Ensaio Mercedes CLA: Pronto para as curvas

20/12/2017

Aproveitando o sucesso do irmão maior, o CLS, um quatro portas com formato de coupé, com o qual a Mercedes criou um nicho de mercado, a marca baixou uns degraus e lançou o CLA, questão de atender a todos os clientes possíveis e imaginários e apelar a uma clientela mais jovem. A verdade é que, mesmo sendo “irmão” do classe A, este “coupé” respira elegância e raça. O Motor24 experimentou-o na versão Diesel intermédia, a 200d, e gostou.

Lançado em 2013 e agora rejuvenescido, as linhas do CLA cativam ao primeiro olhar, mesmo se os imperativos do design lhe criem alguns constrangimentos na visibilidade traseira e mesmo para a frente, com os pilares A a comprometerem o ângulo de visão. Também o acesso ao interior, devido ao formato da carroçaria, não é dos mais fáceis e o banco traseiro apenas é aconselhável a dois passageiros.

Qualidade acima de tudo

O interior apresenta alguma proliferação de comandos a exigir alguma habituação, mas pouco reparos há a fazer à qualidade dos materiais utilizados e à respetiva montagem. Bem instalados em bancos com formato de bacquets, em que os encostos de cabeça estão fixos, gostamos da modernidade do desenho interior, onde se destaca, a meio do tablier, o monitor (agora mais pequeno, embora tivéssemos direito ao de 8 polegadas) do infoentretenimento, que integra o melhor o smartphone por via da Apple Carplay e o Android Auto.

Infelizmente continua a não ser tátil, que o mesmo é dizer que leva com umas valentes dedadas até nos lembrarmos de que nada serve andarmos para ali a tocar com o indicador.
Ninguém se pode queixar da falta de espaços de arrumação, e mesmo a mala oferece uns razoáveis 470 litros de capacidade. Dá mesmo para ir de férias, desde que leve só o que efetivamente usa e não, como é costume, o que pensa que vai necessitar.

Bem sentados (com pormenores interessantes, como a luz interior para os passageiros traseiros sobre o encosto de cabeça) é chegada a altura de dar a chave, um hábito que faz cada vez menos sentido, pois nem é preciso tirar a chave do bolso. Basta carregar no botão “Start”.

Carro divertido

Este motor, que e o 2.1 de cilindrada, já com alguns anos no ativo, mostra-se discreto mesmo a frio em andamento, a boa insonorização faz de cada viagem um prazer. A potência pode parecer baixa tendo em conta o visual agressivo do CLA (ainda há uma versão menos potente, de 109 cavalos), mas a verdade é que o binário é interessante (300 Nm) e surge a baixas rotações.

Somando a isto uma boa caixa de dupla embraiagem de sete velocidades, com as convenientes patilhas no volante, uma silhueta baixa e compacta, boas suspensões e chassis competente e conseguimos divertir-nos ao seu volante.

Às voltas pela serra da Lousã o “baixinho” não parou de de nos surpreender. Não é fabulosamente rápido, mas é suficiente equilibrado e despachado para surpreender máquinas mais potentes. E o facto de ser tração à frente dá uma ajuda preciosa na altura de meter o carro nas curvas. Trava-se forte, reduz-se e ele segue fielmente a trajetória. Decididamente, a “good value for money”.

Falando em dinheiro, esta unidade, cedida pela Sociedade Comercial C. Santos, valia 54.036 euros, sendo que contava com mais de 8900 euros de extras, 406 euros da extensão da garantia e mais de 16 mil euros de impostos. Ou seja, se prescindir dos extras, este carro poderá ser seu por pouco mais de 44.600 euros.

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