A SEAT renovou os seus dois modelos de acesso à marca, os Ibiza e Arona, que partilham uma grande parte dos componentes e as motorizações, bem como as novidades de meio de ciclo em termos de tecnologia de infoentretenimento e de segurança. Para modelos de reconhecida irreverência e juventude, os ganhos são bastante evidentes em termos de utilização.

Tendo por base a plataforma MQB A0 para os modelos mais compactos, os Ibiza e Arona recebem diversas novidades, sobretudo ao nível dos conteúdos tecnológicos, embora também existam novos detalhes estéticos. As diferenças são mais evidentes no caso do SUV compacto, que ganha maior robustez com as alterações ao nível dos para-choques, sobretudo quando ostenta também os novos faróis de nevoeiro circulares na dianteira que, sendo opcionais, contribuem para um visual moderno.

Em Bilbau, Espanha, pudemos efetuar o primeiro contacto com ambos os modelos da marca espanhola, num evento em que, em vez de Sol de verão, tivemos a companhia da chuva, por vezes, intensa.

Impressões interiores

Por dentro, os dois SEAT ganham sobejamente em qualidade e competências, não só pela adoção de revestimento macio ao toque ao longo de todo o tablier, mas também de outros revestimentos noutros pontos do habitáculo. A qualidade de construção e a boa insonorização foram outros atributos que ficaram bem patenteados no nosso primeiro contacto com os Ibiza e Arona.

Mas, é a tecnologia que se demarca, com o painel de instrumentos e o novo ecrã central tátil – no caso das unidades ensaiadas, sempre de maiores dimensões: com 8.25” de série (anteriormente, era de 6.5”) e de 9.2” em opção, resultando mais fácil de observar e de manusear. Crucialmente, mantiveram-se os comandos físicos para a climatização. Seja num, seja noutro, a vivência a bordo é bastante acolhedora, demonstrando que a cura de rejuvenescimento lhes fez muito bem.

No caso do sistema multimédia de maiores dimensões, vale mesmo a pena destacar a melhor visibilidade do ecrã e a melhoria na interação com o mesmo. Na vertente da segurança, o acréscimo de tecnologias de assistência é valioso, valendo-se se elementos que permitem até condução semi-autónoma em determinadas condições, como o Cruise Control Adapatativo (ACC) e o Lane Assist. Nota para a chegada do sistema de reconhecimento de sinais de trânsito e para o sistema Side Assist, que auxilia nos processos de mudança de faixa, valendo-se dos radares traseiros para vigiar os ângulos mortos.

Fortes na condução

Sem mexidas técnicas em termos de chassis ou de motorizações, a gama dos Ibiza e Arona mantém-se versátil e convidativa para todos os gostos – e bolsas. Os responsáveis da marca catalã argumentam que é o que os clientes querem e torna-se difícil contrariá-los, não só pelo misto de prestações e economia, mas também pelo facto de esta plataforma não permitir eletrificação em moldes mais latos. Sabia-se também que o Diesel já não fazia parte da lista pelo que apenas teremos no mercado Ibiza e Arona com motores a gasolina (MPI e TSI) e a gás natural (TGI).

No Ibiza, o leque de potência varia entre os 80 CV e os 150 CV, enquanto no Arona o mesmo leque varia entre os 90 CV e os 150 CV.

Na apresentação de Bilbau, ensaiámos o 1.0 EcoTSI de três cilindros com 110 CV de potência e 200 Nm de binário, associada a uma caixa manual de seis velocidades (ou automática DSG de sete relações), assumindo-se como uma escolha bastante sensata para quem se satisfaz com prestações desenvoltas em associação com boa economia de utilização, até pelo facto de ser um motor de um litro de cilindrada. Com manuseamento preciso da caixa de velocidades, o Ibiza 1.0 EcoTSI de 110 CV revela desenvoltura e competência para uma ampla variedade de rimos, valendo-se igualmente de boa elasticidade mecânica para retomas. No comportamento, nota para a sensação de estabilidade geral, tanto em curva, como em velocidade de cruzeiro, embora tenham faltado muitas condições para avaliar de forma mais ampla o comportamento do Ibiza.

Mais tempo de condução tivemos com o Arona, equipado com motor 1.5 EcoTSI de 150 CV e 250 Nm, acoplada unicamente à caixa DSG de sete velocidades e com tecnologia de desativação de dois dos quatro cilindros (ACT) em condução sem carga no acelerador. Este sistema funciona até aos 130 km/h, independentemente da velocidade engrenada pela caixa automática de dupla embraiagem.

Num trajeto de mais de 100 quilómetros, com condições diversas, entre percursos de montanha, autoestrada e circuito citadino, este Arona revelou-se muito lesto e eficaz nas respostas, tirando partido do correto escalonamento da caixa, que consegue extrair assim o melhor do potencial do bloco 1.5 Eco TSI, muito suave e progressivo nas respostas, distanciando-se de uma abordagem mais impulsiva, mas com prestações muito agradáveis. O comportamento dinâmico é um dos seus melhores predicados, mesmo à chuva, com segurança e estabilidade elevadas, ainda que os pneus nos tenham parecido algo ‘escorregadios’ com o piso muito molhado.

Em suma

Tanto o Ibiza como o Arona ganharam bastantes argumentos para os seus respetivos segmentos, fortalecendo posições, sobretudo em termos de funcionalidade interior, com a melhoria da conectividade a ser um chamariz importante para os seus clientes-alvo atuais. Ambos os modelos chegam ao mercado no verão, com os preços ainda em finalização antes da comercialização.

Arona 1.5 TSI 150 CV DSG7
Motor 1.5 TSI 150 CV
Cilindros 4 cilindros
Cilindrada 1498 cc
Binário máximo 250 Nm às 1500-3500 rpm
Aceleração 0-100 km/h 8.4 seg.
Velocidade máxima 210 km/h
Consumo médio (WLTP) 6,1-6,6 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 138-150 g/km

 
Ibiza 1.0 TSI 110 CV CM6 (DSG7)
Motor 1.0 TSI 110 CV
Cilindros 3 cilindros
Cilindrada 999 cc
Binário máximo 200 Nm às 2000-3000 rpm
Aceleração 0-100 km/h 10.3 secs
Velocidade máxima 195 km/h
Consumo médio (WLTP) 5,0-5,8 (DSG: 5,3–6,4) l/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 113-132 (DSG: 121–141) g/km

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.