Ensaio Mazda MX-5: Morte ao tédio

01/01/2018

A nova geração do roadster mais vendido do Mundo: o MX-5, aqui na versão 1.5, de 131 cavalos, é um caso de amor à primeira vista. Preto, linhas agressivas, cheias de músculo, e baixo, muito baixo, qual réptil pronto a atacar. A tração traseira faz parte do charme, que conquistou o Motor24. Este é o carro que todos deveriam conduzir, pelo menos uma vez na vida. Mais de que um apontamento nostálgico, este cabriolet mostra o que deveriam ser os carros do futuro: divertidos…

A tradicional volta ao carro do proprietário, que inclui o pontapé no pneu, desperta logo os sentidos. Tudo neste carro parece apelar ao coração e, no entanto, é do mais racional que existe, pois deixa-nos bem dispostos ainda antes de o conduzirmos, ou seja, é uma boa panaceia para muitos dos nosso males.

A entrada não é dos exercícios mais fáceis, em especial com a capota colocada, culpa exclusiva dos 1,22 metros de altura, mas uma vez no interior, bem encaixados no banco, com o volante quase na vertical, de ótima pega, e a curta alavanca da caixa de velocidade ali bem à mão, tudo começa a fazer sentido. Este parece ser um fato feito por medida, de tal forma tudo está ao nosso alcance.

Antes de colocar o motor em funcionamento, e se não vir uma gota de água no para-brisa, capota para trás. Logo! O movimento é fácil (após destrancar duas pegas, uma mão basta para ficarmos a descoberto) e a vida sorri com mais intensidade.

No interior e, ao centro no tablier, um ecrã de 7 polegadas, acessível através de um comando rotativo, fornece as principais indicações do infoentretenimento, permite aceder ao GPS e ao telemóvel, entre outras funções (não muitas, que este carro não gosta de complicar as coisas) destaque para a qualidade dos materiais utilizados e para a boa montagem do conjunto. Os espaços de arrumação não abundam, mas um pequeno “buraco” na traseira, entre os dois bancos, que pode ser fechado com chave, permite guardar o essencial, pois nem sequer existe porta-luvas… O resto pode ir na mala, que leva 130 litros de bagagens.

Motor enérgico

Vamos a que importa e toca a ligar o motor. Discreto ao ralenti, tem uma sonoridade bem desportiva quando as rotações sobem (o redline está colocado às 7500 rpm) e, apesar da potência, não tem problema algum em empurrar os 3,9 metros e os 1050 quilos (a marca pormenoriza que com um condutor de 75 quilos a bordo) deste belo MX-5.

Antes de colocar o motor em funcionamento, e se não vir uma gota de água no para-brisa, capota para trás. Logo!

Engrenada a primeira, numa alavanca com um curso que se mede em milímetros e quase desaparece na palma da mão, basta pousar o pé no acelerador e largar a embraiagem para perceber que o MX-5 se funde com o condutor.

Se acelera rápido? A Mazda diz que vai dos zero aos 100 km/h em 8,3 segundos. Chega e sobra, tão fortes são as sensações, vantagens do baixo peso e das reduzidas dimensões.
E se interessar a alguém, o pequeno roadster cola o ponteiro nos 204 km/h, a fazer fé na marca.

Mas isso pouco importa. O que interessa é a forma como o carro interage connosco, como interpreta os movimentos do “piloto” ao volante, como “lê” os nosso pensamentos. A isso não será alheia a distribuição de pesos ideal 50:50 e o baixo centro de gravidade.

Sentados a dois palmos do asfalto, com uma caixa de velocidade como já não se fazem, uma curta distância entre eixos, um chassis e suspensões afinadíssimos, o que queremos é que o tempo não passe nunca, que as retas se transformem em curvas e que o depósito de gasolina seja um poço sem fundo… Custa a sair do carro e não é, seguramente, por limitações físicas.

Por outro lado este motor 1.5 SKYACTIV consegue consumos verdadeiramente baixos atendendo ao potencial do carro e conseguimos, em circuito urbano, uma média abaixo da declarada pela marca: 7,8 l/100 km, contra o 7,9 l/100 km medidos pela Mazda.

Em estrada tudo depende do pé direito e se os 4,9 l/100 km nos parecem irrealistas, é fácil rolar – tranquilamente, é certo – com o computador a rondar os 6 litros por cada 100 km.

Equipamento

Mas não se pense que este MX-5, o mais recentemente modelo de uma linhagem que está prestes a atingir o milhão de unidades vendidas desde 1989 (quando nasceu com o nome de Miata) é desprovido de equipamento ou ajudas eletrónicas.

Citando a marca, o MX-5 tem conectividade smartphone MZD Connect, operado pelo comando rotativo ou por controlo de voz conectado via Bluetooth, tem acesso às redes sociais via aplicações como Aha e Stitcher, sistema de navegação que permite pesquisas na net, dados de mapas NAVTEQ, incluindo três anos de atualizações e apoio em 19 línguas áudio e 26 de texto, tem apps Mazda ou um sistema de som premium BOSE com nove altifalantes especialmente desenhado para um descapotável, propondo, por exemplo, altifalantes UltraNearfield integrados nos encostos de cabeça do condutor e do passageiro.

Dependendo do nível de equipamento escolhido, o MX-5 pode ter Blind Spot Monitoring, que usa um radar para manter sob vigilância a lateral e a traseira do carro, avisando dos veículos que se aproximam no ângulo morto; o Rear Cross Traffic Alert que avisa quando outros veículos estão a fazer uma inversão de marcha ou o Lane Departure Warning System que alerta para mudanças de faixa não intencionais, entre outros sistemas.

O MX-5 está disponível com jantes em liga leve de 16 ou 17 polegadas e é proposto em sete cores da carroçaria: Vermelho Soul, Cinza Ceramic, Branco. Branco Pérola, Azul Reflex, Cinza Meteor e Preto.

Os preços variam entre os 25.108€, 27.208€ e os 29.133€. Existem, ainda, versões com motor 2.0, que custam a partir dos 31.208€, e com teto rígido retrátil, a partir dos 29.841€.

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