Mercedes B: O diesel e o monovolume ainda fazem sentido

15/08/2019

Numa altura em que praticamente todos os construtores metem as fichas todas nos SUV ou Crossovers compactos, a Mercedes continua a ir a jogo com um monovolume, o B, agora com uma roupagem bem mais dinâmica e atraente e um interior decalcado do classe A, com quem compartilha a plataforma e alguns componentes. Uma das apostas para a entrada de gama nas versões diesel é o 180d, casado com uma aprimorada caixa de dupla embraiagem de sete velocidade, numa feliz união ensaiada pelo Motor24.

Se, esteticamente, e à primeira vista, este B se pode confundir com o classe A, isso só pode ser considerado como um elogio, dado o acerto das linhas demonstrado pelo “irmão” mais pequeno. O 180d que ensaiamos (cedido pela Sociedade Comercial C. Santos), apesar de se destinar a uma utilização familiar, remete para uma imagem desportiva que a marca alemã continua a cultivar em quase todos os segmentos onde está presente e está a anos luz das linhas sensaboronas do modelo que substitui.

À frente, a grelha cheia de “estrelas”, os faróis perfilados e, atrás, os grupos óticos em LED e com efeito 3D. Um conjunto agradável, a que se deve juntar a clássica imagem de solidez alemã.

O interior consegue ser ainda mais inovador, seguindo as pisadas do A. À frente do condutor estão dois ecrãs (cujos tamanhos variam de acordo com as versões ou opcionais) O da esquerda alberga a normal instrumentação, que pode ser configurada e o da direita o denominado infoentretenimento, com o GPS, o rádio, opções de configuração do carro, etc. Oscila entre dois ecrãs de 7 polegadas (série), um de 7 polegadas e outro de 10,25 e a Widescreen, que equipa as versões de topo, e disponibiliza dois ecrãs de 10,25 polegadas.

Ao centro do tablier três ventiladores a fazerem lembrar as turbinas de um avião, a que se somam duas nos extremos do tablier, em baixo, na consola central temos o touchpad, que permite, por exemplo, escrever o nome da rua que se pretende, e comandos rotativos para o modos de condução e volume do rádio.

Este interior tem um ar futurista muito agradável, sendo construído com materiais de elevada qualidade e montagem à prova do passar dos quilómetros. Para ajudar ainda mais o “futuro ao virar da esquina” temos o MBUX (Mercedes Benz User Experience), que permite uma interatividade jamais vista num automóvel.

O sistema não é perfeito, por vezes não nos entende (sim, falamos para o B), mas basta dizer “Mercedes” para termos as mais importantes funções do carro na ponta da língua. O MBUX vai melhorando com a interação e permite algumas brincadeiras, ótimas para distrair os mais pequenos ou fazer sorrir os mais crescidos. Pergunte-lhe o que pensa de algumas marcas concorrentes…

Bem acolhidos
Este B 180d acolhe bem cinco passageiros, apesar de o banco traseiro ser corrido, o que sempre penaliza a pessoa que vai ao meio. As cotas deste Mercedes (em especial os 2.729 mm de distância entre eixo) permitem desafogo interior e as amplas superfícies vidradas, a juntar a uma altura superior ao solo, ajudam nas viagens mais prolongadas.

A bagageira tem uma capacidade de 445 litros, podendo chegar aos 1.540 com o rebatimento dos banco traseiro que, nalgumas versões, pode deslizar longitudinalmente, aumentado o espaço para as bagagens ou para os passageiros.

A suspensão, mais virada para o conforto e a insonorização, tornando quase impercetível o motor, mesmo quando ao ralenti, contribuem para o bem-estar a bordo.

Para quem vai ao volante, os 116 cavalos e os 260 Nm do motor 1.5 turbodiesel, ajudados pelo correto escalonamento da caixa de sete velocidades, chegam para as encomendas. O B 180d oferece acelerações corretas (faz 10,9 segundos dos 0 aos 100 km/h) e uma velocidade máxima que atinge os 200 km/h e nunca o sentimos submotorizado.

O comportamento não oferece grande surpresas, pois trata-se de um familiar, focado no conforto dos ocupantes. Seguro, embora se note uma ligeira (e compreensível) inclinação da carroçaria.

Do que não gostamos, em definitivo, é do sistema de ajuda na transposição involuntária das linhas na faixa de rodagem. Demasiado brusco, ao travar ligeiramente as rodas que “pisam o risco”, chega a assustar quando vamos a rolar mais descontraídos.

Destaque-se a média de consumo que obtivemos neste B180d, rolando sempre com quatro pessoas – 5,7 l/100km -, um litro mais do que o declarado pela marca mas, mesmo assim, um valor baixo.

O preço do modelo que ensaiamos, onerado com 3.618 euros de opcionais, é de 41.114 euros, mas a entrada de gama faz-se através do B 160 (gasolina), que custa a partir dos 30.550 euros. No topo temos o B 220d, que começa nos 47.900 euros.

Características Mercedes B 180d
Motor Diesel, 46 cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler, 1461 cc
Potência 116 CV
Binário 260 Nm às 1750 rpm
Transmissão Dianteira, caixa de dupla embraiagem de sete velocidades
0-100 km/h 10,9 s
Velocidade máxima 200 km/h
Consumo anunciado (medido) 4,7 l/100 km (oficial)
Emissões CO2 123 g/km
Comp./Larg./Alt./Entre eixos 4419 mm/1796 mm/1562 mm/2729 mm
Peso 1345 kg
Suspensão (Fr/Tr) Independente McPherson/Multilink
Mala 445 litros
Pneus 205/60 R16 (fr)-205/60 R16 (tr)
Preço (ensaiado) Preço: 41.114€

 

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