São poucos os automóveis em que os potenciais compradores estão dispostos a sacrificar a falta de espaço no seu interior e uma bagageira reduzida por uma experiência de condução gratificante.
Numa altura em que o formato de automóveis preferido pelos condutores é o SUV e não se fala noutra coisa a não ser em eletrificação, o sucesso deste pequeno descapotável é anacrónico. Mas o seu magnetismo é tão forte que praticamente metade dessas vendas foram feitas no mercado norte-americano, que costuma preferir automóveis bem maiores e mais potentes.
Seja qual for a versão escolhida, com capota rígida ou de lona, a melhor forma de desfrutar o MX-5 é mesmo em modo descapotável. A versão testada estava equipada com capota de lona com acionamento manual e confirmámos ser possível abrir e fechá-la a partir do lugar do condutor com apenas um movimento.
A falta de bolsas nas portas e de um porta-luvas é compensada com um pequeno cofre colocado atrás, entre os bancos, e um pequeno espaço na consola central. Os 130 litros disponibilizados pela bagageira dão para dois sacos de viagem, numa escapadela de fim de semana.
Apesar de só estar disponível no mercado nacional com a motorização 1,5 litros a gasolina com 132 cv, o seu peso de apenas mil quilos garante que a potência é suficiente para um excelente desempenho dinâmico. Para isso contribuem também uma direção muito comunicativa e a caixa manual de seis velocidades de acionamento curto, bem escalonada e precisa. Seguindo a filosofia japonesa Jinba Ittai adotada pela marca, verificamos que existe mesmo uma harmonia perfeita entre o condutor e o automóvel.
a condução do novo MX-5 numa estrada desafiante ganha outra dimensão graças à disposição do motor dianteiro-central e tração às rodas traseiras
Pudemos comprovar que a condução do novo MX-5 a céu aberto numa estrada desafiante ganha outra dimensão graças à clássica disposição de motor dianteiro-central e tração às rodas traseiras, mas também ao seu baixo peso e um chassis bem afinado. Nem a inclusão do DSC-Track na edição especial testada (Kazari), um sistema otimizado para uma maior estabilidade em curva, compromete a diversão, ao permitir manter uma condução desportiva em segurança.
Apesar de o MX- 5 ser claramente um automóvel orientado para o prazer da condução, outra das razões para o seu sucesso é o facto de ser perfeitamente possível utilizá-lo no dia a dia. Para isso dá sempre jeito contar com um sistema de infoentretenimento com um ecrã multimédia tátil de 8,8 polegadas, compatível com Android Auto e Apple Car Play sem fios, um painel de instrumentos redesenhado e duas entradas USB-C. O sistema de som Bose, com colunas integradas nos encostos da cabeça, garante que não se perde nada do programa de rádio ou música favorita quando viajamos com a capota aberta.
Em matéria de segurança está equipado de série, em toda a gama, com os sistemas de Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem, Controlo Inteligente da Velocidade, Assistência Inteligente à Travagem e uma atualização ao sistema de Reconhecimento de Sinais de Trânsito, que passa agora a estar conectado ao sistema de navegação.
Os preços do Mazda MX-5 para Portugal começam nos 35.946 euros e a versão testada (Kazari com capota em lona bege) está disponível por 45.246 euros.