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Frio, neve e quatro SUV na celebração dos crossover eletrificados Nissan

X-Over Domination 2023

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A Nissan continua a alimentar a sua posição de destaque entre os crossovers, um segmento que exponenciou com o lançamento do Qashqai em 2007, que foi uma pedrada no charco para um mercado automóvel que a partir daí não mais foi igual. Para salientar qualidades e estilos da sua gama crossover, a marca japonesa organizou a sétima edição do Crossover Domination, um evento que une os jornalistas de Portugal e Espanha em percursos mais ou menos épicos por regiões ibéricas. Este ano, de Barcelona aos Pirenéus a bordo dos Juke, Qashqai, X-Trail e Ariya.

Além de serem crossovers e de terem todos eles o seu próprio papel na Nissan, um dos traços comuns a todos os modelos testados neste evento foi o da eletrificação – com efeito, todos eram eletrificado, fosse com a tecnologia E-Power, fosse pelo formato 100% elétrico do novo Ariya, cujo sucesso tem surpreendido a própria companhia nipónica.

Aproveitando a neve e o frio da região montanhosa dos Pirenéus, a Nissan organizou um percurso que nos levou do centro de Barcelona às estradas cobertas de neve de Puigcerdà, um município de Espanha que fica praticamente na fronteira com França. Uma viagem que cimenta o presente da Nissan, mas que também cruze o passado com o futuro.

O passado

Quando a Nissan se lançou no mercado com o Qashqai, em 2007, o mercado automóvel entrou num novo capítulo, lançando as bases para o crescimento de uma tipologia de veículo que, depois, se propagou a todos os outros fabricantes – dos generalistas acessíveis aos desportivos, passando pelos premium. O sucesso do Qashaqi foi um ‘balão de oxigénio’ para as operações europeias da Nissan numa época em que os seus números estavam longe dos mais interessantes.

Face a isso, a Nissan não parou e, apenas três anos depois, em 2010, lança o Juke, um SUV mais compacto que incorpora os princípios do segmento B, mais acessível e com um estilo muito irreverente. Se é raro um raio cair no mesmo local por duas vezes, o sucesso deste crossover mostrou que a Nissan tinha um filão de ouro para explorar, com este modelo a dar à marca um estatuto de referência naquela categoria.

X-Over Domination 2023

Depois, surgiu ainda o X-Trail, outro crossover de traços mais robustos para um segmento superior ao do Qashqai e, mais recentemente, o Ariya, que recorre à plataforma CMF-EV da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi para os elétricos de nova geração, sendo este o primeiro SUV 100% elétrico da Nissan.

O Crossover Domination é, então, para a Nissan, o evento por excelência em que passado, presente e futuro se encontram no mesmo plano.

O presente

Na atualidade, os Juke Hybrid, Qashqai E-Power, X-Trail E-Power e Ariya são os grandes representantes de uma gama ágil, irreverente e versátil, mas sobretudo eficiente. Inspirados pelo que foi conseguido com o Leaf, aquele que foi o primeiro grande elétrico de massas, quando foi lançado em 2011, os modelos contam com as mais recentes tecnologias de eletrificação, divididas entre as denominações Hybrid, E-Power e Electric.

Na sétima edição do Nissan Crossover Domination, que teve a sua primeira edição em 2014 e que em 2021 e 2022 não se realizou por constrangimentos causados pela pandemia de Covid-19, os quatro modelos foram colocados à prova, mostrando como a sua versatilidade pode ser ‘casada’ com a eletrificação.

Ao longo de percursos cénicos, foi possível ver como o Juke Hybrid é uma das escolhas mais eficientes do seu segmento graças a uma tecnologia híbrida que chega aos 143 CV de potência, mas com 21% menos de consumos, e que permite condução em modo 100% elétrico de forma constante, não faltando até a tecnologia de condução E-Pedal Step, que incrementa o poder de regeneração e a desaceleração.

Este SUV híbrido conta com um motor 1.6 de quatro cilindros atmosférico de 94 CV com dois motores elétricos, um e-motor de 49 CV e um motor de arranque/gerador de 20 CV, dispondo ainda de uma bateria de 1.2 kWh.

Por outro lado, é também possível ver como o Qashqai e-Power e o X-Trail e-Power combinam prestações elevadas com bons consumos, graças a uma combinação de motor elétrico para a locomoção que é alimentado por uma bateria de iões de lítio compacta, mas que não necessita de ligação à tomada para carregar. O motor de combustão presente apenas serve como gerador da bateria para que este alimente o motor elétrico, embora ambos os crossovers tirem partido de conceitos distintos.

No caso do Qashqai, o sistema e-Power tem como elemento principal o motor elétrico de 190 CV, estando associado a uma bateria de iões de lítio de 2.1 kWh, colocada sob os bancos dianteiros. O motor a gasolina é um 1.5 turbo de três cilindros com 158 CV, tendo como principal característica a capacidade de variar a taxa de compressão, que a marca ‘gémea’ Infiniti estreou anteriormente. A potência total é sempre de 190 CV, com a Nissan a prometer respostas idênticas às de um elétrico, bem como o seu nível de refinamento, mas sem a preocupação com a autonomia.

Já no caso do X-Trail e-Power, o conceito técnico é o mesmo, mas a potência total é de 213 CV no caso da versão com sistema de tração integral total e-4ORCE que recorre a dois motores elétricos – um em cada eixo – que permitem variar a entrega da potência de forma distinta consoante as necessidades do tipo de piso. Dessa forma, o nível de tração é sempre o melhor, com o condutor a ter ainda à sua disposição modos de condução distintos que adaptam o sistema e-4ORCE. De resto, o motor de combustão 1.5 de três cilindros é o mesmo do Qashqai, servindo de gerador para a energia da bateria de 2.1 kWh. Nota para o facto de poder dispor de sete lugares a bordo, com os dois da terceira fila a ‘esconderem-se’ no piso da bagageira para gerar uma superfície plana.

A chegada desta geração é importante, na medida em que há três anos que não se vendia o X-Trail em Portugal devido às diferenças de fiscalidade que penalizavam o modelo da geração anterior. Brevemente, irá contar também com versões de motor de combustão interna.

A Nissan detalha que a tecnologia e-Power é essencial para quem não quer estar dependente dos postos de carregamento para elétricos, mas com condução semelhante à de um elétrico, ou seja, um degrau para quem está a fazer o percurso de transição na mobilidade energética, para o qual a proposta principal é o Ariya.

Catalogado de acordo com a filosofia ‘futurismo japonês intemporal’, este novo SUV surge alinhado com o princípio moderno de eletrificação, tendo o benefício da nova plataforma CMF-EV da aliança franco-nipónico que permite muito espaço no interior, o qual se caracteriza pelo visual minimalista e repleto de detalhes de construção inspirada no Japão, como os padrões luminosos. Disponível em diferentes tipos de potência e bateria, o Ariya pode ter uma autonomia de até 509 quilómetros. Já a versão de tração integral e-4ORCE só chegará depois do verão.

Os responsáveis da marca reconhecem que os números de produção do Ariya precisam de ser melhorados face à procura surpreendente, embora as circunstâncias relacionadas com a escassez de componentes sejam ainda difíceis de resolver. Com um registo de produção inicialmente situado em torno dos 100.000 exemplares, o sucesso do Ariya obriga a rever essa meta, a qual até nem tem sido fácil de atingir, ficando por valores na ordem das 80 ou 90 mil unidades.

Em virtude disso, abre-se a possibilidade de iniciar a produção noutros países, desde que existam peças e se suprimam as dificuldades de transporte que afetaram a indústria automóvel de forma muito significativa.

O futuro

Para o futuro, o caminho é o da eletrificação, em primeiro lugar. Em 2021, a Nissan estabeleceu a sua estratégia ‘Ambition 2030’, na qual estabeleceu um rumo alicerçado no forte investimento de 16 mil milhões de euros ao longo dos cinco anos seguintes para o desenvolvimento e lançamento de 23 novos veículos eletrificados, dos quais 15 totalmente elétricos (para diferentes mercados).

Além disso, na fábrica-piloto de Yokohama, no Japão, a Nissan está já a dar os primeiros passos para a produção de baterias de estado sólido para a sua utilização nos automóveis de produção em série a partir de 2028, a qual terá um incremento na autonomia e uma redução nos custos.

Para 2030, a Nissan estabelece a comercialização de automóveis eletrificados como único caminho na Europa, não faltando ainda a integração de tecnologia de condução mais avançada ao abrigo do conjunto de segurança ProPilot Assist.