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Teste Opel Mokka 1.2 Turbo: Solidamente entre os melhores

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Totalmente reformulado, o novo Mokka chega ao mercado como a mais recente aposta para um segmento bastante povoado, mas no qual exibe argumentos de peso para se impor. O primeiro é o estilo irreverente que não segue os mesmos cânones de outros concorrentes – e bem –, mas também ganha pontos por não abdicar do conceito alemão de solidez geral.

Modelo altamente prejudicado pela anterior classificação nas portagens, o Mokka de primeira geração (mais tarde, Mokka X, aquando do facelift) foi um sucesso europeu que nas estradas portuguesas era visão rara. Porém, com a nova geração do Mokka tudo muda. O pequeno crossover tira total partido das ferramentas e potencialidades do Grupo Stellantis, partilhando plataforma e alguns componentes com modelos como o Peugeot 2008, sem perder a sua identidade.

Esse é mesmo o termo certo para abordar a estética, dona de uma identidade muito própria que revela uma nova filosofia da marca de Rüsselsheim, num misto de confiança sustentada e de irreverência jovial que vai, certamente, ajudar a prender muitos olhares. Na dianteira, o destaque vai para o grande painel negro, denominado Opel Vizor, que congrega também os faróis. Além de ser difícil de apanhar bem em fotografias, esta grelha dá o mote para uma imagem forte que é complementada pelos grupos óticos com o tema da ‘asa’ para a iluminação ou pelo vinco bem no centro do capô – visível até do lugar do condutor. A combinação de tonalidades – entre o negro do capô e tejadilho – e o branco da carroçaria também ajuda nesta abordagem tão singular.

No interior, a primeira consideração relevante vai para a sensação de solidez geral – todos os comandos têm peso certo e estão bem colocados, valorizando-se também a construção bastante rigorosa, mesmo que predominem os plásticos mais rijos, mesmo no tablier. Esperava-se um pouco melhor. Não obstante, o condutor é agraciado com um painel de instrumentos digital de 12 polegadas e há diversos detalhes interessantes, como os apontamentos coloridos ao longo do tablier que podem ser personalizados.

O volante tem excelente pega e a posição de condução é acertada, tendo a consola central uma orientação ligeira para o condutor, dando uma sensação mais próxima à de um cockpit. Elogio também para os comandos físicos da climatização, evitando a sua absorção pelo ecrã tátil, como outros ‘primos’ do Grupo Stellantis (embora surja atalho nas ‘barras’ pretas laterais do ecrã, o que não deixa de ser estranho atendendo aos controlos independentes).

Também não passam despercebidos os pontos em comum com os tais ‘primos’, como os comandos para a caixa de velocidades automática ou o botão de seleção para os modos de condução. O ecrã tátil de 10 polegadas é fácil de ler e oferece boa resposta, além de conectividade aos smartphones por intermédio dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto sem fios.

O espaço a bordo é correto, mas não é dos modelos mais avantajados neste capítulo, sobretudo atrás. Algo acanhado em altura e na amplitude para as pernas, também não é brilhante no momento de aceder ou sair dos bancos traseiros. A funcionalidade familiar fica algo aquém do que seria desejável também na bagageira, que oferece apenas 350 litros de capacidade.

Boas sensações ao volante

A versão a gasolina mais potente fica a cargo de uma motorização 1.2 turbo de três cilindros com 130 CV de potência e 230 Nm de binário, estando associado a uma caixa automática de oito velocidades. Surpreendendo pela desenvoltura, este motor reage com prontidão à maior pressão do acelerador, com a caixa a fazer uma eficaz gestão do binário disponível, valendo a pena salientar a diferenciação existente os modos de condução. O mais ecológico ‘Eco’ suaviza bastante o impulso do motor e a atuação da caixa, sendo preferível utilizar o modo ‘Normal’ para utilização quotidiana. Aqui, o Mokka acelera de forma decidida e as recuperações tornam-se também mais vivas. O modo mais desportivo de condução torna a mecânica mais reativa, aumentando também a sonoridade do motor no interior (de forma modulada pelos altifalantes), valendo a pena para momentos em que se procura maior reatividade, mas o contraponto surge nos consumos, que tendem a escalar neste modo. Na medição dos primeiros 100 quilómetros do nosso ensaio, com passagens por autoestrada, cidade e vias rápidas, obtivemos uma média combinada de 6,7 l/100 km.

A sensação de solidez é novamente predominante na condução. O novo Mokka oferece reações apuradas e confiança nas suas trajetórias, com um pisar muito competente, se um tanto ou quanto firme, procurando a Opel uma afinação ligeiramente mais orientada para o dinamismo do que para o conforto (algo percetível até pela escolha das jantes de 18 polegadas). Ainda assim, o conforto não é propriamente relegado para segundo plano, mas existirão concorrentes neste mesmo segmento com maior suavidade na passagem sobre irregularidades do asfalto.

A versão ensaiada com a denominação mais desportiva GS Line destaca-se pelos elementos diferenciadores como a linha do tejadilho em vermelho e linha de cintura em preto, a que se juntam os pedais desportivos em alumínio, o ‘Black Pack’, vidros escurecidos (traseiros e da porta traseira) e o tejadilho em preto ‘Perla Nera’. Na combinação com a cor branca da carroçaria, o efeito estético resulta convidativo, acabando por chamar bastante a atenção de outros condutores e transeuntes… Bem composto de equipamento, esta versão 1.2 de 130 CV e caixa automática tem um custo base de 26.855€, a que acrescem opcionais como as jantes de 18″ com apontamentos em preto e vermelho (350€), o capô preto “Perla Nera” (300€), o sistema multimédia NAVI PRO de 10 polegadas (725€) ou o sistema de iluminação de matriz LED IntelliLux (extremamente competente na condução noturna) com comutação automática de máximos (350€) para um total já bem perto dos 30.000€. Neste caso, ficou-se pelos 29.559€.

VEREDICTO

O Mokka é uma evolução sólida face ao modelo precedente, indo ao encontro das pretensões de todos os que apreciam a qualidade de condução e a faceta mais tecnológica a um custo moderado. Com esta imagem irreverente, sobretudo com o equipamento GS Line, o Mokka assume-se como um SUV bem conseguido que sobressai de forma bastante positiva em aspetos como a imagem, qualidade geral, robustez e mecânica, pese embora não deixe de apresentar alguns pontos a melhorar, sobretudo na habitabilidade, que não é espetacular. Porém, este é um dos automóveis que merece atenção por parte de quem procura um SUV compacto atendendo à soma das suas qualidades.


MAIS
Dinamismo muito competente
Desempenho do motor
Componente tecnológica
Equipamento de base
Opcionais acessíveis
Imagem irreverente

MENOS
Amortecimento algo seco em mau piso
Espaço atrás e acessibilidade
Bagageira poderia ser maior
Plásticos rijos predominam a bordo

Ficha Técnica
Opel Mokka 1.2 turbo 130 CA8 GS Line
Motor: Gasolina, 1199 cc, 3 cilindros em linha, injeção direta, turbo, intercooler
Potência: 130 CV às 5500 rpm
Binário: 230 Nm às 1750 rpm
Transmissão Tração dianteira, caixa automática de 8 vel.
Aceleração 0-100 km/h 9,2 s
Velocidade máxima 200 km/h
Consumo de combustível (WLTP) 5,9 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP) 135 g/km
Dimensões (C/L/A): 4150/1790/1535 mm
Distância entre eixos: 2557 mm
Pneus 215/60 R17
Peso 1295 kg
Bagageira 350-1105 litros
Preço 26.855€
Gama desde 21.705€