O responsável pelos destinos da Peugeot recorda que “vimos de um mundo onde o Diesel representava mais de 60% das vendas globais e a gasolina cerca de 40%, mas temos os números atuais do mercado europeu e temos 55% de motores a gasolina contra 45% de Diesel. A mudança está feita. Mas, a mudança não está a ser feita ao mesmo ritmo entre regiões, entre países, entre cidades e entre os canais”.
Dessa forma, Imparato salienta que, para uma marca como a Peugeot conseguir cobrir todo o mundo, “temos de ser muito simples”. E explica esta sua visão.
“Temos de ser simples com os clientes, simples com os países, simples com a rede. É por isso que estamos a apostar na nossa plataforma multienergia soberba e é por isso que estamos numa situação em que podemos dizer ‘comprem o vosso Peugeot e escolham a vossa motorização’. É essa a frase chave de 2019: comprem o vosso Peugeot e escolham a vossa motorização. Não vamos construir uma caixa com uma motorização elétrica. Esse não é o meu objetivo. Terão sempre o Peugeot com todas as características da marca: o design, o comportamento, o i-cockpit para todos”, salienta, lembrando que os carros vão depois estar no mercado de usados, pelo que o seu valor residual deve ser protegido.
“Se quero que os clientes continuem a confiar na marca, temos de fornecer, em primeiro lugar, um Peugeot. Sabe, temos 208 anos de existência enquanto marca, pelo que já enfrentámos tantas evoluções e revoluções, tantas mudanças técnicas. Esta será como as outras, iremos geri-la com serenidade, simplicidade e algo mais – prazer. É por isso que lançamos o e-LEGEND Concept, porque não queremos ter um futuro aborrecido e essa é a mensagem global da marca para o futuro: ‘Unboring the Future‘”, reforçou, reservando para o próximo Salão de Genebra mais uma etapa desta filosofia.
“O e-LEGEND Concept foi a forma que escolhemos para mandar a mensagem de como queremos a Peugeot no futuro e creio que irão ver em Genebra que aquilo que temos na gama de produto é soberbo. Gostaria de lançar este carro, mas teria de investir 250 milhões de euros e vendê-lo a 75 ou 80 mil por carro e isso é muito. Mas atendendo que queremos dar prazer ao cliente, eu posso apostar que quando forem a Genebra vão ver algo que será espantoso, que será em redor da mensagem que queremos passar para o mundo”.
Pressão europeia para reduzir emissões de CO2
Ainda sobre o tema das emissões, Imparato não acredita que exista um direcionamento da União Europeia (UE) para uma única solução técnica, mas vê, sim, “uma Comissão Europeia que está a trabalhar e a aplicar alguma pressão na meta de CO2 e nada mais. Como construtores, estamos a enfrentar uma dupla responsabilidade, que é corresponder às expectativas dos clientes e às da regulação. Isso é chave. Seremos cumpridores. Porque temos a tecnologia e não iremos desperdiçar o nosso tempo à espera do 1 de janeiro de 2020. Estaremos prontos porque não queremos ter qualquer problema nesse lado, obviamente. Como grupo decidimos ser cumpridores, porque não queremos fazer nenhuma cedência entre rentabilidade e poluição, para ser claro, e não queremos financiar os ‘bad boys’ com os ‘good boys’, situação com que poderíamos perder dinheiro por cada carro vendido e não queremos isso. Queremos fazer com que seja possível ter uma gama completa cumpridora. Mas como marca Peugeot quero algo mais, que é o prazer e iremos dar provas disso nas próximas semanas. Prazer com emissões de 49 g/km de CO2”, explicou.
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