Chega em meados de junho e é mais diferente do que parece. E parece feito por medida para um público jovem e para os seus gostos. Tem outra plataforma e até mais espaço. Convence num primeiro contacto. Os preços começam nos 15 383 euros
É lugar comum falar num carro maduro quando uma gama evolui. Trinta anos de história como a do Seat Ibiza, que entra agora na quinta geração, pressupõem esta conclusão. Mas a verdade é que ambas as verdades nos transpõem para uma realidade mais determinante. A marca espanhola sabe para onde quer ir com o seu ”best-seller”, trilha um caminho delineado com rigor que, aparentemente, só pode conduzir ao sucesso… num ano em que sai dos números vermelhos e festeja os melhores resultados de sempre com uma gama renovada e novidades na calha.
Mais pequeno por fora e maior por dentro (a distância entre eixos cresce 95 mm e os efeitos fazem-se sentir na habitabilidade traseira e na mala), vias mais largas, nascido sobre uma nova plataforma, em estreia absoluta no grupo VW (MQB A0), conseguido do ponto de vista estético, com uma aposta forte nas pequenas motorizações a gasolina este é um carro assumidamente apontado para um público jovem e adaptado a uma nova realidade. Não haverá versão de três portas, carrinha nem pensar, Cupra é para outros voos e outra gama. A SEAT “sabe” qual é o lugar do Ibiza!
Mais personalidade
Faz todo o sentido pensar assim. E as grandes apostas vão para a imagem e para os aspetos relacionados com a conectividade e todo esse mundo à roda da internet e das capacidades desse outro objeto mágico que é o smarphone. Por isso um ecrã tátil de oito polegadas, o maior do segmento, para tirar todo o partido de um sistema que funciona por wireless e nem dispensa o carregador respetivo pelo mesmo sistema. Anormal? Bom, estamos a falar de um Ibiza!
Com mais personalidade, mais esculpido e musculado, por via de um conjunto de nervuras (nas ilhargas e no capô) que lhe emprestam outro dinamismo, o novo Ibiza é mais diferente do que parece, tem mais personalidade, apurando todos os genes do estilo da marca – relançados com o Leon. Pena apenas que os puxadores das portas traseiras não sejam ocultados no pilar C, como se tornou comum. A imagem desportiva sairia reforçada! Com as rodas bem puxadas aos extremos tem um pisar convincente e afirma-se como dos mais marcantes do segmento. Deixa rasto…
No interior, a tentação é sempre pedir mais e melhor. O estilo é simples e muito limpo, desportivo como de costume, mas agradável e bem resolvido ergonomicamente. É claro que alguns plásticos podiam ser melhores, mas a qualidade percebida não sai prejudicada até porque pormenores como a faixa que decora o tablier e lhe confere largura e mais dimensão compõe o ambiente (pode ter duas cores: preto e mystic magenta, uma combinação mais feminina e ligada à própria cor do carro – outro aspeto de uma estratégia clara. Quanto a reparos, registe-se que uma pega de cortesia dava jeito ao pendura.
Aposta na gasolina
O Ibiza arranca apenas com três motorizações a gasolina: 1.0 três cilindros turbo, 95 e 115 cv, e 1.5 de 150 CV. O conhecido 1.6 TDI está anunciado para o fim do ano, com as mesmas propostas em termos de potência.
A versão mais musculada do três cilindros parece à medida do gosto português. E casa muito bem com o Ibiza. Aliás, a SEAT fez um excelente trabalho com este propulsor, que nem é um dos mais brilhantes do género. As vibrações quase não se fazem sentir e a sonoridade, em aceleração, está em níveis aceitáveis, mas bem audíveis.. Elástico e vivo, com caixa manual de seis velocidades, ao contrário de outras propostas até do grupo, permitiu resultados de consumo bem mais simpáticos: 6,9 l/100, num misto de estradas secundárias e um pouco de cidade. Os 200 Nm de binário contribuem para que seja possível uma boa gestão da caixa, pois trazem alma suficiente para que numa condução descansada não seja necessário grande trabalho com o seletor. Esta versão pode contar com uma caixa automática DSG de sete velocidades.
O menos potente, apenas com caixa manual de cinco velocidades, cumpre e mostra a generosidade suficiente para uma condução descansada. E quem faz contas, poupa na diferença de preço (-4 000 euros) e nos consumos. Gastamos quase menos um litro aos 100 (!), mas houve pelo meio um percurso de autoestrada.
Qualquer dos modelos estava equipado com o sistema Drive Profile, que propõe três modos de condução selecionáveis e ainda a possibilidade de criar um perfil próprio. A diferença é sensível, sobretudo ao nível da direção (bem direta no modo sport), mas não é de série…
As versões de equipamento são quatro : Reference, Style, XCellence e FR. A oferta contempla tudo quanto começa a ser normal a este nível, tanto em termos de facilidades como tecnologias de segurança.
A comercialização arranca em meados de junho e os preços começam nos 15 355 euros para o 95 cv e nos 19 383 para o mais potente.
Fichas técnicas
1.0 ECO/95 cv
Motor: 999 cc, três cilindros turbo, injeção direta, gasolina
Potência: 95 cv/5000-5500 rpm
Binário: 175 Nm/ 2000-3500 rpm
Transmissão: caixa manual de 5 velocidades
Aceleração 0-100: 10,9 s
Velocidade máxima: 182 km/h
Consumos:média – 4,7 l/100*
Emissões CO2: 106 g/km*
Mala: 355 litros
Preço: desde 15 355 euros
*Valores sujeitos a homologação
1.0 ECO TSI/115 cv
Motor: 999 cc, três cilindros turbo, injeção direta, gasolina
Potência: 115 cv/5000-5500 rpm
Binário: 175 Nm/ 2000-3500 rpm
Transmissão: caixa manual de 6 velocidades ou DSG de 7 velocidades
Aceleração 0-100: 9, s
Velocidade máxima: 195 km/h
Consumos:média – 4,7 l/100*
Emissões CO2: 108 g/km*
Mala: 355 litros
Preço: desde 19 383 euros
*Valores sujeitos a homologação
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