Mazda MX-5 RF: Outras formas de paixão

18/01/2017

Chega em meados de fevereiro o novo Mazda MX-5 RF, a versão de tejadilho retráctil do roadster mais vendido no mundo, que agora assume a forma de um original targa. Bem parecido e sempre especial, com as duas motorizações conhecidas, tem preços a partir dos 29 840 euros

Há automóveis em que se deve “mexer” apenas com pinças. O Mazda MX-5, colecionador de recordes, é um deles. Os nipónicos que vão na quarta geração do descapotável mais popular do mundo, estrearam-se, com êxito,há um par de anos,  na primeira versão com tejadilho metálico retrátil e, depois da bem sucedida mudança radical no estilo, com o modelo atual, lançaram agora a nova opção com tejadilho rígido de abrir, conseguindo o feito da diferença –  e da originalidade.

Aquilo que, a partir de meados de fevereiro, vamos ter em Portugal é qualquer coisa como um targa que proporciona um roadster bem diferente do Mazda MX-5 com capota de lona. Fechado é um coupé, que até parece mais pequeno; aberto, um carro praticamente sem comparação com o descapotável que todos identificam.

O tejadilho retrátil, que comporta alteração profunda no perfil do carro e abre em apenas 13 segundos – outro recorde reivindicado, este na rapidez de transformação –, é uma bela peça de engenharia. Parte em alumínio, para ganhar no peso (há 45 kg a mais), dobra-se e, através de um engenhoso sistema elétrico, recolhe atrás dos bancos sem penalizar o espaço. A operação, que pode ser feita em movimento, desde que não se excedam os 10 km/h, é comandada por um botão na consola e continua a dispensar qualquer fecho adicional.

No mais, o MX-5 RF (Rectratable Fastback) é a mesmo máquina, agora com outra novidade disponível em Portugal, uma caixa automática de seis velocidades com opção manual e patilhas no volante, proposta exclusiva da motorização mais musculada, o 2.0 litros de 161 cv e que faz a diferença também pelo diferencial autoblocante. Na entrada da gama, mantém-se o 1.5 de 131 cv.

Outra novidade

A experiência ao volante da versão mais vendida, serviu para confirmar a reconhecida honestidade da proposta, suficiente para dar prazer a quem quer passear num descapotável e ter alguma diversão ao volante, sobretudo nas estradas mais empenhativas, nas quais o chassis do MX-5 prova as suas qualidades e deixa a certeza de que não estamos apenas perante um automóvel que assenta bem na estrada. Cumpre sem fazer milagres.

A caixa automática deixa é que a desejar mesmo aos fãs incondicionais da solução. A Mazda propõe com ela um carro até menos gastador e mais amigo do ambiente do que a versão de transmissão manual, mas isso tem um custo traduzido nas prestações. A escolha das relações penaliza sensivelmente o rendimento, o que se torna mais notado quando se usa a opção manual e rola em quinta e sexta velocidades. De todo o modo, vale a pena experimentar, pois tudo tem a ver com a forma como se encara este roadster com o motor de 2.0 litros. E o Mazda MX-5, seja o RF ou o soft-top, pode ser um belo brinquedo, que tanto satisfaz os jovens como os saudosistas e simples apaixonados dos descapotáveis… E agora também dos (poucos) coupé transformáveis. Uma bela realização.

Os 2500 euros que o tejadilho retráctil acarreta são, do nosso ponto de vista, um investimento justificável, inclusivamente do ponto de vista do estilo, porque é outra a imagem. Em Portugal e na Europa  as vendas repartem-se em metades quase iguais, mas a convicção aponta agora no sentido da prevalência do RF. Parece óbvio, mas gostos são o que são!

Resta dizer que o defeito maior continua a ser o espaço no habitáculo. É tudo muito acanhado e não há praticamente onde arrumar mais do que a carteira, o telemóvel e as chaves… A bagageira não sai muito penalizada e continua a arrumar duas malas de fim de semana.

Nada que surpreenda nem impeça o sucesso que parece imparável de um verdadeiro automóvel de paixão. Um carro daqueles que compramos e nunca sabemos se alguma vez vendemos…

Oferta nacional

Em Portugal, o novo Mazda MX-5 RF é proposto nas versões Evolve e Excellence na motorização 1.5 e apenas na mais equipada no 2.0 litros.

Nas propostas de entrada, os preços vão dos 29 840 aos 33 085 euros. Para o mais musculado, as verbas a dispender oscilam entre os 41 590 e os 44 025 euros, este valor para a versão com caixa automática.

São vários os packs de equipamento disponíveis, valendo a pena referir que a navegação custa 400 euros no 1.5. Os bancos Recaro acrescentam 1450 euros.

No 2.0 litros faz sentido considerar o pack Sport (bancos Recaro, amortecedores Bilstein e barra anti-aproximação) por 1 680 euros.

Ficha técnica

1.5 RF

Motor: 1496 cc, injeção direta

Potência: 131 cv/7 000 rpm

Binário Máximo: 150 Nm/4800 rpm

Transmissão: tração traseira, caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 8,6 s

Velocidade máxima: 203 km/h

Consumos: média – 6,1; estrada – 4,9; urbano – 8,1

Emissões CO2: 142 g/Km

Bagageira: 127 litros

Preço: desde 29 640 euros

2.0 RF

Motor: 1998 cc, injeção direta

Potência: 160 cv/6 000 rpm

Binário Máximo: 200 Nm/4600 rpm

Transmissão: tracção traseira, caixa manual ou automática de seis velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 7,5 s (8,4*)

Velocidade máxima: 215 km/h (194*)

Consumos: média – 6,6; estrada – 5,4; urbano – 8,7 (6,4/5,3/8,7*)

Emissões CO2: 154 g/Km (149*)

Bagageira: 127 litros

Preço: desde 41590 euros (44 025*)

(*) versão de caixa automática

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