Sem introduzir grandes alterações de fundo, a Toyota aprimorou o Corolla, sobretudo ao nível da eficiência de condução, na medida em que passa a dispor de novas versões híbridas mais potentes e refinadas. A variante de 140 CV submete-se a exame e o resultado é bem positivo.

Mais do que mexer na vertente estética, os engenheiros da Toyota aproveitaram para melhorar pequenos detalhes do bem-sucedido Corolla, um nome que é sinónimo de sucesso global, sendo ciclicamente o automóvel mais vendido a nível mundial.

Embora ao nível de design passe a contar com um visual um pouco mais agressivo, sobretudo quando equipado com a linha de equipamento GR Sport, que lhe confere uma faceta mais desportiva, o Corolla não altera os fundamentos desta geração atual, com os mesmos princípios visuais de um modelo bem conseguido, graças a grelhas com padrões diferenciados e a grupos óticos também com desenhos renovados.

Nada de muito significativo, mas suficiente para dar a este familiar compacto um ar mais atual. Naturalmente, há ainda novas cores e novas opções de jantes, embora dependam dos gostos dos clientes.

A bordo, nota para a qualidade dos materiais, em linha com o que é hábito na marca japonesa, em ambiente sóbrio, mas com reforço da vertente tecnológica, graças à inclusão do painel de instrumentos digital de 12.3″ com opções diferentes de visualização, quer de acordo com o modo de condução selecionado, quer de acordo com as opções do condutor a partir do volante.

No centro do tablier está um ecrã tátil de maiores dimensões, com 10.5″, com visualização melhorada e sistema de infoentretenimento renovado, dando um passo em frente face ao que existia, mas ainda assim sem ser uma referência. Os menus são mais fáceis de percorrer, mas o mais relevante é o facto de permitir a conectividade à Internet e aos sistemas operacionais Android Auto e Apple CarPlay. De resto, nada muda, mantendo-se a posição de condução muito agradável (especialmente, com os bancos GR Sport de maior suporte), a excelente visibilidade geral e a boa ergonomia.

Já a habitabilidade da versão de cinco portas não melhora, mantendo-se apenas na média daquilo que o segmento C oferece, sobretudo nos lugares posteriores, que não são dos mais amplos, tanto em largura, como no espaço para as pernas.

Híbrido que é bom

A grande novidade vai assim para o sistema híbrido, neste caso, o de menor potência, que passa a ser de 140 CV em comparação com a anterior, que era de 122 CV. Nesta atualização, um dos pontos essenciais foi a melhoria da potência do motor elétrico de tração, além de ter uma dimensão mais reduzida, enquanto a bateria de iões de lítio foi também melhorada, com redução do seu tamanho. A marca garante ainda uma redução de peso de até 18 kg neste componente específico. Por fim, destaque ainda para uma nova unidade de controlo de potência, que também foi desenvolvida para reduzir as perdas energéticas.

A marca preocupou-se em melhorar substancialmente a experiência de condução, sobretudo ao nível do refinamento da entrega da potência, mas também da resposta sonora, algo que tem sido um ‘calcanhar de Aquiles’ dos modelos híbridos ao longo dos anos.

E que melhoria que se sente! O sistema híbrido de 140 CV é bastante mais lesto na resposta ao acelerador, mesmo em modo ‘Eco’ de condução, que suaviza a entrega da potência em favor de consumos mais baixos. Esta motorização dá, efetivamente, ao Corolla uma postura melhorada nas prestações, tornando-se muito mais agradável de acelerar e de explorar.

Um dos pontos que mais nos agradou é o da eficácia do motor elétrico, que consegue funcionar por mais tempo (dependendo da carga na bateria), sendo que a ativação por intermédio do botão ‘EV Mode’ na consola central também permite essa mesma viagem por mais tempo sem recurso ao motor de combustão, ainda que também só possa ser usado em velocidades de cidade.

O consumo médio obtido foi de 4,9 l/100 km, o que é bastante bom (subindo mais por causa do percurso em autoestrada), mas em ambientes urbanos e com recurso mais comum ao botão ‘EV Mode’ é fácil cumprir viagens com médias na casa dos 3,0 l/100 km. A sonoridade do motor de combustão quando se acelera a fundo é evidente, mas está mais refinado, não sendo tão intrusivo, enquanto nos pareceu também que o motor é mais rápido a atingir um patamar de rotações eficiente que obriga a menos ruído.

O comportamento dinâmico é também um bom atributo, com elevada estabilidade e foco primordial no conforto, sendo por isso um automóvel familiar competente com rolamento contido da carroçaria e boa filtragem do mau piso, mesmo equipado com as jantes de 18 polegadas, que são de série no nível GR Sport.

Não se traduzindo em soluções técnicas desportivas, demarca-se pelo visual mais ‘sporty’, pelas insígnias específicas ‘GR’ e pelo equipamento mais recheado, com o preço de 38.830€ a oferecer, de série, tecnologias como o sensor de chuva e de luminosidade, sistema ‘Smart Entry & Start’, Assistência de Condução Inteligente (LTA), câmara traseira ou o carregador por indução para smartphone.

MAIS
Agradabilidade da condução
Prestações
Melhoria da vertente tecnológica
Dotação de equipamento
Condução equilibrada
Consumos

MENOS
Bagageira não é brilhante
Espaço atrás apenas na média do segmento
Não é Gazoo Racing por inteiro

FICHA TÉCNICA
Toyota Corolla 1.8 Hybrid GR Sport
Motor de combustão: Gasolina, quatro cil. em linha, inj. indireta, atmosférico
Cilindrada: 1798 cm3
Potência: 98 CV às 5200 rpm
Binário: 142 Nm às 3600 rpm
Motor elétrico: Síncrono de ímanes permanentes, 95 CV/70 kW, 185 Nm
Bateria: Iões de lítio, 1.32 kWh
Potência total: 140 CV
Binário total: N.D.
Transmissão: Tração dianteira, caixa de variação contínua (CVT)
V. Máxima: 180 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 9,1 s
Consumo médio (WLTP): 4,7 l/100 km
Emissões CO2 (WLTP): 105 g/km
Dimensões: (C/L/A) 4370/1790/1435 mm
Distância entre eixos: 2640 mm
Pneus: 225/40 R18
Peso: 1420 kg
Bagageira: 361-1052 litros
Preço: 38.830€

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AVALIAÇÃO
Qualidade geral
9
Prestações
8.5
Espaço
7.5
Segurança
9
Condução
8.5
Consumos
9.5
Preço/equipamento
9