Hoje em dia são comuns as motos superdesportivas com 200 cavalos, capazes de “derreter” um pneu traseiro em poucos quilómetros e marcar 300 km/h no velocímetro. No entanto em 1999 o panorama era bem diferente e quando foi lançada, a Hayabusa era rainha absoluta. Foi desenhada para chamar a atenção, criar impacto e transmitir a sensação que era a moto de produção mais rápida do planeta. Os números ainda hoje impressionam, mas há 22 anos eram escandalosos: 4 cilindros em linha 1298 cc, 175cv, 138 Nm e 3.3 segundos dos 0-100 km/h.

 

nome surgiu para desafiar a rival Honda pois o “falcão peregrino” é um predador da “blackbird”

Sendo uma moto tão peculiar, era normal que estivesse nos planos da Suzuki a possibilidade de a descontinuar, em 2018 chegou mesmo a deixar de ser comercializada na europa por não cumprir a norma Euro4, mas a legião de fãs acumulados por todo o mundo ao longo dos anos foi suficiente para a marca decidir que valia a pena a sua continuação. Na europa foi preciso esperar até 2021 para conhecermos a 3ª geração da moto que também é conhecida como o “falcão peregrino”, que está bem expresso em japonês em ambos os lados das carenagens. O nome surgiu para desafiar a rival Honda pois é um predador da “blackbird”, a moto de produção mais rápida até surgir a Hayabusa.

Desmarcando-se da concorrência direta, a Suzuki optou por não adicionar um turbo nem aumentar a cilindrada da nova Hayabusa, em vez disso, focou-se em melhorar a sua utilização na faixa média da rotação que é geralmente onde a moto vai trabalhar numa utilização quotidiana. A aceleração a partir das 3000 rpm é impressionante mesmo em 5ª ou 6ª velocidade a 60 km/h, reduzindo uma ou duas velocidades a moto parece querer levantar vôo.

Como a tecnologia não para de evoluir, a terceira geração vem equipada com todas as melhorias que os engenheiros da marca conseguiram integrar para proporcionar ao motociclista mais segurança, controlo e conforto. Há mudanças estruturais ao nível do quadro em dupla trave de alumínio através de fundição e extrusão, os escapes, a câmara de combustão e o injetor secundário foram redesenhados para um aumento de binário em baixa e média rotação e ao mesmo tempo cumprir com a exigente norma EURO 5, a forquilha Kayaba de 43 mm é totalmente ajustável, jantes de 7 raios mais leves para reduzir a massa suspensa, guiador 12mm mais próximo do piloto para uma redução do esforço e cansaço do motociclista, travões radiais Brembo Stylema de 4 pistões com disco de 320mm de diâmetro para uma travagem extremamente potente, aerodinâmica melhorada e uma distribuição de peso 50:50.

Em andamento a posição de condução é inesperadamente confortável

Em andamento a posição de condução é inesperadamente confortável graças ao assento, mas sobretudo por causa da afinação do amortecedor mais para o mole. Juntamente com a longa distância entre eixos e o pneu Bridgestone S22 desenvolvido especificamente para a Hayabusa, temos um elevado nível de tração mecânica que impulsiona a moto para a frente a um ritmo alarmante. Em cerca de três segundos vamos a 100 km/h e o resto não nos atrevemos a dizer. A travagem foi imensamente melhorada, sendo agora combinada da frente para trás e inclui também ABS em curva.

Apesar do seu peso e aspeto intimidante, a Hayabusa curva espantosamente e é incrível a facilidade com que conseguimos circular no trânsito, o quickshifter tem um funcionamento fluido mesmo a baixas velocidades, sendo perfeitamente possível fazer uma vida diária com ela. A eletrónica está omnipresente e as ajudas à condução são muitas, existem três modos de condução predefinidos: A-ativo, B-básico e C-conforto que definem a entrega de potência, controlo de tração, levantamento da roda da frente, travão-motor e o quickshifter. E mais três personalizáveis, tudo ligado a um cérbro eletrónico (IMU) que monitoriza permanentemente os 6 eixos e age em conformidade. Existe até um modo Launch Control que limita as rotações às 4,000 rpm, 6,000 rpm, ou 8,000 rpm, juntamente com o quickshifter torna possível qualquer um fazer arranques com facilidade e em segurança. Tudo à distância dos seletores no punho e facilmente verificável no painel de instrumentos que combina mostradores analógicos com um ecrã digital TFT. É notória a redução de potência e torque ao selecionar o modo C-conforto, tornando-a uma moto completamente obediente à nossa vontade.

é incrível a facilidade com que conseguimos circular no trânsito

Quem gosta de viajar de moto não foi esquecido com o cruise control instalado de série e até tem limitador de velocidade, para juntar aos argumentos que tornam a nova Hayabusa na sua melhor versão de sempre para uma utilização polivalente.

Ficha técnica:
Motor: 1340 cc; 4 cilindros em linha, refrigerado a líquido a 4 tempos Transmissão: Caixa de 6 velocidades Suspensão frente: Telescópica invertida Suspensão traseira: Monobraço Travão frente: Brembo Stylema®, 4 êmbolos, discos duplos, ABS Travão traseiro: Nissin, 1 êmbolo, mono disco, ABS Pneu frente: 120/70ZR17M/C (58W), tubeless Pneu traseiro: 190/50ZR17M/C (73W), tubeless Altura do assento: 800 mm Depósito de combustível: 20 L Peso: 264 kg Preço: a partir de 19.799 euros

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