Toyota C-HR 1.8 Hybrid Neon Lime: Verde mais verde não há

Aproveitando o sucesso do C-HR, a Toyota vai criando edições especiais deste SUV que assume também uma particularidade de condução mais dinâmica. Mas, duplicando as suas credenciais ‘verdes’, nada melhor do que investir numa edição especial limitada do híbrido em… verde fluorescente.

Sem conseguir escapar despercebido na multidão, o C-HR ganha uma cor exclusiva metalizada Neon Lime, que salta à vista a muitos metros de distância e, sobretudo, num parque automóvel onde imperam as cores monótonas como o preto, branco ou cinzento. Assim, não se pode dizer que o C-HR Neon Lime seja, de todo, aborrecido. O seu desenho ainda atual e muito agressivo dá uma ajuda preciosa nesta vertente, havendo também que destacar o contraste fornecido pelo tejadilho em cor preta e pelas jantes de 18 polegadas na mesma cor, provocando desta forma uma dicotomia interessante em termos cromáticos.

No interior, destaque para os bancos desportivos em combinação de pele e Alcantara (algo duros), que também são exclusivos desta versão, valendo a pena reconhecer também a boa qualidade de montagem no geral e os bons revestimentos escolhidos, por exemplo, nas portas e no tablier, no qual é elogiável a ergonomia de comandos. Atrás, os passageiros beneficiam de boas cotas de habitabilidade para as pernas e em altura, embora o ambiente se revele um tanto ou quanto claustrofóbico pela escassa superfície vidrada – os pilares C com os puxadores das portas embutidos não ajudam.

Outro elemento de destaque desta versão especial é o sistema de som JBL, que equipa este SUV e ao qual não falta mesmo um subwoofer montado lateralmente na bagageira e oito altifalantes.

A mecânica não inova, tratando-se do já conhecido sistema híbrido 1.8 de 122 CV que tem ganhado tantos adeptos ao longo dos anos. Facilmente recomendável pela sua economia e facilidade de condução, o sistema é composto por uma unidade a gasolina de 1.8 litros de ciclo Atkinson com 98 CV e 142 Nm de binário e um motor elétrico de 72 CV (53 kW) e 163 Nm de binário, alimentado por uma bateria de níquel-hidreto metálico bastante compacta de 1.31 kWh. Nada de novo, portanto, mantendo-se a aceleração dos zero aos 100 km/h em 11 segundos e os 170 km/h de velocidade de ponta.

Na estrada, é fácil percorrer largos metros em modo 100% elétrico, com o modo ECO (há também modos Normal e Power) a tirar o melhor partido deste sistema, ao conceder ao motor a eletrão a primazia de locomoção sempre que possível. Em arranque pede-se suavidade ao pé direito para não obrigar ao despertar do motor de combustão, sendo que quando tal acontece de forma quase impercetível quando em trajetos urbanos. Já fora da cidade, noutros ritmos, torna-se audível em virtude da caixa de variação contínua (CVT), relativamente incómoda em velocidade de autoestrada ou quando é necessário, por exemplo, entrar numa via rápida. A ‘estratégia’ mais eficaz nestes casos é acelerar moderadamente até atingir uma velocidade de cruzeiro desejada e, depois, deixar o motor elétrico entrar em ação, controlando o ritmo e o consumo de forma mais eficiente.

E é aqui que brilha: no nosso ensaio, alcançámos uma média de consumo de apenas 4,2 l/100 km, o que fica até abaixo do valor combinado WLTP, de 4,7 l/100 km.

No entanto, apesar da CVT, esta é uma motorização suficientemente competente para impor ritmos ágeis, permitindo que se tire partido de um chassis muito bem-nascido, com elevadíssima competência dinâmica, oferecendo estabilidade direcional digna de registo sem que o conforto seja prejudicado, mesmo quando monta jantes de 18 polegadas. Aliás, o C-HR consegue ser perdulário mesmo em mau piso e empedrados, como os da cidade de Lisboa.

Quem quiser um destes C-HR Neon Lime terá de ser rápido já não vai a tempo: apenas serão produzidas 2000 unidades para o mercado europeu e Portugal recebeu apenas duas dezenas, estando todas elas vendidas por um preço de 37.115€. Há lá prova de maior sucesso?

VEREDICTO

Mantendo os reconhecidos privilégios de economia e facilidade de utilização, o C-HR continua a ser uma solução bem em voga no segmento SUV médio, com condução animada e eficiência elevada. A CVT nem sempre ajuda na tranquilidade da condução, mas os momentos elétricos em que o motor 1.8 a gasolina está inativo podem compensar, sobretudo atendendo aos potenciais baixos consumos que mais treino no pé direito permitem alcançar. No caso da unidade ensaiada, o foco estava no equipamento, que lhe confere exclusividade e emoção suplementar, num pacote que não deixa ninguém indiferente.

FICHA TÉCNICA

TOYOTA C-HR HYBRID NEON LIME
Motor térmico: Quatro cilindros em linha, injeção indireta, atmosférico
Cilindrada: 1798 cc
Potência: 98 CV às 5200 rpm
Binário máximo: 142 Nm às 3600 rpm
Motor elétrico: 72 CV/163 Nm
Bateria: Hidreto de Níquel metálico
Potência: 1.31 kWh
Binário máximo: 207 Nm
Potência Combinada: 122 CV às 5200 rpm
Caixa: Automática CVT (variável contínua)
Aceleração (0-100 km/h): 11 segundos
Velocidade máxima: 170 km/h
Consumo médio (oficial/medido): 4,7 l/100 km (4,2 l/100 km)
Emissões de CO2: 86 g/km
Peso: 1455 kg
Bagageira: 377 litros
Preço base da versão: 37.115€