Se há uma palavra para definir este elétrico MINI Cooper SE ela é “diversão”. Com 184 CV, um binário instantâneo de 270 Nm tem um comportamento de kart, que nos encanta logo às primeiras curvas. O único senão desta “bela” é a autonomia, de 233 quilómetros em ciclo combinado.

O modelo que ensaiamos (cedido pela BMcar) dava nas vistas por um atrativo Green British Racing e esteticamente poucas são as diferenças em relação aos modelos com motores a combustão, ficando-se por alguns apontamentos em cor amarela e a grelha fechada.

As óticas traseiras com o desenho da Union Jack (a bandeira inglesa) são agora de origem em todas as versões e o tejadilho apresentava um curioso axadrezado, de que não gostamos muito, mas que segue a linha de irreverência que a marca sempre cultivou.

Há uma nova grela hexagonal e os faróis de nevoeiro migraram do para-choques da frente para as ótica LED, sendo substituídos por entradas de ar verticais, uma imposição da aerodinâmica

No interior viajam bem dois passageiros (à frente) e um tudo ou nada acanhados os dois de trás (lotação de quatro lugares), que são obrigados a alguns contorcionismos para entrarem no MINI.

Não há grandes surpresas em termos de ergonomia e disposição da instrumentação e dos botões físicos que ainda marcam presença no habitáculo. Este MINI é igual aos seus irmãos com motor a combustão, ou seja, como os mesmo defeitos, que nos obrigam a tirar os olhos da estrada quando procuramos algum botão (mesmo que com o passar dos dias o problema se atenue) e as mesmas qualidades, ou seja, um acesso direto à climatização e algumas funções, como desativar o controlo de tração ou selecionar os modos de condução.

Não podemos deixar passar em claro a alta qualidade dos materiais utilizados e a sólida montagem, nada comuns num citadino. O volante tem uma boa pega, e é fácil encontrar uma boa posição de condução e o SE é um carro onde nos sentimos bem, silencioso e suave como só os elétricos conseguem ser, com uma suspensão firme, sem ser desconfortável.

Interior

Ao centro do tablier reina um enorme círculo, reminiscência dos primeiros Mini, no interior do qual está um monitor tátil retangular, de 8,8 polegadas. O resultado não é dos mais felizes esteticamente, mas a reatividade é boa.

O SE surge corretamente equipado e usa o mais recente sistema de infontainement da marca.

A bagageira tem 211 litros de capacidade, os mesmos dos modelos com motor a combustão graça à colocação da bateria em “T”sob o banco traseiro, uma disposição possível graças ao desaparecimento do depósito de combustível.

Condução

Dispondo de quatro modos de condução, Sport/Mid/Green e Green+, o Cooper SE cedido pela BMcar, mostrou ser um carro que se sente como peixe na água em cidade e muito divertido em estradas mais sinuosas.

Começaríamos pela autonomia deste MINI, que a marca afirma chegar aos 233 quilómetros em ciclo combinado, facilmente conseguidos em modo Green+. Boa parte dos concorrentes oferece mais e é verdade que sentimos alguma ansiedade com (aparentemente) tão poucos quilómetros ao nosso dispor.

Mas, ao fim de quatro dias de ensaio, com os trajetos normais de uma semana de trabalho, que rondam os 40 quilómetros diários, percebemos que, mesmo rodando algumas vezes em modo Sport e aproveitando toda a diversão que este SE pode proporcionar, uma carga de bateria chegou e sobrou.

Mas para os mais ansiosos, o modo Green+ permite ao Cooper acelerações e retomas de velocidade perfeitamente adequadas ao trânsito citadino e mesmo na “guerra do semáforos, deixamos para trás com facilidade boa parte do que se move a gasolina ou gasóleo.

Por outro lado, usando o modo de regeneração no seu nível mais forte praticamente dispensamos o uso dos travões, ao mesmo tempo que asseguramos um melhor domínio do carro, à semelhança do permitido por uma caixa de velocidade.

No modo Sport, os 184 CV e o binário instantâneo de 270 Nm fazem o MINI acelerar dos zero aos 100 km/h em 7,3 segundos, para uma velocidade máxima compreensivelmente limitada (prática normal nos veículos elétricos) aos 150 km/h.

Rapidez igualmente nos tempos de carregamento. Num carregador DC de 50 kW os 80% da bateria são atingidos ao fim de pouco mais de 30 minutos, numa wallbox são três horas e meia, numa tomada doméstica são necessárias cerca de 12 horas.

Ficha Técnica
Mini Cooper SE
Motor elétrico, assíncrono
Potência 28,9 kW/184 CV
Binário máximo 270 Nm
Bateria Iões de lítio, 28.9 kWh (úteis)
Transmissão Tração dianteira, caixa de 1 vel.
Acel. 0-100 km/h 7,3 segundos
Vel. máxima 150 km/h
Consumo médio (WLTP) 15,3 kWh/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 0 g/km
Autonomia (WLTP) 233 km
Dimensões (C/L/A)
3845/1727/1432 mm
Distância entre eixos 2495 mm
Peso 1365 kg
Bagageira 211 litros
Pneus 195/55 R16
Gama desde 35.050 euros

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