Opel Grandland X 1.2 Turbo: o membro que faltava

26/05/2019

Muito aguardado no nosso mercado, e posicionando-se acima do Mokka X, o Grandland X vem completar a ofensiva Opel na classe SUV. Mas será que, nesta motorização 1.2 a gasolina, o corresponde às expectativas que temos para um crossover urbano?

Com a alteração da regulamentação de portagens, a Opel pôde finalmente avançar com a venda do Grandland X em Portugal, cerca de um ano depois do seu lançamento na Europa. Era a pedra no sapato da marca alemã, sobretudo depois de ter visto a carreira comercial do Mokka X ser gravemente prejudicada devido a este ser taxado como Classe 2. Não é o caso Grandland X (desde que munido de Via Verde), que arranca com boas credenciais, ao partilhar a base do Peugeot 3008 para exibir um porte robusto, ainda que relativamente compacto – tem um comprimento de 4,4 metros –, e com isso oferecer um habitáculo volumoso. A par disso, tem uma bagageira com uma capacidade máxima de 515 litros, uma das melhores deste segmento.

O interior é prático, mérito da disposição dos comandos e ergonomia em geral, embora neste último aspeto os passageiros pareçam ser os mais beneficiados, já que a posição de condução merece ser revista. Isto, porque o banco está demasiado elevado e a regulação em altura é insuficiente para quem tenha estatura grande ou gosta de conduzir em posição mais baixa.

Os revestimentos e a qualidade de montagem estão na média, pois no que toca aos materiais aplicados o Grandland X é ligeiramente menos requintado que o seu primo francês.

Animado, mas ruidoso

O motor de 1199 cc sobrealimentado é um dos trunfos deste modelo, sobretudo numa era em que o mercado assiste a um crescente abandono das motorizações Diesel em prol da gasolina. Trata-se de um três cilindros moderno, de origem PSA, que desenvolve um binário de 230 Nm (logo às 1750 rpm), originando uma potência de 130 CV às 5550 rpm.

Logo que damos ao arranque sentimos alguma desilusão pelas vibrações e ruído que este propulsor emana. Mas não passa de impressão inicial, pois desde a partida que somos surpreendidos por uma resposta vigorosa desde as 1000 rpm. Não tem um cantar agradável, mas força não lhe falta a baixos regimes – batendo inclusive a maioria dos seus rivais de quatro cilindros nesta matéria –, chegando mesmo a ser brusco, o que requer alguma habituação nos momentos de arranque. Deixámos ‘calar’ o motor diversas vezes…

Este 1.2 Turbo é veloz, recuperando muito bem em 3ª, 4ª e 5ª velocidades, por exemplo, e mostrando que o escalonamento da caixa está igualmente ajustado, ainda que ligeiramente longo. Isto vem (teoricamente) beneficiar igualmente os consumos, mas aí as coisas não são tão reluzentes. Mesmo numa toada relativamente serena, por cidade e arredores, não conseguimos baixar as médias dos 8,5 l/100 km, o que é elevado para um motor tão compacto.

Mas os ‘pecados’ deste 1.2 diluem-se numa utilização em estrada aberta, cenário em que o ruído deixa de incomodar, os consumos baixam dos 8 litros e a sua disponibilidade e reserva de potência se mostram adequados à utilização familiar, sendo surpreendente, voltamos a referir, para um propulsor de somente três cilindros.

Pensado para a eficácia

A configuração de suspensão deste Grandland X foi claramente pensada para a eficácia, evidenciando firmeza no controlo dos movimentos da carroçaria, e juntando a isso uma direção suave embora não muito direta. Isto vem satisfazer os condutores mais exigentes e mais orientados para a dinâmica. Mas, em contraponto, causa algum desconforto aos restantes ocupantes, sobretudo em pisos menos uniformes e mais usuais em centros urbanos. Sente-se muito um efeito-mola nas irregularidades, o que se torna desagradável. Corrigimos as pressões de pneus – que estavam estabelecidas para carga elevada –, e com isso o conforto melhorou bastante, embora mostrando que a robustez na absorção é mais feitio do que defeito.

O Grandland X é comercializado nos níveis de equipamento Edition e Innovation para esta motorização e para o 1.5 Turbo D, tendo ambos a alternativa de caixa automática de oito velocidades. Na versão mais rica, o SUV germânico apresenta um conjunto de equipamentos muito interessantes, entre os quais se destaca o reconhecimento de sinais de trânsito, ‘máximos’ automáticos, alerta de ângulo morto e sensores de estacionamento (à frente e atrás, com câmara traseira) no capítulo da segurança, juntando a isso o rádio Navi 5.0 (com navegação e ecrã a cores de 8”), a climatização bi-zona e os bancos em couro e tecido no âmbito da comodidade, tudo isto por um PVP de 31.490€. Entre os diversos opcionais disponíveis, realçamos o Pack Safety (alerta de cansaço e de colisão dianteira, travagem automática de emergência e alerta de faixa com correção automática, 500€), o tejadilho pintado a preto (450€), o teto panorâmico em vidro (700€), os faróis de LED AFL (1200€) e a roda sobressalente (110€).

FICHA TÉCNICA

Opel Grandland X 1.2 Turbo Innovation
Motor: Gasolina, três cilindros, injeção direta, turbo com intercooler
Cilindrada: 1199 cm3
Potência: 130 CV/5550 rpm
Binário máximo: 230 N.m/1750 rpm
Tração: Dianteira
Caixa: Manual de seis velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 10,1 segundos
Velocidade máxima: 188 km/h
Consumo médio: 5,3 l/100 km
Emissões de CO2: 121 g/km
Peso: 1370 kg
Preço base da versão (ensaiada): 31.490€ (35.240€)

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