Opel Grandland X 1.5 Turbo D: Na classe certa

07/01/2019

A entrada no ano de 2019 trouxe, de uma assentada, duas boas novas para a Opel. Com a mudança do regime de portagens em Portugal, a marca germânica passou a contar com mais duas ‘armas’ de peso no mercado nacional. Um cenário sobre o qual o novo Grandland X promete dar alegrias à marca de Rüsselsheim.

Modelo importante para as ambições da Opel na Europa, o Grandland X vem completar a gama SUV da marca, que conta já com os Crossland X e com o Mokka X, este último tem com prestação comercial ‘castrada’ pela classificação de portagens em Portugal, que colocavam os SUV germânicos em Classe 2. Agora, mudando o ano e mudando a regulamentação em relação à taxação de portagens, o Grandland X passa a ser Classe 1.

Uma boa notícia também para os portugueses, que passam a ter acesso a um modelo de elevadíssima competência geral e com o tradicional rigor da Opel, além de estilo que é já tradicional na companhia.

Livro de estilo

Esse é aliás um dos traços fortes do novo Grandland X, que replica a filosofia que já é aplicada a modelos como o Crossland X ou o Insignia, embora aqui num conjunto que mistura requinte e elegância com uma pose mais elevada. A temática da assinatura luminosa em asa é recorrente, havendo neste caso que contar também com elementos decorativos como os protetores da carroçaria, que estando aplicados num modelo de tração dianteira, não serão mais do que isso mesmo – apontamentos estéticos.

Beneficiando da mesma plataforma que o ‘primo’ 3008 da Peugeot, a EMP2, o Grandland X tem um interior menos arrojado do que o francês. Menos arrebatador, mas não menos competente na sua qualidade geral e conceção, no entanto. Permanecendo fiel ao conceito de rigor germânico, este SUV não abdica de posição de condução elevada e de configuração mais tradicional da instrumentação, com volante de dimensões normais e sem que obrigue a concessões na leitura do painel de instrumentos (como no 3008). Na consola central, surge o ecrã tátil, bem posicionado, enquanto os materiais são dignos dos pergaminhos da Opel, macios ao tato na parte superior e de boa qualidade (com pespontos a simular revestimento em pele), alternando com o plástico de boa aparência na parte inferior do habitáculo. Os comandos da climatização são tradicionais e não incluídos no sistema tátil pelo ecrã de 8.0 polegadas.

Muito positivo é o espaço a bordo, uma vez que o Grandland X denota bom aproveitamento do seu interior, tanto para os passageiros, como para as bagagens. Com 4,48 metros de comprimento, este SUV consegue acomodar cinco ocupantes com relativa facilidade, sendo a altura nos lugares traseiros o ponto em que menos sobressai. De resto, piso quase plano e muito espaço para as pernas. Quanto ao espaço para malas, com duas alturas disponíveis, a bagageira do Grandland X é uma das mais amplas no segmento (515 litros), pelo que merece pontos pela funcionalidade. Além disso, a abertura da tampa da mesma pode realizar-se com um movimento do pé sob o para-choques traseiro, sendo um dos modelos em que melhor conseguimos que funcionasse.

Mais para o lado do conforto

No capítulo da condução, o Grandland X surge mais orientado para o conforto, reagindo com eficácia e suavidade às maiores imperfeições do piso. Esse refinamento na passagem por lombas ou buracos (e o inverno abriu mais uns quantos…) faz com que se note ligeiramente o adornamento da carroçaria quando se força o ritmo em curva, mas, paralelamente, exibe equilíbrio salutar, com reações muito compostas e trajetórias corretas.

Um acerto muito interessante que irá agradar àqueles que pretendem viajar com requinte e conforto, mas que aos condutores desejosos de condução desportiva pode não ser a mais indicada.

Motor Diesel com conta, peso e medida

A gama Grandland X passa a contar com a motorização 1.5 Turbo D de génese PSA, tratando-se de uma unidade bastante eficiente com 130 CV de potência e que ‘mostra serviço’ perante as mais restritivas normas antipoluição da União Europeia Euro 6d-TEMP.

Uma benesse que se junta à prontidão das respostas e boa elasticidade de uma mecânica que debita os seus 300 Nm às 1750 rpm, sentindo-se, mais importante ainda, desenvolto em ritmos médios, apenas exigindo recurso à caixa de seis velocidades (com as duas últimas relações mais alongadas) quando a inclinação da estrada é muito elevada ou quando se pretende uma retoma de velocidade imediata. Uma melhoria evidente na agradabilidade de condução num amplo espetro de utilização.

Regra geral, o motor 1.5 Turbo D é suave, com poucas vibrações transmitidas ao habitáculo, embora o ruído não seja tão bem disfarçado.

GRANDLAND X SERÁ O PRIMEIRO HÍBRIDO PLUG-IN DA OPEL

Ponto relevante é o do consumo. O Grandland X exibe médias que se podem considerar deveras aceitáveis para um modelo deste género – o nosso resultado cifrou-se em 5,7 l/100 km.

No que diz respeito ao equipamento, a versão ensaiada era a de topo Innovation, que remete para um preço de 34.490€, ou seja, o mais elevado, mas que conta com uma grande panóplia de elementos, como travão de parque elétrico, rádio IntelliLink 5.0 com ecrã de 8.0 polegadas com navegação, cruise control, sistema de reconhecimento de sinais, sensores de chuva e de luz com controlo automático de médios-máximos, bancos em pele e tecido, câmara traseira e tampa da mala com abertura elétrica sem mãos. Além disso, as jantes de 18″ são também de série. A gama começa nos 29.090€ para o modelo equipado com o motor 1.2 Turbo a gasolina, também de 130 CV de potência.

VEREDICTO

Tanto o Grandland X como o Mokka X são modelos que conseguem ombrear com os seus rivais nos respetivos segmentos, mas que em Portugal tinham poucas hipóteses de serem bem-sucedidos nas vendas devido à taxação das portagens. Agora, contornado esse problema, a Opel tem mais razões para sorrir em solo luso.

O Grandland X revela-se, ao fim e ao cabo, um conjunto muito completo que mistura elegância e rigor alemão com a eficácia da mecânica 1.5 turbodiesel de 130 CV, cujas respostas são de exploração agradável, além de dispor ainda de interior espaçoso que remete para uma utilização familiar competente. A condução é característica sólida, valorizando o conforto geral, mesmo com jantes de 18 polegadas.

Cumprindo com todos os predicados daquilo que é um SUV moderno, o Grandland X chega para enfrentar uma concorrência ‘feroz’, mas face à qual não se amedronta.

FICHA TÉCNICA

OPEL GRANDLAND X 1.5 TURBO D INNOVATION
Motor: 1499 cc, quatro cilindros em linha, TGV, intercooler, injeção direta
Potência: 130 CV às 3750 rpm
Binário máximo: 300 Nm às 1750 rpm
Tração: Dianteira
Caixa de velocidades: Manual de seis velocidades
Velocidade máxima: 195 km/h
Aceleração 0–100 km/h: 11,3 s
Consumo médio (WLTP convertido para NEDC): 4,1 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP convertido para NEDC): 110 g/km
Suspensão Dianteira: MacPherson, independente, barra estabilizadora
Suspensão Traseira: Eixo de torção
Peso: 1435 kg
Bagageira: 514-1652 litros
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4477/1856/1609
Distância entre eixos (mm): 2675
Pneus: 225/55 R18
Preço base (ensaiado): 34.490€ (38.240€)

MAIS: QUALIDADE GERAL; CONFORTO de rolamento; prestações do motor; Versatilidade; equipamento de base; opcionais acessíveis.

Menos: Direção com pouco feedback; caixa com alguma rispidez no manuseamento.

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