Peugeot 508 SW 1.5 BlueHDi: A carrinha certa para chamar a atenção

09/07/2019

Com a versão carrinha (SW) do 508, a Peugeot faz jus àquele que é um dos melhores atributos na conceção de qualquer automóvel: o bom design. Por isso, o 508 SW vai chamando a atenção por onde passa, quase fazendo esquecer que lá dentro há outros atributos que vale bem a pena explorar, como o espaço a bordo, a condução e a qualidade de construção.

A versão berlina, com o seu tejadilho meio coupé, já era uma boa dfigura de estilo, mas com a variante carrinha, a Peugeot adiciona à receita um pouco mais de versatilidade, sobretudo nos lugares traseiros, uma vez que a linha do tejadilho é menos inclinada, logo mais favorável à entrada e saída dos passageiros.

Face a essa mesma variante, destaca-se por ser 4 cm mais comprida (embora também 4 cm mais curta do que a geração anterior), sendo a sua altura (1,42 m) mais curta em 6 cm face à anterior 508 SW, que demonstrou uma aposta no maior rigor e classicismo germânico do que na emotividade gaulesa que agora surge aqui nesta nova geração. Com recurso à plataforma EMP2, esta carrinha apresenta um trabalho mais conseguido ao nível da compactação de elementos e da definição do espaço, com as grandes melhorias evidentes a surgirem nos lugares traseiros, nos quais aumentaram o espaço para as pernas e cabeça. Aí, viaja-se bem e de forma confortável, com espaço considerável para as pernas e em altura, sendo boa opção para as pequenas famílias, situando-se na média do seu segmento.

Quanto ao espaço para bagagens varia entre os 530 litros e os 1780 litros, com os encostos dos bancos traseiros rebatidos, o que é um bom valor para um automóvel deste tamanho. Existem no mercado opções mais espaçosas, tanto para passageiros, como para bagagens, mas a 508 SW tem outros ‘truques na manga’. Além disso, registo para a boa qualidade de construção e para os materiais utilizados, na sua grande maioria equiparáveis aos utilizados em modelos de concorrência Premium.

Um deles é a condução, que apesar do alongamento de dimensões, continua a ser um ótimo cartão-de-visita desta geração do 508, com natural equilíbrio em curva, num sinónimo de agilidade que também se demarca pela boa filtragem das imperfeições do piso, mesmo que em superfícies muito deteriorado salte à vista alguma firmeza de amortecimento, mais evidente na configuração GT Line. Uma opção que privilegia a condução mais dinâmica, portanto, mas que se demonstra recompensadora para quem aprecia um pouco mais de emoção no quotidiano. Em grande parte, o incremento de rigidez estrutural da carrinha pode ser responsabilizada por esta circunstância, bem como a sensação de agilidade, a que se junta uma direção precisa e comunicativa.

Ver à noite

Para melhorar a segurança de condução, a gama 508 estreia câmara de infravermelhos para o sistema “Night Vision”, que permite detetar, de noite ou com visibilidade reduzida, a presença de peões ou animais que surjam à frente do veículo (para além do alcance dos faróis). A imagem é apresentada no seu campo de visão, no painel de instrumentos digital, acompanhada de um sinal de alerta.

Aspeto que agrada e que ajuda na apreciação do dinamismo do 508 SW é o seu polarizador formato i-Cockpit da instrumentação: volante de dimensões muito concisas e mais ou menos plano em cima e em baixo, instrumentação em posição elevada no tablier e ecrã central de 10 polegadas que serve de centro de comando das principais funções do veículo com respetivas teclas de atalho, estilo piano, mais abaixo. Um formato que não é novo. O 3008 já o usou, o 5008 também e o 508 berlina igualmente. Mas, se nem sempre é bem acolhido, o esquema de volante pequeno e desportivo ajuda a uma sensação mais dinâmica, com os seus ‘golpes’ de volante mais pequenos a promoverem a ideia de que há agilidade suplementar. Pelo menos, é a ilusão que fica…

Por outro lado, o motor 1.5 BlueHDi de 130 CV é unidade de última geração, o que quer dizer que tem prestações muito competentes e enorme elasticidade, sendo sobretudo reativo em baixas rotações, com os 300 Nm de binário disponíveis às 1750 rpm, mas fôlego disponível um pouco antes, o que ajuda no capítulo das recuperações e na agradabilidade geral da condução. Permite desenvoltura e passo despachado, mesmo que evidencie algumas limitações quando o terreno começa a ficar mais íngreme, obrigando então a recorrer à bem escalonada caixa manual de seis velocidades (há também opção de caixa automática de oito velocidades por mais 2200 euros). Mas, em todo o caso, o 1.5 BlueHDi dá conta do recado em praticamente todos os sentidos, até mesmo na suavidade de funcionamento.

A economia também é ponto de honra, mercê de um registo obtido no ensaio de 5,6 l/100 km, o que é um bom valor para uma carrinha que mostra sensibilidade e bom senso nas prestações. A média anunciada pela marca em ciclo WLTP é de 5,0 l/100 km.

Os modos de condução dão um pouco mais de diferenciação na condução, mas não são diferenças demasiado significativas, mesmo que o modo mais eficiente permita maior redução nos consumos de combustível.

O equipamento de série está bem conseguido nesta versão GT Line, compreendendo praticamente todos os itens mais relevantes para uma proposta deste género, neste caso, com sistemas de ajuda ao estacionamento Pack City com câmara traseira, pack Safety Plus com sistema de vigilância do ângulo morto, sistema de deteção de fadiga evoluído, assistente de máximos e reconhecimento alargado dos sinais de trânsito, a que se junta ainda as jantes de 18 polegadas Hirone de dois tons. O seu preço base é de 42.770€, mas no caso da unidade ensaiada acrescem ainda a pintura nacarada branca (790€), os bancos em couro preto (3350€), o portão da bagageira com abertura automática (450€), o sistema de som Premium da Focal (850€) e sistema de visualização infravermelhos (1200€) para um total de 49.360€.

No entanto, se tiver ficado apaixonado pelo estilo, mas a carteira for mais ‘pequenina’, a versão de acesso da 508 SW é de 37.200€.

VEREDICTO

É para o estilo, mas há muito mais nesta 508 SW. Robusta e agressiva em igual medida, a nova geração da 508 SW tem uma apresentação interior moderna que lhe dá muitos pontos, além de uma qualidade geral que é um passo em frente face ao modelo anterior. A dinâmica de condução é ponto forte, respondendo com segurança e confiança aos pedidos do condutor, tendo como aliado um motor 1.5 BlueHDi que está apto para a grande maioria das situações, valendo-se de inestimável elasticidade em praticamente todas as circunstâncias.

Compensará a versão mais potente 2.0 BlueHDi de 160 CV caso faça viagens em terrenos com maiores inclinações frequentes ou com carga frequente, mas parece-nos que esta variante de 130 CV é artista convincente e uma ‘pedra no sapato’ das rivais alemãs Premium.

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