Suzuki Jimny: Um David entre Golias

23/05/2019

A Suzuki já não mexia neste modelo há vinte anos. Sim, leu bem, duas décadas. Não é habitual uma marca estar tanto tempo sem renovar um modelo, ainda mais com tanto sucesso. Por outro lado, talvez seja, precisamente, essa a razão.

A história do Jimny remonta à década de 1970 quando aparece pela primeira vez no mercado japonês. Com um comprimento abaixo dos três metros, enquadrava-se na classe Kei que tinha benefícios fiscais face aos veículos de maiores dimensões. Agora, na quarta geração, estamos perante um veículo que vai muito além do propósito utilitário inicial para que foi concebido.

Há muito mais conforto a bordo e na versão Mode 3 por nós testada, ao ser a mais equipada, vem com alguns extras que tornam a vida mais fácil: bancos aquecidos, volante em pele, palas de sol com espelho de cortesia, ar condicionado automático, um compartimento para utensílios e uma tomada de 12V na bagageira, bastante útil em diversas situações.

Já o espaço interior disponível revela-se bom para o condutor e o passageiro do lado. Atrás, existem bancos, mas vão estar rebatidos, na maioria do tempo, porque dois adultos de estatura média terão dificuldade em fazer muitos quilómetros de forma confortável sentados neles. Também irá rebatê-los sempre que precisar de transportar objetos maiores do que duas caixas de sapatos. Só assim temos espaço disponível para podermos levar as compras do supermercado (377 litros, segundo a marca).

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E que tal se comporta fora de estrada? Excelente. Até quem não percebe grande coisa de todo-o-terreno fica a pensar que tem muita experiência. O Jimny consegue passar por quase todos os obstáculos que lhe colocamos à frente. Mantendo-se fiel às suas origens com: um chassis rígido em escada, tração às quatro rodas com redutoras, os ângulos de ataque e saída e as suas pequenas dimensões, fazem dele um pequeno “David” que consegue, inclusivamente, passar onde alguns “Golias” não cabem. Até custa a acreditar que só tem um motor com 1500 cc, com quatro cilindros e 102 CV.

Já no alcatrão a coisa muda de figura. Na estrada o Jimny comporta-se, vejamos, como um jipe: a sua altura e formato com uma aerodinâmica igual à de um prédio fazem com que tenha muita resistência ao vento – o baixo peso (cerca de 1000 kg) também não ajuda, adorna nas curvas e a caixa manual de apenas 5 velocidades revela-se curta para autoestrada. Facilmente atingimos 120km/h em quinta velocidade com o motor numa rotação bastante audível e apesar de a velocidade máxima serem 145 km/h, o melhor é circular nos 100 km/h. É mais confortável, seguro e poupa combustível.

Ficha técnica
Motor: 4 cilindros em linha atmosférico com 1462cc
Potência: 102 cv
Binário: 130Nm
Transmissão: Integral
Caixa: 5 velocidades + redutoras
Bagageira: 85 litros
Vel. máxima: 145km/h
Peso bruto: 1.435kg
Preço: a partir de 21.483€ (Unidade ensaiada: 25.219€)

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