de preços entre 48 388 e 52 780 euros.

Ficha técnica
Mazda CX-5 Skyactiv 2.2 D 150 cv/ 4×2
Motor: 2191 cc, turbodiesel, Injeção direta
Potência: 150 cv/4500 rpm
Binário máximo: 380 Nm- 1800/2200 rpm
Transmissão: 4×2, caixa manual ou automática, ambas de seis velocidades
Aceleração 0-100: 9,1 s (10,1)*
Velocidade máxima: 204 km/h (200)*
Consumos l/100: média – 5; estrada – 4,6; urbano – 6,7 (5,6/5/6,7)*
Emissões de CO2: 132 g/km (147)*
Capacidade da mala: 477/1620 litros
Preço: desde 33 205 euros

Mazda CX-5 Skyactiv 2.2 D 175 cv/ 4×4
Motor: 2191 cc, turbodiesel, Injeção direta
Potência: 175 cv/4500 rpm
Binário máximo: 420 Nm- 2000rpm
Transmissão: 4×4, caixa manual ou automática, ambas de seis velocidades
Aceleração 0-100: 9s (9,5)*
Velocidade máxima: 208 km/h (206)*
Consumos l/100: média – 5,4; estrada – 4,9; urbano – 6,3 (5,8/5,3/6,7)*
Emissões de CO2: 142 g/km (152)*
Capacidade da mala: 477/1620 litros
Preço: desde 46 421 euros

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