SEAT Arona 1.0 EcoTSI 115: É tão bom ser jovem!

01/05/2018

Percebendo que o filão dos SUV continua a render que nem ‘pãezinhos quentes’ acabados de sair do forno, a SEAT lançou para cima da mesa mais um concorrente, o Arona. E de competência elevadíssima, diga-se desde já, uma vez que a base técnica é a do Ibiza que, como se sabe, tem virtudes reconhecidas em termos de condução, eficiência e qualidade de rolamento.

Com dimensões compactas (4138 mm de comprimento), o Arona não esconde semelhanças com o Ibiza, com grelha desportiva e iluminação diurna LED que já é uma imagem de marca da SEAT. A sensação de jovialidade é reforçada pela possibilidade de contar com pintura do tejadilho numa cor diferente da restante carroçaria, um opcional que tem um custo variável entre os 200€ e os 650€. No pilar C, marca específica deste modelo mais aventureiro. Mas não vale a pena pensar muito em aventuras arrojadas, uma vez que não é uma opção para percursos fora de estrada mais arrojados.

O habitáculo, uma vez mais eximiamente concebido e sólido, mostra qualidade e funcionalidade em igual medida. No entanto, na apreciação dos materiais, nota para a abundância de plásticos rijos no interior, mesmo que mostrem boa aparência. No tablier, a faixa cinzenta traz consigo uma nota de irreverência. No topo da consola central, o ecrã de 8.0 polegadas com o mais recente sistema multimédia da SEAT, é uma enorme mais-valia pela sua funcionalidade, resposta e leitura. De série no nível Style, pode ser associado a smartphones por Bluetooth, receber aplicações, mostrar informações do estado do veículo ou mostrar a navegação. O volante, fino, tem recorte desportivo graças às suas dimensões reduzidas.

Espaço a bordo também é um ponto no qual o Arona não desilude: o espaço para as pernas nos lugares traseiros é aceitável (sem ser brilhante) e a altura tanto à frente como atrás é aspeto no qual se demarca graças à distância do assento ao tejadilho. Já a largura é menos generosa, mas o facto é que essa é uma contingência de muitos outros rivais do segmento. Para quem procura um modelo para levar muitas malas, a bagageira merece elogios com os seus 400 litros.

Boa variação

O Arona tem maior altura ao solo do que o Ibiza, mas isso não faz deste modelo menos habilitado para andamentos mais fortes. Aliás, o Arona tem uma base muitíssimo eficaz e isso faz com que consiga ter um comportamento muito saudável quando se abordam estradas mais serpenteantes, oferecendo mesmo um valor de diversão ao volante que nem sempre se encontra neste segmento.

Estável, mesmo quando se entra em curva em apoio e com maior otimismo, o Arona proporciona dinâmica agradável sem, no entanto, prejudicar o conforto, que também se merece boa nota. Característica fundamental para a boa sensação de condução é a da precisão da direção, que é ainda muito rápida nas respostas (embora sensível a velocidades de autoestrada). Na prática, o Arona é uma boa variante do Ibiza, convertendo aquele que é um dos utilitários mais competentes num SUV de elevada satisfação de condução.

Para movimentar este modelo, a gama de motores 1.0 TSI volta a ser uma uma opção com bastante ‘salero’: na configuração de 115 CV, esta unidade de três cilindros volta a ser um exemplo de energia e de elasticidade na utilização, embora no caso desta versão com caixa manual de seis velocidades as duas últimas relações mais longas prejudiquem um pouco as recuperações. Neste caso, sobretudo, em sexta, caso precise de retomar velocidade, é recomendável efetuar uma redução de velocidade.

MAIS: Estabilidade, motor, bagageira e conforto.

Menos: Espaço para as pernas atrás, largura interior, acerto longo das duas últimas mudanças.

A entrada em funcionamento do turbo em redor das 1900 rpm faz com que a sua faixa mais interessante de utilização seja daí em diante, conseguindo mostrar-se muito solto e enérgico até às 3000-3500 rpm. A configuração de três cilindros é bem disfarçada em andamento, denunciando-se apenas a frio (no arranque) ou quando se leva o ponteiro das rotações para cima das 3500 rpm, mas está longe de ser desagradável – antes, parece ‘rouquidão’ de um mini-desportivo. Sem o ser, neste caso. E os consumos? Uma surpresa relativa, com uma média de 6,1 l/100 km, o que não deixa de ser um bom indicador apesar da média anunciada ser de 4,9 l/100 km.

A versão ensaiada tinha o nível de equipamento Xcellence, o que quer dizer que vem bem recheada em termos de conteúdo: entrada e ignição sem chave (keyless), o sistema de infoentretenimento SEAT Full Link com ecrã tátil de 8″, câmara de marcha-atrás ou, no capítulo da segurança, elementos como o sistema de deteção de fadiga, monitorização de condução Front Assist, cruise control e sensores de luminosidade e de chuva. Tudo por um custo de 21.895€, que parece bastante adequado para este modelo cheio de virtudes. Os preços começam, no entanto, nos 16.580€ no modelo 1.0 TSI de 95 CV com nível Reference. As qualidades dinâmicas e de construção serão as mesmas, mas vem mais despido…

VEREDICTO

A SEAT volta a acertar em cheio com o Arona, concebendo um modelo apelativo e que vem cair no ‘coração’ daquele que é o segmento SUV da moda – o dos utilitários. Eficaz na dinâmica, bem construído a nível geral, confortável e espaçoso q.b., o Arona beneficia ainda daquele que é um motor enérgico e frugal, não se negando até a oferecer alguma pujança desportiva, como revela o valor de aceleração dos zero aos 100 km/h em 9,8 segundos. Uma aposta segura, que goza também de muito apelo visual, chamando a atenção a muita gente, em especial aos mais jovens.

FICHA TÉCNICA

SEAT ARONA 1.0 TSI 115 cv XCELLENCE
Motor: 3 cilindros, 999 cc, turbo, intercooler, injeção direta
Potência: 115 CV às 5000-5500 rpm
Binário máximo: 200 Nm às 2000-3500 rpm
Transmissão: Caixa manual de 6 velocidades
Aceleração 0-100: 9,8 s/10 s
Velocidade máxima: 182 km/h
Consumo médio anunciado (medido) 4,9 l/100 km (6,1 l/100 km)
Emissões de CO2: 114 g/km
Comprimento/largura/altura 4138/1780/1552 mm
Distância entre eixos 2566 mm
Peso (c/ condutor) 1187 kg
Bagageira: 400 litros
Preço base: 21.895€

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