‘Ao ataque’: Novo Mercedes-Benz Classe A quer ser o ‘alvo’ a bater nos Premium

18/04/2018

A grande ‘arma’ da Mercedes-Benz para o segmento dos compactos Premium está mesmo a chegar, trazendo consigo uma revolução digital que não se fica apenas pelos méritos da condução. Com efeito, o novo Classe A preconiza uma novidade completa numa esfera que vai do conforto à utilização, passando ainda pela melhoria da habitabilidade.

A nova filosofia de desenho da Mercedes-Benz está bem estampada na fisionomia deste novo Classe A. Imagem angular, muito na linha do que será o novo CLS, com frente em que a grande grelha assume o protagonismo, secundado pelos faróis, ao passo que nas laterais há uma evolução do anterior. Ao fim e a o cabo, o novo A não representa uma revolução estética, mas a continuidade de uma imagem que deu tantos e tão bons frutos para a marca de Estugarda nos últimos anos. Ou não fosse este um dos modelos de maior sucesso comercial na Mercedes-Benz.

O visual do interior é, esse sim, um bem-vindo ‘refresco’ tecnológico, com construção muito cuidada e disposição de comandos racional, com materiais que assumem elevada qualidade. Destaque, notório, para o conjunto de ecrãs de 10.25 polegadas do sistema de infoentretenimento MBUX na versão mais elaborada (a versão de base tem sistema MBUX mais simples com ecrãs de 7″), sendo o da esquerda para a instrumentação e o do centro para o sistema multimédia.

Para ficar a conhecer mais sobre o sistema MBUX, pode seguir este link, no qual explicamos o que é e como pode ser revolucionário na ligação entre proprietário e veículo, a par das aplicações da plataforma Mercedes me.

Ainda a bordo, o Classe A oferece um pouco mais de espaço para os ocupantes, sobretudo atrás, embora não se registe um ganho fantástico no comprimento para as pernas. Nota, no campo mais tecnológico, para a inclusão de tomadas USB de nova geração (C) que se adaptam aos smartphones de nova geração e que obrigam a um adaptador para os que dispõem de smartphones mais antigos ou de USB normal.

Revisão da matéria dada

A tónica da condução não deixa de ser uma das mais aguardadas em cada modelo. No novo Classe A tal não é diferente, sobretudo porque se trata de um modelo com grande importância. Procurando melhorar o equilíbrio entre conforto e qualidade dinâmica, a Mercedes-Benz incrementou a rigidez graças à utilização de alumínio nalguns elementos, ao mesmo tempo baixando o peso.

A utilização de aços de elevada resistência do chassis ‘despido’ (o termo inglês mais correto é ‘body in white’, mas a tradução direta não resulta muito bem…) também proporciona, então, uma maior resistência estrutural em situação de colisão, ao mesmo tempo aprimorando a qualidade de rolamento. No total, o chassis (base) tem um peso de 440 kg, apesar do aumento da distância entre eixos (30 mm) e de estar mais comprido. Ainda assim, no cômputo geral, mesmo com todos a parafernália tecnológica a bordo, consegue ser 20 kg mais leve do que em versão equivalente anterior.

A suspensão dianteira tem material otimizado e houve ainda uma redução das massas suspensas, o que equivale a dizer que há uma melhoria das reações e redução de ruídos e vibrações. Atrás, as versões mais acessíveis têm eixo de torção trabalhado com alguns elementos em alumínio (que a marca garante ter um desempenho muito aproximado ao de da suspensão mais elaborada), ao passo que os mais potentes recorrem a suspensão multilink mais evoluída. O amortecimento adaptativo é opcional, assim como a tração integral 4Matic.

Ao volante, por fim

No nosso primeiro contacto, pudemos experimentar aquela que é uma das principais novidades deste Classe A, ou seja, o motor gasolina 1.4 turbo (na verdade, tem 1333 cc) de 163 CV com associação a caixa automática 7DCT de dupla embraiagem (mais tarde chegará a versão de caixa manual) do A 200. Uma boa e eficaz surpresa que proporciona rapidez nas respostas e desempenho que permite ser desportivo quando necessário, graças ao eficiente aproveitamento da potência do motor por parte da caixa de velocidades. Entre as mais-valias deste bloco, que tem cabeça de cilindros em ‘delta’, revestimento dos cilindros Nanoslide e filtro de partículas, está a possibilidade de desativação dos cilindros 2 e 3 quando a carga no acelerador é diminuta. Uma forma de reduzir consumos e emissões poluentes. O binário de 250 Nm está disponível às 1620 rpm, permitindo dessa forma bastante vivacidade a ganhar ritmo.

No modo Sport do Dynamic Select, as reações tornam-se mais dinâmicas, com tato da direção mais apurado e pedal do acelerador mais reativo. Neste modo, pareceu-nos que a caixa tinha alguma tendência para demorar a passagem para uma relação superior, mas em modo normal não se podem apontar grandes falhas na sua atuação.

O mesmo se pode dizer do amortecimento e do comportamento. Todos os esforços da Mercedes-Benz pagaram dividendos na maneira como o Classe A é refinado e cuidadoso na filtragem do mau piso, mesmo naquele que tende a ser mais inclemente, como numa estrada em obras do percurso que a marca escolheu no evento de apresentação em Split, na Croácia. Robusto, o Classe A oferece altos níveis de conforto aos passageiros. A insonorização é outro ponto muito positivo deste alemão tecnológico, que isola muito bem os passageiros do que se passa no exterior.

Quanto ao seu lado mais dinâmico, o percurso acabou por não nos mostrar muito daquilo que poderá ser o seu argumentário neste campo, mas ficou a ideia de um chassis muito bem-nascido, com estabilidade na medida certa, providenciando também elevados níveis de confiança graças à direção com bom feedback – mesmo que um tanto ou quanto leve. Resta dizer que a versão ensaiada era uma das mais equipadas, pelo que detinha todas as mordomias, comodidades e suspensão mais avançada.

O que se pode retirar, então, deste primeiro contacto com o Classe A? Que a Mercedes-Benz criou um modelo altamente tecnológico, confortável na grande maioria das situações e competente na motorização de entrada a gasolina, que pode ser uma adição importante num momento em que os motores Diesel ameaçam ter ‘rédea curta’ na Europa.

Tanto mais que a marca propõe este A 200 com o mesmo custo de partida (32.450€) que o A 180 d com o motor 1.5 Diesel de 116 CV, deixando bem patente a questão: vale mesmo a pena enveredar pelo motor a gasóleo quando o gasolina é tão composto, redondo nas suas respostas e tem um maior nível de performance? A resposta será dada pelos clientes e potenciais interessados, que continuarão a olhar para o novo Classe A com a certeza de que a porta de entrada no mundo de Estugarda é feita com qualidade e respeito pela tradição da companhia.

FICHA TÉCNICA
Mercedes-Benz A 200 7G-DCT
Motor: Gasolina, quatro cilindros, injeção direta, turbo, intercooler
Cilindrada: 1333 cm3
Potência: 163 CV às 5500 rpm
Binário máximo: 250 Nm às 1620-4000 rpm
Tração: Dianteira
Caixa: Automática de sete velocidades (7G-DCT)
Aceleração (0-100 km/h): 8 segundos
Velocidade máxima: 225 km/h
Consumo médio: 5,3 l/100 km
Emissões de CO2: 123 g/km
Peso: 1375 kg
Preço: 32.450€

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.