O Suzuki Swift foi, durante as décadas de 80 e 90, um dos “guerreiros” preferidos da juventude daquela época, na qual as siglas importavam muito. E o Swift tinha uma: GTI.

Para além dessa particularidade, que lhe dava “potência extra”, o seu motor era efetivamente explosivo, o que, em conjunto com uma carroçaria leve, o tornava súper ágil e divertido de conduzir. Depois de uma pausa, a anterior geração fez desaparecer o nome GTI, dando lugar ao Sport, com os mesmos ingredientes, mas com mais segurança, tecnologia e um design mais adaptado ao século XXI.

Porém, agora é o início de uma nova etapa. O nome Sport continua, mas muita coisa mudou.

Primeiro, falemos do seu aspeto.

O Suzuki Swift continua compacto, mais ainda do que a geração anterior, com menos 10 mm de comprimento, mas com uma superior largura. Ainda assim, a largura das vias foi incrementada, o que lhe dará benefícios, tanto no espaço interior, como na experiência de condução.

A sua estética exterior, tal como o resto da gama Swift, optou por uma evolução, ao invés de uma revolução. Contudo, nesta versão mais ‘apimentada’, conta com novos e melhorados detalhes.

Na dianteira, o destaque vai para o novo para-choques, onde se destacam os vincos mais dinâmicos, assim como exclusivas entradas de ar e um padrão ‘favo de mel’ na grelha. A lateral, de boas proporções, conta com jantes bicolores de 17’’, que montam pneus Continental SportContact com medida 195/45 e que preenchem muito bem as cavas, aumentando a desportividade do modelo, ainda que mantenha a distância do chão dos seus irmãos “atinadinhos”, e, tal como eles, está disponível exclusivamente na variante de cinco portas. A secção posterior é talvez a zona mais agradável do Swift Sport, e também a que demonstra da melhor forma que estamos perante uma versão desportiva, seja pelo spoiler de grandes dimensões, ou pelas generosas saídas de escape, montadas nos extremos do difusor traseiro.

Outra particularidade do Sport, não sabemos se notaram, é a cor – Champion Yellow – inspirada na carreira desportiva deste modelo, que foi por duas vezes campeão do mundo de ralis júnior (JWRC), com a equipa oficial.

A desportividade não se fica apenas pelo exterior, já que a Suzuki também levou muito desse tema para o interior do novo Swift Sport. Para além dos pedais em alumínio, são os frisos decorativos em vermelho que se destacam, tonalidade essa que também é encontrada nos pespontos do volante, que é aqui mais espesso, assim como os do punho da caixa de seis velocidades, ou nas bacquets. Estas melhoram em muito a estética, mas também o conforto da condução, já que nos oferecem uma grande dose de apoio lombar e lateral, como que a preparar-nos para as (divertidas) curvas que faremos mais adiante, assim como uma melhor posição de condução.

O painel de instrumentos é outra área que sofre alterações, com o tacómetro a assumir um fundo também vermelho, de fácil leitura e muito completo, através do seu computador de bordo que mais parece uma telemetria, já que nos informa de elementos como a utilização do turbo, o uso do acelerador e travão, medidor de acelerações laterais, tempo de condução, entre outros elementos mais normais, como o consumo e velocidade média.
O resto do interior é de linhas simples, bem ao estilo da marca, que opta por materiais sólidos aos macios, numa montagem que não mostra falhas de maior e que não apresenta ruídos parasitas. O espaço também sofreu melhorias, já que este novo Swift Sport acomoda mais um passageiro do que o anterior, ainda que no assento traseiro viajem melhor dois adultos. A bagageira não é das maiores, fruto da sua diminuta dimensão, mas ainda assim aumentou de capacidade, apresentando agora 265 litros.

Quanto ao equipamento, pouco ou nada falta a este modelo. Conta de série com sistema de navegação, sistema de abertura e arranque sem chave, cruise-control adaptativo, bem como faróis principais LED, sistema de alerta de saída da faixa de rodagem e auxiliar de máximos. Na lista de opcionais, existe apenas a pintura metalizada. Aqui, só temos pena que no meio de tanta tecnologia não esteja presente um espelho interior electrocromático…

Chegou o turbo

Passando para a mecânica, surgem as grandes novidades. A Suzuki optou por seguir o mesmo caminho das outras construtoras, e “deixou cair” o motor 1.6 atmosférico de 136 CV para um mais moderno 1.4 BoosterJet auxiliado por um turbo, o que lhe dá 140 CV. Esse aumento de potência pode parecer pouco, mas o turbo confere-lhe um binário máximo superior, agora com 230 Nm, ao invés dos 160 Nm da geração anterior. Além disso, passa a estar presente em rotações mais baixas, entre as 2500 e as 3500 rpm.

A somar a esses melhoramentos, o peso também foi reduzido, com este Swift Sport a pesar menos de 1000 kg (975 kg para ser mais preciso), o que lhe confere uma relação peso/potência de apenas 6,9 kg/cv. Este modelo não foi desenvolvido para ser o mais potente ou mais rápido em aceleração, mas sim para ser divertido onde mais importa, nas curvas.

Com uma aceleração que demora pouco mais de 8 segundos, e uma velocidade máxima que pela primeira vez passa dos 200 km/h, o Swift Sport tem o seu ‘habitat’ preferido nas curvas, com uma direção que é informativa e com um bom peso, para além de comandos bem ajustados, nomeadamente a transmissão manual de seis velocidades. O aumento da rigidez torsional também ajudou muito à grande dose de confiança dada ao condutor, sendo muito previsível e fácil de ajustar em curva, com a traseira a rodar de forma progressiva. A ajudar tudo isto, a suspensão foi revista com a inclusão de um conjunto amortecedor/mola da Monroe, que oferece um melhor contacto com o piso, sem perdas de tração, já que este Suzuki não conta com diferencial autoblocante, nem mecânico, nem eletrónico.

Bater o anterior modelo é complicado, contudo esta nova geração conta com um “estilo diferente”, tendo a sua vantagem nas saídas de curva, que são agora mais rápidas graças ao 1.4 turbo, que está sempre mais disponível a médios regimes, mas que termina mais cedo (por volta das 5300 rpm). Se até aqui os mais puristas podem ficar algo aborrecidos por não ter de “espremer” o Swift como anteriormente para extrair toda a potência, têm também de superar um outro detalhe: o som, já que este Swift Sport é, talvez, demasiado silencioso, O sistema de travagem, por não ter de “aguentar” muito peso, não apresentou fadiga, suportando bem uma condução mais aguerrida.

Ora, se aí, em condução mais determinada, o Swift Sport convence, mesmo não fazendo esquecer o anterior, é em condução normal que revela as suas grandes vantagens.

Para começar, a caixa, que conta com a 5ª e 6ª relações mais longas, o que para além de permitir a tal velocidade de ponta superior, consegue também diminuir os consumos que, no nosso ensaio, em percurso misto, se cifraram em 6,3 l/100km, um valor que anteriormente não conseguíamos, para além de que diminui também o ruído a bordo. Quanto ao conforto, a suspensão tende mais para o lado da rigidez, mas apresenta um bom balanço, já que mesmo locais mais acidentados e com irregularidades no piso, nunca se mostrou demasiado desconfortável.

Chegamos à altura que temos de falar em valores, e nem mesmo aí este pequeno desportivo desilude, já que praticamente não sofre alterações face ao anterior modelo. Sim, porque ao contrário do resto da Europa, este Swift consegue ser mais barato que o anterior, graças às menores emissões e cilindrada. Assim sendo, o preço, já com pintura metalizada, fica nos 20.773€ se aproveitar a campanha em vigor.

VEREDICTO

Em conclusão, o Suzuki Swift Sport seguiu o mesmo caminho dos seus anteriores proprietários, “cresceu” e está mais maduro. Apresenta um superior espaço a bordo, bem como mais tecnologia e conforto, assim como um motor mais eficiente. O lado da ‘loucura’ continua bem presente, porque se juntarem este novo Swift Sport, com um da geração anterior, mesmo que possa não parecer, este é mais rápido, continuando a ser divertido como sempre.

FICHA TÉCNICA
Suzuki Swift Sport 1.4 BoosterJet
Motor: Gasolina, quatro cilindros em linha, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1373 cm3
Potência: 140 CV às 5500 rpm
Binário: 230 Nm às 2500-3500 rpm
Velocidade Máxima: 210 Km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h: 8,1 segundos
Transmissão: Tração dianteira; caixa manual de 6 velocidades
Peso: 975 kg
Consumo Combinado: 5.6 l/100km
Emissões de CO2: 125 g/km
Comprimento/Largura/Altura) 3890/1735/1495 mm
Bagageira: 265-947 litros
Preço versão ensaiada: 20.773€

Rodrigo Hernandez

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.