Numa operação centrada no Porto, a Dacia permitiu aos jornalistas portugueses um primeiro contacto com o Spring, colocando à prova este pequeno elétrico em condições reais de utilização, retribuindo algumas surpresas para quem esperava um modelo mais limitado em autonomia.

Começando pelo visual e apesar do estilo mais robusto, o Spring é um modelo de segmento A, não só pelas suas dimensões compactas, mas também pelos materiais utilizados no interior – plástico rijo, mas de construção rigorosa em bom ambiente geral. Honesto e sem embelezamentos ou tecnologias abundantes, mas cumpridor e agradável na sua vivência. Por outro lado, a falta de ajustes da coluna da direção e do banco do condutor são pontos menos agradáveis. Porém, ótima visibilidade em todos os ângulos, mercê também do posto de condução elevado.

Passando pelos detalhes técnicos, se é um facto que o novo Spring apresenta valores modestos para os cânones usuais de um elétrico, com apenas 33 kW/44 CV de potência, o binário de 125 Nm compensa largamente esse facto, permitindo-lhe manter ritmos de forma bastante fácil, ajudando naturalmente pelo baixo peso.

Essa agilidade de andamento faz com que o Spring ande ‘alegremente’ em cidade a velocidades de até 50 km/h ou 60 km/h sem dificuldades, apenas demonstrando alguma limitação quando é preciso acelerar mais depressa a partir desse patamar de velocidade, por exemplo, ao entrar numa autoestrada. Ainda assim, o binário faz com que seja mais competente do que muitos rivais com motores de combustão.

Depois, há uma boa naturalidade de reações em curva. A direção, sendo leve, é direta q.b., ajudando a uma dinâmica que é bem composta e até surpreendente. Na combinação das prestações com a estabilidade direcional, o Spring acaba por ser divertido.

Já em autoestrada há a tal dificuldade em aceleração pura, mas é algo que se pode esperar para um modelo que, tendencialmente, quer ser usado em cidade. Dito isto, viajar a 110 ou 120 km/h não é preocupante, embora tenha como contrapartida um gasto ligeiramente maior de energia da bateria. Mas, também aqui o Spring revela um dado muito positivo – é eficiente.

No total, percorremos pouco mais de 100 quilómetros, numa primeira metade com caminhos por estradas nacionais e, na segunda metade, por autoestrada e via rápida quase por inteiro. O resultado da primeira viagem retribuiu uma média energética de 11.4 kWh/100 km. Após a segunda viagem, o combinado apontou uma média de 12.5 kWh/100 km, com uma autonomia restante de 134 quilómetros. Ou seja, a sua taxa de esforço em autoestrada não nos pareceu tão penalizadora quanto seria de imaginar antecipadamente. Ou seja, o Spring não se ‘fecha’ no ambiente urbano e revela até energia para outras paragens.

Nesta combinação de elementos, o Dacia, mantendo os valores de otimismo e de robustez, assume-se como uma ótima solução. Será este o elétrico que o povo precisava para a afirmação da mobilidade elétrica? A resposta parece muito mais virada para o lado afirmativo…

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