Não falamos de escolhas Diesel de propósito. Preferimos ir aos dois extremos dos motores Mercedes a gasolina: um híbrido plug-in e um mais excitante AMG. Começamos pelo GLC 350e 4Matic, que causa logo boa impressão assim que o pomos a rodar na estrada, com a bateria totalmente carregada.
Neste primeiro percurso de 20 km – de Sintra às portas de Lisboa via IC19 –, nem sequer ouvimos o motor 2.0 a gasolina com 211 CV a trabalhar (ainda que este também seja silencioso). Foi um percurso que aproveitou a 100% o motor elétrico de 116 CV. É boa esta sensação de poupança. Acontece que para fazer o percurso de regresso, seria preciso carregar a bateria deste SUV compacto, que tem autonomia para 34 km e pode chegar aos 135 km/h de velocidade máxima.
Se mudarmos de cenário e mergulharmos no trânsito da capital, este híbrido confirma a sua vocação poupada e revela-se fácil de conduzir, bastante ágil em qualquer manobra e confortável graças à suspensão pneumática Air Body Control. É especialmente para quem passa a maior parte do tempo nestes percursos que o GLC 350e 4Matic, com 292 CV de potência combinada, se torna uma opção mais apetecível do que as versões Diesel – ainda que quase 2500 euros mais cara.
Este SUV com transmissão integral permanente e caixa automática de 7 velocidades acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 5,9 segundos e atinge os 235 km/h de velocidade máxima. Responde bem à aceleração, mas claro que os consumos sobem quando se pisa o acelerador com mais força – rondando uma média de 6 litros/100 km neste ensaio. A ideia é, lá está, usar o motor elétrico ao máximo e carregar bastantes vezes a bateria se quisermos fazer consumos de 2,7 litros/100 km como anuncia a marca. Para facilitar, o condutor tem acesso a gráficos que mostram o funcionamento de ambos os motores em tempo real – que, de resto, é habitual em carros híbridos.
Por dentro, este é um carro requintado, com acabamentos Premium e uma posição de condução elevada que combina com passeios fora de estrada, para aproveitar a tração às quatro rodas. O facto de ser um híbrido não prejudica o espaço interior, onde cabem cinco ocupantes com todo o conforto, mas nota-se na bagageira, com capacidade para 395 litros.O lado bruto
Porém, se do híbrido estamos falados, há outra variante, mais extrema. Estando os SUV na moda, não é de estranhar que as marcas comecem também a lançar vertentes desportivas neste formato que, à partida, parece tão pouco adaptável a quem gosta de andar depressa. Contudo, apercebendo-se do autêntico filão de sucesso que esta junção pode proporcionar, a Mercedes-AMG (braço desportivo da marca alemã) aplicou o seu ‘tratamento’ ao GLC Coupé para aquela que é uma interpretação mais radical.
Num bom equilíbrio entre discrição e exuberância, o design deste GLC Coupé AMG 43 coloca em destaque os pontos fortes deste SUV, nomeadamente, a imponência no asfalto que é sublimada pelas jantes de 21 polegadas e pela silhueta muito fluida. Mas é ao volante que se revela o seu carácter mais impulsivo, graças ao motor V6 de 3.0 litros com 367 CV de potência e 520 Nm de binário, que lhe permite acelerar dos 0 aos 100 km/h em balísticos 4,9 segundos, mostrando veia de ‘sprinter’ com fôlego inesgotável e vozeirão bem audível.
Embora tenha tração integral 4Matic, a preferência na entrega da potência é dada ao eixo traseiro (55/45) para comportamento mais excitante, o que alcança graças à conjunção da suspensão adaptativa (Air Body Control), direção super-precisa e caixa de nove velocidades de atuação sem mácula, tanto em andamento rápido, como em rondas ‘domingueiras’.
Mas há uma contrapartida para toda essa ‘fome’ de velocidade, que surge na forma dos consumos (8,4 l/100 km oficialmente, 12,3 l/100 km no teste): o pé pesado leva-nos mais vezes à bomba de combustível, mas não é algo que esteja presente na nossa mente quando pressionamos o acelerador. Para isso, temos o GLC 350e.
Por fim, o preço: a marca propõe este modelo a partir dos 87.550 euros, a que se juntam os extras, que facilmente colocam a fasquia acima dos 100.000 euros. Já o mais ecológico GLC 350 e 4Matic tem um custo (base) de 59.990 euros.
Bruno Contreiras Mateus e Pedro Junceiro
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