Desde que foi lançada na Europa em 2017, a versão de maior distância entre eixos do Tiguan já vendeu mais de 1.5 milhões de unidades globalmente (com os Estados Unidos da América a contribuírem em larga escala para este valor), percebendo-se assim a sua importância para a marca. Para não perder embalagem e estatuto no segmento, as atualizações abarcaram diversos capítulos, desde a estética aos sistemas de segurança e tecnologia de infoentretenimento.
Esteticamente, tira partido das mesmas novidades que o Tiguan de cinco lugares (e menor distância entre eixos), com nova grelha dianteira, novos para-choques e grupos óticos retocados com tecnologia LED, podendo receber para a iluminação dianteira a tecnologia IQ.Light (de matriz LED) com funcionalidades acrescidas, como a de controlo automático da luz de máximos.
Lá dentro cabem sete
Não alterando a distância entre eixos (2790 mm), o Tiguan Allspace renovado conta com um ligeiro acréscimo nas suas dimensões, aumentado 22 mm para 4723 mm de comprimento total, devendo-se isso a mudanças no para-choques dianteiro. Face ao Tiguan ‘curto’, oferece mais 110 mm, o que proporciona desde logo um maior desafogo a bordo. A unidade ensaiada contava com a terceira fila de bancos opcional, com bagageira que varia entre os 700 e os 1755 litros no caso da variante com os sete lugares. A terceira fila de bancos pode ser rebatida (tal como a segunda) e escondida sob o piso da mala. Com os sete lugares funcionais, levar muita bagagem torna-se mais complicado, já que a sua capacidade desce para 230 litros, mas não se esperam milagres num modelo que permanece abaixo dos cinco metros de comprimento.
Por outro lado, entrar e sair da terceira fila de bancos exige dotes de contorcionismo que – lá está – são mais aptos para crianças com elevada elasticidade do que para adultos cada vez menos hábeis a jogos de ‘twister’.
No interior, onde o foco esteve na melhoria do ambiente tecnológico e da qualidade percebida, há um novo painel de instrumentos digital (na versão ensaiada o Digital Cockpit Pro com ecrã de 10 polegadas) personalizável nas informações e comandos táteis iluminados para a climatização na consola central. Há ainda renovado sistema de infoentretenimento de terceira geração (MIB3) Discover Media com ecrã de 10” que acentua a vertente da conectividade, graças a um cartão eSIM para dispor de diferentes serviços online, além de ligação a Apple CarPlay e Android Auto sem fios.
Nota final para a sensação geral de qualidade, com construção impecável entre os diversos componentes, misturando-se ainda com os bons materiais escolhidos, ainda que também existam plásticos bem visíveis na parte inferior do habitáculo, mas que em nada penalizam a vivência a bordo. Além disso, para gáudio de todos os que levam muita coisa atrás no dia-a-dia, há ainda muitos espaços de arrumação suplementares.
Como nos velhos tempos
Elástico e muito agradável de explorar, beneficia enormemente da capacidade de ‘leitura’ da caixa DSG, podendo assim adaptar-se melhor a cada momento da condução, sem indecisões ou repelões indesejados nas transições. Tudo em modo suave e tudo a favor de viagens tranquilas, mas sem lhe retirar também habilidade para prestações muito competentes nos momentos em que é necessário maior ‘ânimo’ na condução, até porque o chassis é muito apurado e permite excelente leitura do comportamento, valendo-se também da excelente solidez geral na condição – mesmo em mau piso, o Tiguan Allspace exala robustez, ainda que também demonstre alguma firmeza – enquanto em curva, os seus movimentos são contidos.
A economia é ponto positivo, com consumo médio frequente na casa dos seis litros, com o ensaio a resultar numa média de 6,3 l/100 km.
Apenas em dois momentos, a condução merece reparos: no ruído do motor 2.0 TDI quando se exige mais do motor, por exemplo, em subida, e na reativação e consequente início de marcha após uma situação de imobilização por start-stop.
VEREDICTO
O Tiguan Allspace faz do apelo às famílias numerosas o seu grande trunfo, surgindo num mercado que tem algumas alternativas como o Peugeot 5008, Skoda Kodiaq ou Mercedes-Benz GLB.
Com credenciais muito importantes em termos de funcionalidade e de dinamismo, a par de apresentação tecnológica irrepreensível, o renovado Tiguan Allspace preenche um importante nicho, com uma proposta que se aproxima mais de um segmento premium do que dos generalistas, num SUV com condução agradável, motor eficiente e eficaz e construção de alto nível.
Desempenho do conjunto motriz – composto pelo motor turbodiesel e caixa DSG de sete velocidades – destaca-se como outro ponto forte. O preço desta versão R-Line é pouco simpático, mesmo que o equipamento abundante compense, mas os condutores menos preocupados com questões estéticas (sobretudo) poderão querer ficar-se pela versão de base (Life), pouco acima dos 40 mil euros.
Competência familiar
Condução bem calibrada
Estética robusta
Qualidade de construção elevada
Tecnologia a bordo
Modularidade
Economia do motor
MENOS
Preço da versão R-Line
Mais firme do que alguns concorrentes
FICHA TÉCNICA
Volkswagen Tiguan Allspace 2.0 TDI 150 CV DSG R-Line
Motor: Diesel, 1968 cc, quatro cilindros em linha, injeção direta, TGV+intercooler
Potência: 150 CV entre as 3000 e as 4200 rpm
Binário: 360 Nm entre as 1600 e as 2750 rpm
Transmissão: Caixa automática de dupla embraiagem, 7 vel.
Aceleração 0-100: 9,8 segundos
Velocidade máxima: 199 km/h
Consumo: 6,0 litros/100 km
Emissões CO2: 156 g/km
Dimensões (C/L/A): 4726/1839/1686 mm
Distância entre eixos: 2789 mm
Bagageira: 700-1755 litros
Peso: 1833 kg
Pneus: 255/45 R19
Preço: 53.650€
Gama desde: 41.372€
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| AVALIAÇÃO | |
Qualidade geral 8.5 | |
Dinâmica 8 | |
Espaço 8.5 | |
Segurança 9 | |
Prestações 8 | |
Consumos 8.5 | |
Preço/equipamento 7.5 | |
8.3 PONTUAÇÃO GERAL | |
